31 dezembro 2018

Soldados, armas, franco-atirador, o Brasil. Três ilustrações de Setúbal.

SOLDADOS E ARMAS. Ilustração esboçada com grafite B sobre papel Opaline 120 g , arte-finalizada com pincel Tigre Kolinsky 02, manchas com trapinho molhado na dita tinta china. Aliás, o uso copioso de nanquim nesta ilustração tem o escopo de propiciar um clima pesado e um tom de drama requerido pelo texto do artigo jornalístico. Querendo ver as ilustrações em tamanho GG, basta clicar sobre cada uma delas.
FRANCO-ATIRADOR. Esboço com grafite B sobre papel de diagramação, arte-final com caneta nanquim. Reticulado de tons cinza impresso por indicação em arte anexada feita em papel vegetal.
RETRATOS DO BRASIL. Nesta ilustração abri mão do nanquim. Ela foi esboçada com grafite B sobre papel de diagramação e a arte-final foi executada com marcadores e pincéis atômicos de cor cinza e preta. 

29 dezembro 2018

O extraordinário da extraordinária no TRT da Bahia. J. Jorge Amado e Setúbal.

Selecionei mais um delicioso caso entre os muitos que compõem o Pequeno Anedotário do TRT da 5ª Região, da lavra do escritor Joâo Jorge Amado, tendo as ilustrações do livro sido feitas por mim. Para alegrar seu dia, venerável leitor, posto aqui o texto de João Jorge narrando o acontecido, pura veracidade:
"O presidente da Junta era Jayme Villas Boas. A mulher reclamou contra uma determinada pensão. De um lado da mesa de audiência, a proprietária da pensão com o marido, do outro lado, a reclamante. Na tentativa de acordo, o advogado da reclamante sempre dizia:
_Sem pagar alguma coisa pelo extraordinário, eu não faço. 
Até que Jayme disse:
_Mas que extraordinário?
_Doutor Juiz, ela tinha extraordinário.
_Qual era o extraordinário? Quantas horas a mais ela trabalhava por dia?
_Não era propriamente a mais.
Aí o juiz percebeu que o advogado não queria dizer e passou a se dirigir à reclamante que tinha sido empregada na pensão. 
_Minha filha, qual é o extraordinário que você está pleiteando?
E a reclamante, direta, sem meias palavras:
_Depois que eu arrumava os quartos, ele ia no meu quarto e a gente trepava...
Ao ouvir tal relato, a dona da pensão virou a mão na cara do marido. A audiência foi suspensa."
Diante disto, diria um amigo meu tirado a poliglota: És muele? 
***********Arte que se reparte: a ilustração acima fiz sobre papel Opaline 180 g, tendo sido esboçada com grafite B e arte-finalizada com caneta nanquim e retícula Letratone. 

Porretadas por decreto. Texto de J. Jorge Amado, desenho de Setúbal.

Do livro Pequeno Anedotário do TRT da 5ª Região, escrito por João Jorge Amado e por mim ilustrado, selecionei o presente caso com o qual lhe brindo nesta postagem, venusta leitora. Este livro, tão gostoso de se ler, J. Jorge o escreveu a partir de fatos acontecidos no  âmbito do referido TRT da Bahia. Transcrevo, a seguir, o texto de J. Jorge, que, por sua vez, nos transcreve uma portaria baixada por um prefeito, da forma como foi redigida pelo referido alcaide: 
"Na Junta de Jacobina, o vigilante Antônio Lima Santana reclama contra a Prefeitura Municipal de Serrolândia. Entre os documentos juntados ao processo está a seguinte portaria:
O Prefeito Municipal de Serrolândia, Estado da Bahia, no uso de suas Atribuições que são conferidas por lei, RESOLVE:
fica designado o Sr. Antônio Lima Santana funcionário desta Prefeitura para exercer as funções de Vigilante do Prédio Escolar onde funciona o Colégio Municipal do Povoado de Quixabeira p/ Exercer a função por ordem e respeito Caso a Malandragem venha perturbar tem ordem expressa para Baixar a Porrada sob a responsabilidade desta Repartição.
Gabinete da Prefeitura Municipal de Serrolândia, 14 de Abril de 1986."
Benquisto leitor, não incorra em indevido ceticismo, na Bahia o improvável faz parte do cotidiano.
************O desenho que ilustra esta postagem esbocei com grafite B em papel Opaline 180 g e arte-finalizei com caneta nanquim e retícula Letratone

25 dezembro 2018

O Judiciário e a Lei dos mais fortes / Frases de Béu Machado 12

Todos os homens são iguais perante a lei. 
Mas como são diferenciados perante os juízes!
(Frase de Béu Machado, do seu livro Pensamentando)
(23/09/16)

Excelentíssimo Ladrão / Frases de Béu Machado 16

Para alguns ladrões, nenhuma clemência. 
Outros são chamados até de Vossa Excelência.
(Frase de Béu Machado, do seu livro Pensamentando)
(26/09/16)

Quatro ilustrações de Setúbal para livro de crônicas Ultraleve.

O jornal A Tarde teve, por uma época, um espaço para crônicas que foi batizado de Ultraleve. As ilustrações ficaram a meu cargo e era divertidíssimo fazê-las. Em sua maioria os cronistas eram jornalistas que trabalhavam para o próprio jornal e ali ganhavam seu salário escrevendo matérias para as áreas mais diversificadas redigidas na intenção de bem informar o grande número de leitores do matutino. No espaço Ultraleve eles tinham a oportunidade de deixar de lado as matérias que faziam mais por dever de ofício e escrever pelo prazer de escrever, mostrando que tinham talento e que dominavam a arte de bem redigir. Recordo-me de haver lido e ilustrado crônicas inspiradas, deliciosas, saídas de suas imaginações. E como eu sempre amei desenhar e pintar, no Ultraleve busquei fazer caprichadas ilustrações que bem completassem o prazer que as crônicas propiciavam aos leitores. Seguindo uma característica minha, eu sempre buscava alterar os estilos de meus desenhos de acordo com o conteúdo dos escritos, tentando propiciar aos leitores um prazer ainda maior, uma surpresa agradável a cada crônica. Sabendo do grande número de leitores que apreciavam ler os cronistas do Ultraleve, o jornal decidiu imprimir um livro com uma seleção das melhores crônicas para distribuir como presente de final de ano de A Tarde para seus leitores, agências de publicidade, órgãos do governo e pessoas a quem julgavam merecedoras de tão subida honraria. Chamado para ilustrar também o livro, segui minha inclinação para variedade de estilos, trabalhando com materiais diversos, mas consciente que tudo haveria de passar a ideia de unidade, equilíbrio. A capa do livro, que esta aí em cima com as caricaturas dos cronistas participantes, foi feita após um esboço preparado com grafite 2B sobre papel Westerprint 180 g, sendo feita a arte-final com caneta nanquim e, por fim, colorida com tinta ecoline e lápís Caran D'Ache. Abaixo estáo três das ilustrações. Nas legendas explico aos interessados as técnicas utilizadas em cada uma. Querendo ampliar uma ilustração, basta clicar sobre ela.
Ilustração toda feita com lápis 6B sobre papel Canson120 g.
Esboço feito com lápis HD sobre papel de diagramação, finalizado com um bolígrafo, que nada mais é que o nome que na língua espanhola dão à caneta esferográfica, uma invenção porretíssima de um húngaro naturalizado argentino, chamado László Biró. Ele inventou, mas quem ficou milionário com sua invenção não foi ele, foi o empresário francês Marcel Bich, criador e dono da marca Bic. C'est la vie, c'est la vie.
Ilustração esboçada com grafite 2B sobre papel de diagramação e arte-finalizada com caneta nanquim, pincel 02 e nanquim Talens. Quatro figuras mostradas em positivo e negativo, uma brincadeira gráfica em P&B.

Charles Chaplin/ O homem no parque/ Dentes: quatro ilustrações de Setúbal

O HOMEM NO PARQUE/ Versão 1. Desenho esboçado com grafite B, arte-finalizado com bico de pena e pincel Winsor & Newton número 2. Foi utilizado nanquim Talens e um trapo embebido no nanquim para dar efeito de reticulado. Clicando sobre esta e as demais ilustrações você as amplia.
 O HOMEM NO PARQUE/ Versão 2. Esboço feito com grafite 2B, arte-final com caneta nanquim descartável. Sombreado em cinza feito no Photoshop.
CARLITOS, CINEMA E PIPOCA, grafite B usado para esboçar, caneta nanquim descartável para a arte-finalização.
DENTES E DENTES. Ilustração esboçada com lápis 2B, arte-finalizada com caneta nanquim. Para o efeito de reticulado ao fundo, foi usado um trapinho embebido em nanquim.

João Jorge Amado e seu Anedotário em livro ilustrado por Setúbal.

Contrariando minha vontade pessoal, meus caminhos pouco se cruzam com os de João Jorge Amado. Nas raras vezes que juntos estivemos foi um convívio mais que agradável e momentos profícuos os quais curti imensamente. Tanto mais é que desses momentos resultaram dois livros escritos por João Jorge que eu honrosa e prazeirosamente ilustrei. Um deles, o primeiro, é o PEQUENO ANEDOTÁRIO DO TRT DA 5ª REGIÃO narrando histórias verídicas que aconteceram nas dependências e no cotidiano do referido TRT. Histórias reais, sim, mas estamos na Bahia, vai daí que elas são todas marcadas por fatos mirabolantes, pitorescos e hilariantes envolvendo juízes, advogados, reclamantes, reclamados, funcionários do dito TRT e gentes outras. João Jorge tem a enorme habilidade de bem saber garimpar e selecionar as melhores histórias tendo, ainda por cima, a habilidade de saber empregar as palavras exatas para recontar os casos, demonstrando que não é à toa que ele traz nas veias o sangue herdado dos genitores Jorge Amado e Zélia Gattai que tinham enorme intimidade com a palavra escrita. 
Logo acima, indômito leitor, a capa que fiz para o livro. Identifico na caricatura de Monalisa a influência que tive à época de soberbos caricaturistas argentinos que eu, extasiado, via em uma revista hecha en Argentina que por estas afro-baianas plagas circulou por bancas de jornais e revistas algum tempo atrás. Depois de fazer alguns estudos, esboçei com lápis HD e arte-finalizei o mais solto que pude com os deliciosos lápis aquareláveis Caran D'ache. 
As três ilustrações abaixo, em P&B, encontram-se no miolo do livro de J. Jorge e foram esboçadas com grafite 2B. Para arte-finalizar usei caneta nanquim e enfeitei o pavão usando alguma retícula Letratone.
Clicando sobre capa e demais ilustrações, sapientíssimo leitor, você poderá vê-las ampliadas.
O CHAPÉU DE LAMPIÃO.
O DIABO QUE O CARREGUE. 
UM CABRA MUITO MACHO.

20 dezembro 2018

Ademar Gomes elucida o que é um autêntico Puxa-saco e Setúbal faz as ilustrações.

NÃO IMPORTA SEU PESO, O MAGNÍFICO CHEFE VALE SEMPRE O QUANTO PESA. 
Ademar Gomes era um jornalista atento, de olhar arguto, e um escritor que sabia captar o oculto nas gentes com as quais se defrontava, sabia apreender em minúcias a essência do ser humano. Como jornalista ou escritor era um homem que fazia justiça com as próprias mãos. Não, não entenda mal, magnificente leitor, quero dizer com isto que ele usava as mãos para habilidosamente digitar as palavras certas para bem traduzir a alma humana e reparar as injustiças mais deletérias. Vejam o caso dos muitos puxa-sacos com que nos deparamos cotidianamente. A esmagadora maioria das pessoas ditas comuns traz em si uma péssima definição dos puxa-sacos, enxergando-os com rancorosos olhos de desdém, um desmesurado e injustificável desprezo. Em seu livro O manual do Puxa-saco, por mim ilustrado, Ademar Gomes empunha a espada da justiça para mostrar que o puxa-saco é um ser dotado de elevadas virtudes que escapam ao olhar preconceituoso dos demais viventes. Mostrando sua visão desprovida de descabidos preconceitos, Ademar lança um olhar novo sobre o puxa-saquismo. Seus relevantes comentários podem até servir de conselhos práticos e úteis para os que pretendem se aventurar nesta promissora profissão que é bem mais antiga do que aquela atribuída às mulheres. 
*******Este trio de desenhos que ilustra a presente postagem foi elaborado com uma só técnica: esboços feitos com grafite B sobre papel Opaline 180 g, arte-final com caneta nanquim e retículas feitas graficamente através de indicação em papel vegetal. Clicando sobre cada uma das ilustrações você as verá ampliadas.
SE SEU CHEFE NÃO TIVER MUITAS VIRTUDES, UM PUXA-SACO CRIATIVO HÁ QUE INVENTÁ-LAS.
UM PUXA-SACO COMPETENTE SABE TRATAR COM MUITA AMABILIDADE E DEFERÊNCIA A MULHER DO CHEFE.  
Ainda que na sua repartição hordas de maledicentes falem, pelas costas, que a mulher do chefe é um dragão, um verdadeiro jaburu e uma cobra das mais peçonhentas, o puxa-saco gabaritado sabe que o correto é transferir para a referida esposa todo o respeito e afeto que sente pelo seu imaculado chefe, ganhando a confiança e a cumplicidade da madame em quaisquer eventualidades.

17 dezembro 2018

Caetano Veloso levado ao Tribunal na Bahia, João Jorge Amado e Setúbal.

Para inviabilizar uma ação de justa causa requerida por certo patrão contra uma sua funcionária, um sagaz advogado lança mão de seus conhecimentos extra-judiciais e produz um inaudito arrazoado que leva ao TRT o trabalho de Caetano Veloso, utilizando como irrefutável argumento um popular verso do cantante e compositante consagrado mundo afora. Este é um dos casos reais ocorridos no âmbito do TRT da Bahia. Onde mais, onde mais? Afinal, isto aqui ô, ô, é um pouquinho de Brasil, ai, ai. Este caso e dezenas de outros estão compilados no livro Pequeno Anedotário do TRT da 5ª Região, com textos deliciosos de João Jorge Amado e ilustrações de Setúbal que, obviamente, sou eu mesmo, sendo que de uns tempos para cá estou me assemelhando mais e mais a certas figuras que têm o questionável hábito de falar de si mesmo na terceira pessoa, sendo bom você, caro leitor, a exemplo de um estoico escoteiro, ficar sempre alerta pois isto pode pegar qual gripe ou conjuntivite. 
Como o caso em pauta é desses que a gente gosta e se enrosca, assim como o texto de João Jorge Amado, prazeroso e sucinto, reproduzo-o aqui na íntegra para você se deliciar, gourmet leitor:
"No fim dos anos 60, início dos anos 70, quando o comércio da Rua Chile permanecia aberto até o meio dia do sábado de carnaval, a balconista da Sloper, dizendo-se doente, obteve do INPS, na sexta-feira que antecedia aos três dias oficiais do Carnaval, um atestado médico concessivo de dois dias de licença. No sábado de carnaval foi flagrada pelo gerente, na porta da loja em que trabalhava e em horário de serviço, pulando atrás de um trio elétrico. O patrão pôs a moça no olho da rua, dando motivo a uma reclamação trabalhista em que ela obteve ganho de causa vencendo em toda a linha. O patrão recorreu, mas teve seu recurso improvido em acórdão cujos fundamentos podem ser sintetizados por esta frase do voto de Humberto Machado: "O fato da reclamante sambar em nada constitui ato ilegítimo, pois, como diz Caetano Veloso, atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu..."
Mestre Orlando Gomes, comenta o acontecido em artigo publicado no Jornal da Bahia, de 25 de outubro de 1972 e conclui que: "...duas revelações foram feitas e consagradas com tal segurança e firmeza que a partir desse importante julgado os estudiosos do Direito do Trabalho não podem mais alegar ignorância de que: 
1º) Entre o elenco dos direitos do empregado é de incluir-se, obrigatoriamente, o direito de sambar;
2ª) Entre as autoridades que formam a doutrina trabalhista, é de se inserir Caetano Veloso. 
O direito de sambar tem seus pressupostos de eficácia, tais como:
A) Há de ser exercido em clima carnavalesco;
B) Há de ser praticado na rabada de um trio elétrico."
Em matéria de humor e de fatos insólitos, na Bahia a realidade supera em muito a ficção.
**********A caetanística ilustração desta postagem foi esboçada sobre papel Opaline 180 g, arte-finalizada com caneta nanquim e retícula Letratone. Querendo vê-la mais detalhadamente basta clicar sobre ela, ampliando-a.

10 dezembro 2018

Saudade de Clarice Lispector

"Viva fosse, Clarice Lispector estaria fazendo 98 anos". Leio a frase em um matutino. Quem a escreveu nem sonha que Clarice Lispector está mais viva que nunca, viva, bem viva como Água Viva. Que a Hora da Estrela é agora e sempre, pois esta estrela tem brilho próprio sendo hoje ainda bem mais brilhante que dantes, fazendo luzir sua poesia em nossas mentes e almas, dentro do nosso âmago, Perto do Coração Selvagem de cada um de nós, amantes da seu incomparável tecer poético.
"Eu vou sentir tanta saudade de mim quando morrer." Me digam como é possível uma criatura nascer na distante Ucrânia, em rara e delicada metamorforse tornar-se tão brasileira e em nossa/dela língua escrever coisas com tamanho profundidade, delicadeza e beleza. Fiquei fã da moça desde então e com lápis, nanquim, ecoline e um molho de photoshop fiz este retrato dela em meio à frase que me impressionou e que me fez amar a bela e misteriosa escritora brasileira.
(06/04/13)

09 dezembro 2018

John Lennon e Yoko Ono em retrato traçado por Setúbal.

Neste planeta Terra que um certo Yuri Alekseievitch Gagarin, com insopitável encantamento, afirmou um dia ser azulzinho, infelizmente há um vasto e indesejável número de gente cobiçosa, egoísta, torpe, nefasta, cujas ações nocivas mostram que só querem mesmo é se dar bem enquanto os outros - ah!, os outros - esses que se explodam. Não faltam mesmo os que usam a torto e a direito o nome de Deus para justificar suas atitudes malsãs e enganar os bitolados que fazem questão de usarem e abusarem do sacrossanto direito de serem enganados, dele não abrindo mão por nada. A triste verdade é que religiões costumam serem lideradas por homens que pouco ou nada têm a ver com o que pregam convictamente sem admitirem questionamentos e contestações, usando palavras que juram vindas da boca de seres ditos santificados que costumavam terem contatos privados com o Onipotente em pessoa a qualquer hora sem precisarem protocolar, agendar nada com alguma celestial secretária. Felizmente para a humanidade há também muitos seres que nasceram para deixarem gravadas suas passagens aqui pela Terra com atos marcados pelo respeito ao outro, compreensão, consciência social e política. Estes buscam levar às pessoas mensagens de fé e esperança, traduzidas em seus atos que primam pelo humanismo, atitudes plenas de generosidade, bondade, desapego, solidariedade, amor, respeito, delicadeza e carinho para com o próximo e para com o planeta em que habitamos. Até imaginam um mundo sem possessões, sem ganância ou fome, sem países e sem religiões, um mundo que seja um só para todos, uma irmandade onde todas as pessoas dividam tudo em paz. Esta ilustração mui simplesinha e intencionalmente despojada de JOHN LENNON e YOKO ONO foi por mim esboçada com grafite B e arte-finalizada com caneta nanquim.

06 dezembro 2018

Ademar Gomes, jornalista e escritor, traça o perfil exato dos Puxa-sacos no Brasil em livro ilustrado por Setúbal.

Se você, nobre e altaneiro leitor, não sabe quem é este aí em cima proferindo a frase que um dia diante do Rubicão teria sido dita pelo general romano Júlio César, vou logo lhe esclarecendo que se trata do meu querido amigo Ademar Gomes, escritor e jornalista, um sujeito competente, batalhador, um grande papo, uma figuraça. Fiz a caricatura dele mostrando-o em pleno azáfama de escriba incansável, tendo um charutaço na boca, um copo de um bom vinho na mão e uma máquina de escrever no seu colo magro. Na verdade, Ademar tinha um PC e nele escrevia seus textos jornalísticos e de literatura e acho que devo ter colocado esta máquina por pura sacanagem, vez que meu caráter, que tantos creem sem jaça, não é assim tão imaculado que não comporte pequenos laivos, módicos labéus, diminutas máculas. E sem aquela de "perco o amigo mas não perco a piada", já que Ademar Gomes estava acima, muito acima dessas parvidades existenciais. 
Esta caricatura faz parte do livro O Manual do Puxa-saco, de Ademar, tendo sido esboçada com grafite B sobre papel Opaline 180 g. Finalizei com uma canetinha de ponta porosa, dessas que deslizam gostosamente pelo papel e que parecem desenhar sozinhas. 
Clicando sobre cada uma destas ilustrações você irá vê-las ampliadas.
O BOM PUXA-SACO COMPRA QUALQUER BRIGA DO CHEFE. Ilustração esboçada com grafite B em papel Opaline 180 g, arte-finalizada com caneta de ponta porosa e uma retícula gráfica indicada em papel vegetal.
PUXA-SACO PRECAVIDO SABE O QUE PODE DESENCANDEAR O MAU HUMOR NO CHEFE. Desenho esboçado com grafite B em papel Opaline 180 g, arte-final feita com caneta ponta porosa, retícula gráfica indicada em papel vegetal.
A FOME DO CHEFE REFINADO E A FOME DA PLEBE RUDE. Ilustração esboçada com grafite B sobre papel Opaline 180 g, arte-finalizada com caneta ponta porosa. Retícula aplicada seguindo indicação em papel vegetal.




05 dezembro 2018

Portal do IRDEB, cultura, exposição e grandes artistas.

A beleza negra e as diversas manifestações culturais da Bahia para internautas de bom gosto.
Neste mundo hodierno, as programações que nos oferecem as chamadas TVs abertas - valha-nos Deus! - é um monturo só. As emissoras de rádios não ficam para trás e são - com raríssimas exceções - outro enorme monturo. Mas há, felizmente, o IRDEB, que mantém verdadeiro oásis no éter, a Rádio Educadora, e nos permite acessar em nossos lares a TVE. Ambos costumam nos brindar com músicas e programas de nível elevado, do agrado de pessoas que exigem mais, bem mais que sucessos fugazes de ritmos da moda, muitos de gosto prá lá de duvidoso, digamos assim. Além do mais, tanto a Rádio Educadora quanto a TV Educativa fazem um belíssimo e necessário trabalho de divulgação e preservação da cultura baiana, nordestina e brasileira. No pretérito ano de 2009, o IRDEB criou e vem mantendo com total sucesso e expressivo número de visitas, um Portal que divulga o que há de bom no panorama cultural, em toda sua diversidade. Neste referido Portal, um espaço reservado para as artes pictóricas. E é com a alma lavada e enxaguada nos mares e rios da emotividade, da gratidão e do orgulho artístico, que tenho a honra de ver meu nome e meus trabalhos incluídos e em exibição neste nobilárquico espaço que abriga feras como o saudoso Lage, um gênio do cartum. Quem o Portal do IRDEB acessa, vai ser brindado com magníficas fotos, criativos e informativos vídeos, ver dança, canto, diversificados aspectos do folclore e da cultura. Ah, ainda pode ver, de quebra, as caretas bizarras de Robério Cordeiro e de Guache Marques no Acupe. Ôpa!, êpa! Eu quis dizer, as bizarras Caretas de Acupe e os mui belos trabalhos de Robério e de Guache, gentes boas e de incontestáveis talentos artísticos, além de serem duas mui guapas figuras para quem as pombas riem e as janelas se agitam quando por essas veredas suas finas estampas passeiam. Você, preclaro leitor, pode confirmar minhas palavras sobre os tesouros contidos no Portal, clicando no link abaixo. Acessando o Portal, vá ao tópico Galeria de Imagens para se deliciar com a arte dessa galera e de um grande número de formidáveis artistas gráficos, plásticos e fotógrafos. 
 http://www.irdeb.ba.gov.br/
(04/12/2009)

30 novembro 2018

Jorge Amado, José Saramago e Alberto Moravia em retratos feitos por Setúbal em P&B.

ALBERTO MORAVIA/ Versão 1. Moravia, italiano de Roma, foi escritor, jornalista, roteirista de cinema, crítico cinematográfico, membro do Parlamento Europeu. Retrato executado com bico de pena, fundo feito com nanquim passado sobre aplicação de vela em papel Westerprint 120g.
ALBERTO MORAVIA/ Versão 2. Alguns dos muitos livros que o escritor italiano Moravia escreveu, foram adaptados para o cinema, a exemplo de O desprezo, dirigido por Jean-Luc Godard, e O conformista, de Bernardo Bertolucci. Retrato esboçado em papel Opaline 120 g com grafite 2B, arte-finalizado com caneta nanquim, pincel e nanquim Talens.
 JORGE AMADO, escritor brasileiro, nascido na Bahia, cultuado em todo o mundo. Seus romances tiveram adaptações para a TV, em novelas e minisséries, e para as telas do Cinema. Retrato feito em papel Opaline 120 g, esboçado com grafite 2B e arte-finalizado com caneta nanquim. Fundo feito com retícula xerocada.
JOSÉ SARAMAGO, escritor português, considerado o principal responsável pelo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa. Foi o ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1998. Retrato feito sobre papel Schoeller Hammer / 1G/1R 150g, tendo sido esboçado com grafite B e arte-finalizado com caneta nanquim. Fundo feito com retícula xerocada.

29 novembro 2018

Jorge Luis Borges, Affonso Romano de Sant'Anna e Lina Bo Bardi retratados em cores por Setúbal.

 JORGE LUIS BORGES, escritor, poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta argentino. Esboço com grafite B, arte-final com caneta nanquim, cores feitas com ecoline à maneira de aquarela. Clicando sobre esta e as demais ilustrações você as amplia.
AFFONSO ROMANO DE SANT'ANNA, escritor e poeta brasileiro, nascido em Minas Gerais. Esboçado com grafite 2B, arte-finalizado com caneta nanquim, pintado com tinta ecoline.
Achilina Bo, mais conhecida como LINA BO BARDI, arquiteta modernista ítalo-brasileira, nascida em Roma, Itália. Foi Lina quem projetou o MASP e idealizou e dirigiu o MAMB. Retrato esboçado com lápis e pintado com tinta guache.

27 novembro 2018

Literataços, poetaços e cartunistaços / Postagem no Facebook number 5

Anos e anos de trabalho ilustrando toda sorte de texto para jornais, revistas e livros me possibilitaram a fortuna de manusear e ler em primeira mão originais escritos por quem domina a difícil arte de bem saber escrever. Em injusta contrapartida - hélas, hélas! - também fui obrigado a assistir a um interminável desfile de escribas ilegítimos que se julgam detentores da raríssima habilidade de tratar com intimidade e maestria as palavras. E assim pensando nos impingem uma profusão de escritos, invariavelmente alambicados, acacianos e rebarbativos, acometidos que são por deletérios achaques literários que certamente fazem o velho e bom Machado revirar-se no mausoléu qual um irrequieto dançante de hip-hop. O mais das vezes por tais pretensos literatos ignorarem que são portadores de um grave mal, muito comum neste século, de nome científico egoinfladozitis exasperantis, enfermidade que nem sempre é silenciosa, como muitas vezes é estridente. Empunhando impunemente penas, esferográficas e teclados saem por aí de forma inadvertida atropelando o vernáculo, estuprando métricas e sintaxes incautas, violentando as mais inocentes ortoépias. Tudo tem um limite nessa vida. Foi por não suportar mais conviver com essa gente e suas veleidades malsãs que decidi abandonar meu trabalho na imprensa tupiniquim e desistir de vez de continuar morando em um país de tanta mediocridade travestida de mérito, tanto tráfico de influência torpe, tanta incompetência premiada indevidamente. Hoje, confortavelmente instalado no Soho, aqui na Big Apple, sou a própria imagem da realização. Ah, pobre literato Lima Barreto, pobre Isaías Caminha, obrigado pela necessidade a desperdiçar seus dias em uma redação com aquela corja de peralvilhos. Se houvesse largado tudo e se mandado para um centro mais evoluído como fiz, certamente alcançaria sucesso similar ao que consegui. Hoje, meus céus são de brigadeiro, meus mares são de almirante, minha vida é um mar de rosas e aqui da minha cobertura no Soho, saboreando um maravilhoso Romanée-Conti safra 1892, olho o mundo de cima.
 ***Torcida brasileira, é a última volta do ponteiro! Hoje é o derradeiro dos cinco dias das minhas postagens conforme o inviolável regulamento aqui proposto, se é que há alguma coisa inviolável nesse país. Posto três caricas que publiquei em gazetas e revistas. Cada arte vem acompanhada da respectiva técnica utilizada, não há segredos. Meus mais respeitáveis agradecimentos ao indômito cacique paraense Biratan pelo convite de participar nesse projeto de artistas publicando sua arte no Facebook.

1. AFFONSO ROMANO DE SANT'ANNA E MÁRCIO SOUZA. Papel Opaline, 180 gramas, grafite B, caneta de ponta porosa, tinta Ecoline, lápis Caran D’ache e algumas migalhas de Photoshop.
2. GILBERTO GIL, MARIA BETHÂNIA, CAETANO VELOSO, GAL COSTA no show OS DOCES BÁRBAROS, em sua primeira versão. Papel Opaline, 180 gramas, grafite B, caneta nanquim descartável, tinta Ecoline, lápis Caran D'ache, algumas migalhas de Photoshop.
3. IRMÃ DULCE. Papel Opaline 180 gramas, grafite B, tinta Ecoline, lápis Caran D'ache e umas gotículas de Photoshop.
(12/02/15)

Ramona Fradon, uma desenhista de quadrinhos norte-americana, e seus desenhos maravilhosos / Texto 1.


O mundo das Histórias em Quadrinhos, como qualquer manifestação ou segmento da nossa sociedade, artístico ou não, traz em si sinais evidentes do comportamento humano predominante, sejam positivos ou negativos. Jornais, revistas e TV quando noticiam ou deixam de noticiar qualquer coisa fazem a notícia chegar ao público com as marcas de suas influências, forma de pensar, conveniências, seus interesses comerciais e políticos. Por vezes não noticiar algo também é indicativo claro desses interesses sejam individuais ou de grupos, que no mais das vezes não correspondem aos interesses da população.  Não fosse isso o bastante, ainda há nas coisas veiculadas sinais indicativos do pensamento pessoal, individual de quem escreveu o texto a ser veiculado ou do editor que determinou o tipo de enfoque a ser dado na matéria ou artigo a ser publicado. Para uma multidão de leitores desatentos ou mesmo alienados, tais coisas passam despercebidas. No entanto, há os mais antenados, os atentos, os que leem além do que geralmente se publica, que sabem perceber as coisas contidas nas entrelinhas ou decifrar verdades na forma como foi escrito um texto. Assim é que ódios diversos, preconceitos religiosos ou de cor ou de etnia ou de gênero costumam ser engolidos, consumidos, digeridos, assumidos por milhões de pessoas mundo afora, sem serem filtrados pela mente, com a necessária atenção e bom-senso. E esses ódios e preconceitos são digeridos de forma muito rápida e quase instantaneamente se instalam nos cérebros desses seres mais desavisados. Pessoas assim não conseguem enxergar nos textos e notícias veiculados o racismo, a misoginia, a homofobia,a exclusão social, o reacionarismo, as palavras de ordem do extremismo, a exaltação de líderes nefastos, a propagação de ideias repletas de aberrações sociais e políticas ou coisas menos graves mas, ainda assim, nocivas. Evidentemente um assunto tão complexo como esse não se esgota em uma pequena postagem como essa. Longe, muito longe disso. Mas esse meandro todo serve para colocar em questão o tratamento diferenciado e injusto dado às profissionais mulheres em relação aos homens. E aí volto às histórias em quadrinhos, já que quero me referir especificamente a uma profissional dos quadrinhos de altíssima qualidade, dona de uma extensa e extensa produção dentro do universo da chamada Nona Arte. Essa profissional, uma norte-americana, chama-se Ramona Fradon. Quem?!?, é a pergunta que muitos quadrinhomaníacos se farão por saberem de cor uma extensa lista de nomes e nomes de famosos desenhistas de quadrinhos e  não terem jamais lido algo sobre essa extraordinária desenhista. Justamente porque o tratamento dado a uma mulher profissional não é o mesmo dedicado a homens, como na imensa maioria dos setores profissionais, artísticos ou não artísticos. Como se fosse natural, homens são endeusados e mulheres tratadas como seres que merecem apenas o papel de coadjuvantes e que devem se conformar com isso. Posto aqui alguns desenhos de Ramona para que vejam a fera que ela é e sempre foi. Certamente a reação de muitos será de surpresa ao ver que, sim, já conheciam e admiravam tão lindos desenhos, apenas não sabiam se tratar de uma mulher. Não uma mulher qualquer, uma mulher que provou ao longo de sua vasta e ininterrupta produtividade ao longo de seus atuais 90 anos, que o talento e o poder de realização da bela e sempre amada arte das HQs não é um campo restrito a privilegiados do gênero masculino. Viva, Ramona Fradon com seu maravilhoso talento!
(26/08/16)

Norman Rockwell / Uns caras que eu amo 3

Na Internet temos todos acesso a um incalculável número de belíssimas ilustrações digitais. Artistas realmente habilidosos produzem-nas com inegável competência e é sempre bom ver muitas delas porque são realmente magníficas, deliciosas. Mas uma ideia me ocorre sempre: Norman Rockwell era um artista fantástico que fazia tudo isso que fazem os grandes ilustradores de agora, mas fazia sem utilizar computador algum. Não usava nada além de prosaicos pincéis, tintas e telas. Para ele isto bastava para atingir a fama incontestável de gênio que a faz jus. Com uma vantagem sobre os atuais ilustradores e pintores: ele não se limitava a fazer reproduções perfeitas como muitos o fazem, ele ia muito, muito mais além, tendo uma capacidade de transmitir em minúcias, cenas do sonho americano, o tal american way of life, os anseios, alegrias, emoções de pequenos instantes da vida comum dos cidadãos aos quais dava uma dimensão sem precedentes. A paixão, o preconceito, as descobertas de infância e adolescência, a solidão, os temores, o amor materno e todos os demais amores, a ansiedade, a angústia, a maledicência, a solidariedade, o preconceito mais indizível, a comoção, as certezas, as esperanças. Tudo isto e muito mais traduzindo como ninguém o sentimento do americano médio, do pobre, do rico e da raça humana como um todo. Mostrava ele um olhar atento ao seu tempo, à vida como um todo. Sem jamais esquecer apaixonantes pitadas de humor e a mais refinada ironia. Fazer belos trabalhos gráficos muitos fazem e o computador em muito ajuda nisto. Mas ter o olhar atento e aguçado e ser tão talentoso quanto Norman Rockwell, bem... aí é outra história.
(040513)

26 novembro 2018

As Histórias em Quadrinhos e seus implacáveis inimigos

É inegável que a linguagem das histórias em quadrinhos é envolvente e extremamente comunicativa. Tão impactante é que a grande maioria das pessoas que leem uma HQ pela primeira vez costuma se apaixonar de cara por essa forma de expressão, seduzida pelo seu aspecto visual cheio de alternativas, pelo texto que se alia aos desenhos instigantes, pela criatividade que geralmente os personagens contém, bem como pela forma dinâmica de narrar que aguça a curiosidade dos leitores a cada página lida, assemelhando-se à narrativa do cinema. Essa paixão, que ocorre literalmente à primeira vista, costuma ser duradoura na vida dos que se iniciaram na leitura das histórias em quadrinhos. Mas nem tudo são flores no universo da chamada Nona Arte. Em meados do século passado, quando os quadrinhos começaram a ser publicados em larga escala nos Estados Unidos, logo começaram a alcançar uma grande parcela de leitores e um abrangente espaço no panorama cultural. Tudo corria bem até surgirem ferrenhos opositores da nova linguagem que nela enxergavam uma arma maligna e poderosa capaz de destruir corações, mentes e o próprio país. Um dos mais lamentáveis  ataques aos quadrinhos nos EUA partiu do psiquiatra Frederic Wertham, que em 1954 escreveu e publicou o  livro "A Sedução dos Inocentes", em que atacava impiedosamente os quadrinhos, neles só vendo enormes malefícios. Além dele, um grande número de políticos arrivistas, de religiosos, setores mais conservadores da sociedade ianque  e grupos reacionários colocavam as pessoas em pânico propagando que a sociedade estaria seriamente ameaçada por inimigos tenebrosos, infiltrados silenciosamente em diversas atividades da vida cotidiana dos ianques, prontos a destruir o país e seus inocentes cidadãos. O setor cultural foi uma grande vítima dessa absurda e estapafúrdia mentalidade paranoica. Livros, filmes, peças de teatro, artes plásticas foram atingidos de forma impiedosa pelos ditames de grupos retrógrados sob o pretexto de defender o país e sua coletividade, a moral e os bons costumes, de um ataque maligno que só eles enxergavam com suas mentes equivocadas. Tendo criado o clima de medo e apreensão, os reacionários empreenderam uma pretensa cruzada em nome da moralidade e dos bons costumes, fazendo linchamentos morais e cometendo toda sorte de injustiças contra artistas e escritores, censurando peças de teatro, filmes, fotografias, livros e tudo que eles entendessem como sendo antiamericano.  Perseguição ainda mais devastadora sofreram os quadrinhos, já que contra eles os detratores não se limitavam ao absurdo de impor uma sufocante censura, queriam erradicá-los sumariamente da face da Terra, numa trama maligna idêntica aos planos maquiavélicos dos mais sórdidos supervilões das HQs.
Felizmente para os mais racionais, se essa mentalidade retrógrada influenciou uma parcela menos informada da população, também provocou forte indignação entre pessoas de reconhecido valor nas áreas culturais, bem como de respeitados intelectuais, gente com visão mais equilibrada e vanguardista que se insurgiram contra tanto reacionarismo e possibilitaram aos quadrinhos a possibilidade de existir como o notável meio de comunicação que é. Ruim para os reacionários de plantão, ótimo para os apaixonados pelos quadrinhos. 
(28/10/15)