21 novembro 2017

Agressões e gestos obscenos de jogadores do Flamengo, o monopólio da Rede Globo, o declínio do futebol brasileiro.

Torcida brasileira, muito da derrocada do futebol brasileiro como força mundial se deve à ganância e falta de escrúpulos de grupos de empresários do ramo das comunicações, no caso, a Rede Globo de Televisão e seu nefando monopólio. Graças aos seus obscuros conluios com crapulosos dirigentes da CBF e seus sórdidos interesses financeiros, a dita Rede tornou-se a proprietária do esporte, relegou-o à reles condição de mercadoria, um mero produto a mais na sua grade de programas. Aqui nessa terra brasilis, o futebol não se tornou uma superpotência da bola de uma hora para outra. A esse invejável patamar chegamos com méritos através dos irrefutáveis talentos de grandes craques, verdadeiros deuses dos gramados. Craques como os geniais Pelé e Garrincha, ao lado de outros jogadores maravilhosos, encantaram o mundo inteiro e tornaram a camisa amarelinha a principal referência mundial quando o assunto é o chamado esportes das multidões. Pois a Rede Globo de Televisão, enxergando nesse esporte a possibilidade de ganhos ilimitados, tratou de apossar-se desse filão ultra-super-trilionário. Muito dinheiro correu, muita mutreta rolou, muita gente de moral duvidosa embolsou dinheiros para que, enfim a Rede Globo se tornasse, como de fato se tornou, a proprietária, a dona, a senhora, toda poderosa que manda e desmanda ao que chamamos nosso futebol, que já não é nada nosso, é dos riquíssimos proprietários da Rede Globo. Aquele vergonhoso 7x1 fora-o-baile que levamos da seleção alemã dentro de nossa própria casa não é causa, é consequência desse estado de coisas. Com sua enorme influência, a Globo dita regras, interfere em tabelas, horários de jogos, quem vai ou não para a seleção, quem lá será mantido como craque sem sofrer o açoite dos comentários depreciativos, tão destruidores, dos galvõesbuenos da vida. Usando da força de sua elevada audiência, a Globo sempre impôs seus interesses que muita vez sufocam os interesses dos torcedores e do nosso futebol. Isso se estende da seleção ao futebol de maneira geral, vez que as federações de futebol e os clubes de futebol tornaram-se dela dependentes, e assim ela se nos impõe suas regras e nos faz assistir o que ela quer e quando ela quer que assistamos, privando-nos de acompanhar os times e os jogos que de fato queremos ver, dando prioridade aos programas de sua grade televisiva. Para que a audiência da novela não seja prejudicada, somos forçados a comparecer em estádios ou assistir em casa jogos em horários noturnos proibitivos, criando grandes problemas de transporte e segurança para as prefeituras e cidadãos. Isso se estende aos demais países da América Latina que participam de torneios com clubes brasileiros. Enquanto as coisas seguirem dessa maneira, jogadores de times apadrinhados pela Globo farão o que querem, se estapearão à vontade, e farão seus gestos obscenos no palco que quiserem, sem serem punidos de acordo com o teor de seus atos indignos. E nunca é demais dizer que nós, torcedores brasileiros, o futebol seguirá descendo os degraus do túnel que conduz a um futebol sem brilhantismo nem grandezas, tornando-se um rebotalho, uma sombra apagada do futebol maravilhoso e vencedor que já fomos um dia, e que tanto encantou as plateias de todo esse planeta.

20 novembro 2017

Flamengo, troca de sopapos em campo, Rede Globo e o futebol que virou suco.

Nessa rodada de numero 36 do Brasileirão de 2017, o Flamengo enfrentou o Corinthians, já sagrado, com todos os méritos, o lídimo campeão brasileiro desse corrente ano. Nesse jogo vimos coisas de estarrecer, que nada têm a ver com o dito esporte bretão: dois jogadores do Flamengo, mostrando total despreparo e nenhum pingo de fairplay, se estapearam, se esmurraram, se cuspiram, se arrostaram, trocaram cabeçadas, com direito a gestos obscenos claros para qualquer espectador ver no conforto de seu sacrossanto lar ou de um boteco na esquina, esse mais adequado para assistir tais belicosos e malcriados eventos. Tudo bem debaixo das fuças do árbitro da partida e o sujeitinho fez que nada viu, fez a egípcia, fez cara de paisagem, fez que não era com ele, não. Bom, ocorre que os protagonistas dos lamentáveis acontecimentos são jogadores do Flamengo, time do Rio de Janeiro, apadrinhado pela poderosa Rede Globo de Televisão. A Globo sempre busca preservar coisas e entidades que são dos seus particulares interesses, indiferente aos erros e culpas que possam ter. E quando algum jogador de um time qualquer que não esteja na lista de seus clubes intocáveis, comete uma ação censurável, como uma entrada entendida como muito violenta, a Globo a exibe diuturnamente, com censuras e ares de redentora da moralidade. Alguns acontecimentos deixam atuais deixam isso claro, mas vou me valer de um ocorrido há já algum tempo, mas que achei emblemático, envolvendo um ex-jogador do Timão, o meio campista Rincón que, em jogo com o Fla, disputava a bola com seus adversários e, a todo o momento, valendo-se de seu físico robusto, os desarmava por diversas vezes na partida, anulando-os. Os comentaristas da Globo, sempre parciais, como soem ser os comentaristas em sua larga maioria, fizeram um escândalo, sob alegação de que Rincón era desleal, violento. Um lance em que ele ia na bola e terminava por atingir com o cotovelo o jogador flamenguista foi mostrado em diversos momentos, dias e dias a fio, ganhando uma visibilidade enorme, monstruosa, contundente, não se falava em outra coisa. A mesma propalada preocupação e cuidados não existiram quando os comentaristas globais avalizaram a convocação e titularidade do desajustado Felipe Melo para a seleção canarinho de Dunga na Copa da Espanha. O resultado, sabemos, foi desastroso, vez que o citado elemento, mostrando desequilíbrio e uma índole violenta, foi expulso por agredir o jogador Robben, da Holanda, na Copa do Mundo da África do Sul, manchando o bom nome do nosso futebol. No caso de Rincón, tanto fizeram que os árbitros passaram a marcar de perto o corintiano em todos os jogos, punindo-o com diversos cartões e advertências, com um rigor nada usual. O que ontem, na Ilha do Urubu, os jogadores do Flamengo protagonizaram em campo foi algo vergonhoso que deveria ser punido exemplarmente pelo bem do nosso futebol. Justiça se faça, a Globo noticiou o lamentável episódio, mas o fez em tom ameno, quase de gracejo, como se tudo não passasse de uma lúdica traquinagem dos marmanjos envolvidos. Ninguém da emissora platinada bradou pelas expulsões, nem disse que "a regra é clara!", embora clara, e muito clara, seja. E dese já, podemos antecipar e dizer que não serão punidos de acordo com a gravidade de seus atos. Isso, se punidos forem. Havendo punição (e aqui cabem aspas), será um arranjo, uma passagem de mão pela cabeça, tudo virará algo desculpável, compreensível, aceitável, mesmo que seja tudo escabroso, digno de ser punido exemplarmente. Uma vez mais, os interesses de alguns ditam as normas, o lixo será de novo varrido para debaixo do tapete e nosso futebol, malgrado nosso infindável e já pouco justificável sentimento de eterna superioridade, seguirá cada vez mais sendo uma sombra apagada do que já fomos um dia. 

22 outubro 2017

Deus e o Diabo na tela do sol

 O cinema norte-americano sempre foi uma arma de aculturamento em nossas cabecinhas tupiniquins. Quando ainda um niño de Jesus eu ia ao cinema em Candeias e na telona, linda, panorâmica, vasta e apaixonante, a magia do cinema me pegou para todo o sempre. E vai daí eu, embevecido, via filmes de cowboys metendo incontáveis e imerecidas balas em indígenas que eles, é claro, mostravam como sendo seres sórdidos, cruéis, insidiosos e nada hospitaleiros com o bom e sempre bem intencionados homens brancos ianques, com suas famílias e suas inflexíveis intenções de se instalar em terras consideradas sem dono, já que os indígenas não tinham escrituras lavradas em cartório. A bem da verdade, os autóctones não tinham nem cartório e sequer sabiam nada sobre a funcionalidade deles. Um dia, nesse Brasil brasileiro, mulato inzoneiro, surgiu em cena um cineasta chamado Lima Barreto e eis que ele abocanhou a Palma de Ouro em Cannes mostrando um brasileiríssimo cangaceiro em suas andanças pelo inóspito sertão. Tempos depois veio Glauber Rocha e seu genial Antonio das Mortes que deixou siderados cinéfilos e grandes diretores do planeta, e de quebra nos mostrou Deus e o Diabo se arrostando na Terra do Sol. E eu ali, sempre firme, apaixonado pela temática cangaceiro-e-sertão-do-nordeste. Sempre que faço uma HQ ou um cartum aproveito o tema. E quando pinto, o resultado são coisas como esta pintura aí, um painel de quase 1 metro e meio de largura por 2 metros de altura. Paixão pela temática de sertões e cangaceiros é issaí!
(19/10/14)

Norman Rockwell / Uns caras que eu amo 3



No vasto mar da Internet todos nós, intrépidos internautas, podemos desfrutar do prazer de olhar belíssimas ilustrações que ali foram postadas justamente para que possamos conhecer os trabalhos feitos por habilidosos profissionais. Esses artistas, valendo-se das mais variadas técnicas, produziram desenhos, gravuras e pinturas magníficos. Hoje, graças a sofisticados programas de computadores, qualquer ilustrador tem à sua disposição uma grande gama de possibilidades de produzir belíssimas ilustrações. A informática, sempre providencial, lhe dá múltiplas ferramentas para tornar isso possível, o que nos leva a pensar. Em passado bem remoto, ou nem tanto assim, havia artistas que produziam uma arte deslumbrante e eles não precisaram de computadores para serem os estupendos artistas que foram. Um cara como o ilustrador norte-americano Norman Rockwell, por exemplo, usava os materiais que o século XX lhe permitia usar, ou seja, prosaicos lápis, carvões, nanquim, aquarelas e tintas a óleo, desses materiais que perduram até os dias atuais, acessíveis a qualquer vivente. Isso foi mais que suficiente para ele alcançar a fama incontestável de gênio a que merecidamente faz jus. O grande diferencial estava em seu raro talento em pensar e executar seu ofício, o que o tornou um cara cultuado até essa era digital de tantas possibilidades maravilhosas de hoje. Norman tinha a habilidade para retratar pessoas e cenários de uma forma admirável. Sendo o grande artista que era não se limitava a fazer reproduções perfeitas, coisa que muitos bons artistas o fazem, ele ia além, bem além. Sabia como ninguém transmitir em minúcias a alma das pessoas e o clima de seu país. Seus pincéis mostravam de forma sútil mas evidente o sonho americano, anseios, alegrias, diferenças, incertezas, emoções de pequenos instantes da vida comum dos seus contemporâneos, em uma dimensão sem precedentes. Norman, sem ser panfletário nem estereotipar, fazia uma deliciosa crônica do american way of life. A paixão, as descobertas da infância e da adolescência, a solidão, os temores, as maledicências, o amor materno e todos os demais amores, a ansiedade, a angústia, a solidariedade, o preconceito mais indizível, a comoção, as certezas, as crenças, as esperanças. Tudo isso e muito mais, traduzindo como ninguém jamais o fizera, os sentimentos do americano médio, do pobre, do rico e mesmo os da raça humana como um todo, mostrando um olhar atento ao seu tempo, à vida como um todo. Sem jamais esquecer apaixonantes pitadas de humor e a mais refinada ironia. Fazer belas ilustrações muitos fazem e para fazer belos trabalhos gráficos o computador em muito ajuda os profissionais. Mas criar tendo o olhar atento e aguçado, a sagacidade, o humor e talento de Norman Rockwell, bem...aí é outra história.      

14 outubro 2017

Ramona Fradon: uma mulher talentosa que provou que ser desenhista top de histórias em quadrinhos não é privilégio dos homens.

Quando falamos de histórias em quadrinhos e de seus grandes artistas em todos os tempos, a menção aos EUA é obrigatória, tão vastíssima é a produção norte-americana de tiras e HQs em todos os gêneros possíveis desde que essa forma de comunicação foi levada a leitores do mundo inteiro. Dentre esses leitores, os mais assíduos sabem citar de cor e salteado uma extensa lista com os desenhistas e argumentistas mais afamados e talentosos. No entanto, o talento nem sempre caminha pari passu com a fama e assim, há artistas maravilhosos, excelentes em seu ofícios que apesar de seus invejáveis talentos não têm o nome conhecido nem costumam ser citados pela grande legião dos fãs da Nona Arte. Quando se fala em profissionais, as histórias em quadrinhos são sempre associadas às figuras masculinas. Geralmente as pessoas ignoram que há ótimas profissionais escrevendo ou desenhando HQs. Uma dessas profissionais chama-se Ramona Fradon, uma desenhista espetacular com uma respeitável e diversificada produção de quadrinhos, notadamente na área de heróis ou superheróis como Aquaman, Batman, Robin, Mulher Maravilha, Superman, Supergirl, Superamigos, Lanterna Verde e uma interminável lista mais. Ramona é hoje uma bela senhora de bem vividos 90 anos de idade e iniciou a trabalhar como profissional em 1950, fazendo diversas funções, seja executando desenhos a lápis ou atuando como artefinalista, capista, criadora de personagens. Sempre requisitadíssima, produziu incontáveis trabalhos para a DC Comics e para a Marvel Comics, entre outros grupos notáveis. Ganhou prêmios importantes, sendo que em 1999 ingressou no Woman Cartoonists Hall of Fame, e em 2006 no Eisner Award Comic Book Hall of Fame. Por tudo isso, Ramona pode ser também considerada uma verdadeira Mulher Maravilha. 
Ilustro essa postagem com mais trabalhos de Ramona Fradon. Deliciem-se, amáveis e privilegiados leitores. De quebra, posto uma foto dessa wonder lady para vocês verem com seus próprios olhos que aos 90 anos ela se mantém uma gatinha. E o mais importante: em plena atividade profissional, segue nos brindando com seus desenhos magníficos.
(27/08/16)

J.Bosco, um caricaturista e seu livro de maravilhas

1. Lupicínio Rodrigues 2. Bertold Brecht 3. Martin Luther King
Fui agraciado esse ano com grandes e preciosos livros de assuntos, os mais diversificados: poesias, contos, crônicas, biografia, cartuns, caricaturas. E é justamente sobre um livro de caricaturas em especial que quero falar a vocês, diletos e amados leitores. Trata-se de uma edição primorosa, graficamente muito linda, contendo magnífica mostra da obra de J.Bosco, um artista do cartum, da charge, da caricatura e do grafismo, que veio ao longo dos muitos anos de profissão mostrando uma clara e incontestável evolução de seu trabalho - do traço à maneira de criar e definir seu desenho - até atingir o atual estágio em que se evidencia sua maturidade e os caminhos próprios que adotou para nos brindar a todos nós, seus leitores e fãs. O traço de J.Bosco tem, a meu ver, algo do consagrado caricaturista Loredano. Só há mérito nisso, influências são coisas naturais na trajetória de qualquer grande artista na busca pelo seu caminho pessoal e essa ascendência certamente ajudou Bosco a criar seu trabalho pessoal, maduro, personalíssimo, tão consagrado hoje em todo o Brasil. Seu traço é bonito, suas hachuras são limpas e precisas, sua interpretação lança um olhar novo sobre personalidades já tão amplamente retratadas por outros consagrados caricaturistas. No livro, outra coisa digna de elogios é a cuidadosa seleção das 80 personalidades retratadas. Nada de subcelebridades, só o que há de melhor na música, na literatura, no cinema.  Desfilam pelas páginas do livro nomes como Pedro Almodóvar, Pixinguinha, Penélope Cruz, Cantinflas, Mazzaropi, Tarantino, Jackson do Pandeiro, Glauber Rocha, Groucho Marx, Jean Reno, Sean Connery e outras maravilhas que brindaram a humanidade com seus talentos. Um deleite para os olhos dos admiradores da nobre arte da caricatura, uma fonte generosa de prazer para todos que admiram essa forma de expressão. Eu poderia aqui dizer que Bosco está no apogeu de sua criativa carreira de caricaturista, mas teria que completar dizendo que isso é só por enquanto, a notável evolução do trabalho de JB seguramente vai levá-lo a patamares mais altos e seu traço se tornará ainda mais bonito e preciso, não tenho a mínima dúvida. Para dar uma idéia da excelência do trabalho bosquiniano, ressalte-se que a cultuada revista Gráfica, capitaneada pelo venerado Miran, recentemente dedicou uma de suas disputadas edições ao trabalho desse artista paraense, mostrando que a caricatura brasileira torna-se muito mais rica e admirada com a arte de J. Bosco. 
(Publ. orig. 29/11/15)

13 outubro 2017

Caetano, Glauber, Jorge Amado em uma seleção de artistas e intelectuais do mundo inteiro

De cima para baixo e (sem nenhuma intenção de conotação política) da esquerda para a direita:
Sigmund é Freud/Salvador Dali da Catalunha/Jean Terrible Genet/Fernando Muitas Pessoas/Albert Little Tongue Einstein/Louis Cheeks-and-Arm-Strong/Villa-Índio-de-casaca-Lobos/Charlot Chaplin/Jorge Mui Amado/Caetanos Velosos/Glauber Deus-e-o-diabo Rocha/Marlon Nada Brando/Luciano Gogó Pavarotti/Woody Woodpecker Allen/Nelson Flu-e-Flag Rodrigues/Elvis The Pelvis/Andy Peacehol/Imagine Lennon
(28/03/2014)

03 outubro 2017

Biratan Porto e Max Reis com suas deliciosas crônicas.

De Belém do Pará, onde tenho amigos do peito, recebo um presente digno de rei que um desses amigos fraternos generosamente me envia. Trata-se de algo assaz envolvente, mas não se trata de um disco de carimbó do Pinduca, nem um tecnopop da vibrante, esfuziante e contagiante Gabi Amarantos. É coisa saborosíssima, mas esclareço logo que não é uma tigela recheada de um delicioso açaí. Trata-se de um belo exemplar de Ora, mas tá!. Se você não captou, explico que esse é o título de um livro de crônicas escritas por Biratan Porto e Max Reis. Magistralmente escritas, devo acrescentar, na minha modesta avaliação de apaixonado leitor do gênero, vez que crítico literário não o sou. O livro em si, é bonito, tem belas soluções gráficas para a capa e para os textos internos. Quanto aos autores, caro leitor, como sua mente sagaz e atilada já percebeu, Biratan Porto é aquele cultuado cartunista, autor de belos cartuns premiados mundo afora, por conta de seus desenhos e ideias magníficas, muitas delas abordando temas ecológicos, denunciando desmatamentos e a poluição que atinge criminosamente metrópoles, lagoas, mares e rios. E por falar em mares e rios, Biratan não é nenhum peixe fora d’água quando assume o papel de escriba. Na seara das crônicas ele transita com a mesma desenvoltura com que traça seus magistrais cartuns, exibindo sua proverbial criatividade, uma sensibilidade tocante, reveladora de uma autêntica alma de cronista, que mergulha na sua rica memória afetiva para nos brindar com jogos e folguedos de sua infância saudável, plena de alegrias, ludicidade e descobertas vividas com intensa felicidade por quem foi um típico menino do interior do Pará, para quem as ruas, becos, praças e campos de Castanhal compunham um reino a ser explorado e ele, um rei em seu corcel, intrépido, arrojado, destemido vivenciando toda sorte de possíveis aventuras, momentos épicos e plenos de magia, tão mágicos que um dia viraram letras, palavras, substantivos, adjetivos, verbos e pousaram no papel das páginas que compuseram um dulcíssimo livro de crônicas que li com intenso prazer. Além, muito além dessas reminiscências vai Biratan, passeando também pela ficção com o mesmo olhar observador, atento aos mais discretos detalhes ocultos nos lugares mais recônditos. Mas reservarei isso para abordar em um próximo texto. Neste me cabe contar também sobre seu companheiro de empreitada literária, Max Reis, que vem a ser o outro cronista de Ora, mas tá!. Que formidável dupla formam Biratan e Max Reis! Max, também se vale de sua memória para buscar na infância - igualmente vivida de forma intensa - e na sua juventude as lembranças de amigos fiéis, lugares, folguedos, namoros, as paixões adolescentes e as maduras. Tudo costurado com a mesma linha da emoção, própria de quem sente um perceptível prazer em viver, sempre olhando as coisas de um ângulo bastante pessoal em que se acumulam o humor, o amor, o filosofar, a indagação, a contestação, o apego ao modo de vida próprio dos viventes do Pará, de detalhes simples à primeira vista, mas com uma riqueza e exuberância que Max sabe captar, apreender e revelar aos leitores de suas crônicas. Não se resume ele a fazer um memorial. Das coisas vividas e vistas ao longo da de sua vida, Max Reis - mostrando intimidade com as palavras – recupera detalhes que agora revela em minúcias, coisas que por vezes escapa aos olhares dos mais desatentos, daqueles muitos que passam pelas coisas olhando sem ver. 
*****Com entusiasmo, aconselho aos que são chegados a uma boa leitura, especialmente de crônicas, que encomendem seu exemplar desse livro de leitura tão convidativa e prazerosa. Para fazer a encomenda do livro basta enviar uma mensagem para http://biratan.cartoon@gmail.com . E é bom você não marcar touca, senão a edição se esgota e aí vai ficar se lamentando. E quem olhar você, no maior desconsolo por ter dado tal bobeira, há de dizer: “Ora, mas tá!”  

23 setembro 2017

As Histórias em Quadrinhos e os Professores Álvaro de Moya, Moacyr Cirne, Sonia Bibe Luyten, Luiz Cagnin, J. Marques de Melo e Waldomiro Vergueiro.

À medida que vou lendo o livro “Os Pioneiros no Estudo de Quadrinhos No Brasil” minha imaginação vai ficando tão livre, leve e solta que acaba por me fazer revisitar minha infância. Nela estou em um cantinho sossegado de minha antiga casa devorando com os olhos uma história em quadrinhos do Spirit. Toneladas de prazer emergindo do argumento e dos fantásticos desenhos de Will Esner. O mesmo valendo para os trabalhos de Flavio Colin, Cannif, Frank Robbins, Luiz Sá e tantos mais que eu lia avidamente. Fantástico. Piramidal. Constato só agora que fui um menino abençoado, contemplado com a grande fortuna de ter um pai esclarecido que, diferente de tantos, não se deixava levar pelas campanhas difamatórias movidas contra as histórias em quadrinhos por setores mais conservadores da sociedade incluindo-se, em extensa lista, políticos arrivistas, religiosos, professores, donas de casa e quantos enxergassem nos quadrinhos um caminho para a perversão em patamares elevados. Esclarecedor, o livro faz um registro de tais barbaridades culturais e serve também para alertar as pessoas de que nem tudo que se publica e se divulga através da mídia merece credibilidade. Jornais, revistas e TVs muita vez veiculam grandes mentiras como sendo expressões da mais autêntica verdade, o que de fato não são. No caso das HQs isso ficou indubitavelmente comprovado graças à atuação de pessoas com uma visão lúcida, despida de preconceitos destruidores, sintonizadas com o avanço do conhecimento. E grandes equívocos foram se desfazendo graças ao denodo dessas pessoas, entre eles notáveis professores. Eles lutaram para que os quadrinhos fossem sendo mais e melhor estudados, compreendidos e aceitos pela sociedade de maneira geral. A luta desses professores fez com que se fossem abrindo espaço nas áreas de produção e preservação do conhecimento, escolas, bibliotecas, universidades. Décadas depois do início dessa peleja contra ferrenhos opositores dos quadrinhos, o panorama tornou-se amplamente favorável para essa forma de expressão e incontáveis eventos vitoriosos aconteceram. Entre eles, a 1ª Jornada Internacional de Histórias em Quadrinhos, em 2011. Ela mostrou a contribuição daqueles que primeiro defenderam a histórias em quadrinhos no âmbito da universidade brasileira décadas atrás. Depoimentos importantes desses pioneiros foram prestados nessa Jornada Internacional. Os organizadores do evento, entendendo que a palavra falada é volátil, houveram por bem registrar tudo nesse livro. Nos créditos do livro ficamos sabendo que a organização de “Os Pioneiros no Estudo de Quadrinhos no Brasil” é dos professores universitários Waldomiro Vergueiro, Paulo Ramos e Nobu Chinen e que a edição é da Editora Criativo. Os depoimentos registrados para a posteridade são dos professores Álvaro de Moya, Antonio Luiz Cagnin, José Marques de Melo, Moacy Cirne, Sonia Bibe Luyten e Waldomiro Vergueiro. O visual gráfico é muito bonito, sendo que a direção de arte é de Yuri Botti. As ilustrações ficaram por cargo do notável Alexandre Jubran que se incubiu de retratar com fidelidade e maestria os autores dos valiosos depoimentos. A quem interessar possa, o adulto que hoje sou faz saber que não me transformei em um marginal, como reacionários opositores das HQs vaticinavam que sucederia às crianças e jovens que lessem quadrinhos. Na verdade, tornei-me um profissional da área e tento levar a adultos e crianças momentos tão sublimes quanto os que meus autores preferidos me proporcionaram em minha infância povoada por incontáveis personagens maravilhosos das HQs. A Moya, Cirne, Cagnin, Marques de Melo, Sonia Luyten, Vergueiro e outros aqui não nominados, a todos esses notáveis professores, meus mais sinceros agradecimentos.
(Publicado originalmente em 29/10/2015)

Meio ambiente, a Ilha do Fogo, Ivete Sangalo, Juazeiro, Petrolina


A praça é do povo como o céu é do condor, diz Castro Alves. Pois a Ilha do Fogo é do povo de Juazeiro e Petrolina, afirmam com inteira razão os moradores destas duas urbes. Na região sanfranciscana, ao longo do Velho Chico, que é vastíssimo, há locais de sobra, suficientes  para o Exército dispor para fazer seus necessários treinamentos. Mas uma cúpula militar entendeu de se apossar justamente de um querido quinhão de terra que fica a uns poucos metros de Juazeiro e de Petrolina, de fácil acesso aos moradores que a utilizam há décadas e cujo vínculo afetivo é imensurável. Na Ilha do Fogo há um cruzeiro que mostra a fé dos habitantes, há lendas, há mistérios, há toda uma história de vida passada e presente neste pedaço do Rio São Francisco. Até Ivete Sangalo já contou histórias de sua pré-adolescência por ali, quando nadava nas águas do Velho Chico com amiga, uma puxando a outra por um lençol em heroicas braçadas adolescentes até achar um porto seguro na Ilha do Fogo. Ivete não faz o gênero artista consciente-e-engajada, costuma se envolver apenas com as questões musicais e nunca polemiza em outras áreas, mas oxalá que neste caso decidisse ajudar com sua popularidade aos da sua terra natal dando ao fato uma visibilidade em todo o Brasil e até no exterior. Tanta terra, tanto rio, e o Exército encasquetou de se apossar da História do povo de duas cidades irmãs. E o pior é que um juiz, mostrando que não tem compromisso algum com as legítimas pretensões populares, atendeu às questionáveis pretensões dos militares. E os moradores - coisa mais linda - mobilizaram-se e deixaram claro o que pensam disto, entoando um cântico que diz que " a Ilha do Fogo é do Povo". Não vivemos mais os tempos da ditadura militar quando eles decidiam o que queiram e nos enfiavam goela a baixo. Mas há gente que parece viver ainda nesta época de desmandos e querem tomar do povo de Juazeiro e Petrolina um bem precioso que reflete a História de vida de tantos moradores. Oxalá também  o desejo popular do povo sanfranciscano possa repercutir fazendo o Exercito repensar melhor nos ganhos e perdas, entender que os tempos são outros e que o povo precisa ver o Exército como uma instituição pacificadora que não abusa do seu poder e que está ao seu lado merecendo o respeito do povo de Juazeiro, de Petrolina e de toda a nação. http://www.youtube.com/watch?v=MollgnNbBT4
(Publicado originalmente em 01/11/13)

09 setembro 2017

São Jorge da Mata Escura, uma HQ com as bençãos de Oxossi e Iansã

Mata Escura é o nome de um bairro popular nesta jorgeamadiana cidade de São Salvador da Bahia. É também o mote para o álbum de quadrinhos São Jorge da Mata Escura lançado neste sábado, dia 9 de julho de 2011, no espaço RV Cultura e Arte nesta soteropolitana afrocity. Graficamente belo, o álbum encanta por fatores múltiplos. Quer pelo argumento consistente de Marcello Fontana, quer pela decupagem bem elaborada, quer pelas soluções gráficas e desenhos de André Leal e até pela ousada e elogiável opção de construir o visual da HQ com os traços de 3 diferentes artistas pois os autores abriram espaço para agregar aos desenhos de André a arte de Naara Nascimento e a do sempre festejado Cedraz. Louve-se também o trabalho de cores de Gil Vicent e a produção de Ilan Iglesias e Larissa Martina capitaneando a RV que contou com o suporte financeiro da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia através do Fundo de Cultura. Cenários da capital baiana enriquecem e dão verossimilhança à trama emoldurando a ação dos personagens cada um vivendo seu drama pessoal numa inóspita selva de pedra em que o homem se torna bicho, vira fera e onde Oxossi é o grande caçador.
********Interessados em adquirir um exemplar de São Jorge da Mata Escura devem fazer contato com a RV Cultura e Arte que, aliás, é um templo sagrado para quadrimaníacos em geral, tendo um acervo cult de quadrinhos que é uma maravilha, além de brindar os frequentadores com diversos afagos culturais, entre eles uma bela galeria de arte contemporânea. O site da moçada é o http://rvculturaearte.com , e o telefone de lá é o  (71)3347 4959.

(Public.orig.11/07/11}

29 julho 2017

Diana Panton interpretando Samba de Verão em Inglês. Lindo, lindo.

                                                                  
Em postagem anterior mostrei a vocês, caros, preclaros e fiéis leitores desse bloguito, o show de beleza que é a cantante canadense Diana Panton cantando em Francês a mundialmente consagrada canção, Manhã de Carnaval, de Luiz Bonfá e Antônio Maria. Como o talento da moça é vasto, ela também domina o Inglês e é nessa língua que aqui e agora ela interpreta deliciosamente So Nice, dos brothers Marcos e Paulo Sérgio Valle. Nada mais, nada menos que Samba de Verão, canção também consagradíssima em todo o planeta com mais de 400 gravações por grandes feras da canção mundial e com diversas inclusões em trilhas sonoras de filmes. E a interpretação de Diana é mesmo so nice.  
(12/12/2014)

Maluco beleza: Raul Seixas, cantado pela cantora japonesa Tsubasa Imamura

Enquanto você se esforçava pra ser um sujeito normal e fazer tudo igual, Raul Seixas procurava aprender a ser louco, um maluco total, na loucura geral, almejando ficar, com certeza, um Maluco Beleza. Para gáudio e deleite de nossas almas musicais, ele conseguiu. Tanto conseguiu que sua fantástica arte viajou pelo mundo e cruzou fronteiras chegando até à suave e deliciosa voz da cantora japonesa Tsubasa Imamura que gravou a música de Raulzito, uma canção comprovadamente bela, que na Terra do Sol Nascente fará de um contingente de nipônicos uma imensa e feliz multidão de Malucos Belezas de belos olhinhos  puxados.
(09/11/2014)

Hilda Hilst, fescenina e deliciosa

Pensei em Hilda Hilst, grande e iluminada poeta, e me bateu vontade de ler algo bem fescenino dela. Achei esta poesia com sua marca inconfundível. Se você gosta da boa poesia, certamente gosta de Hilda. Na primeira foto ela com o magistral Zeca Baleiro, seu parceiro em belas composições. Na outra ela com aquela carinha singela de avó pacata e toda convencional. E qualquer um há de pensar como ela pode escrever versos tão iconoclastas com esta carinha meiga aê. Delicie-se agora com a poesia, entonces.
Araras versáteis
Araras versáteis. Prato de anêmonas.
O efebo passou entre as meninas trêfegas.
O rombudo bastão luzia na mornura das calças e do dia.
Ela abriu as coxas de esmalte, louça e umedecida laca
E vergastou a cona com minúsculo açoite.
O moço ajoelhou-se esfuçando-lhe os meios
E uma língua de agulha, de fogo, de molusco
Empapou-se de mel nos refolhos robustos.
Ela gritava um êxtase de gosmas e de lírios
Quando no instante alguém
Numa manobra ágil de jovem marinheiro
Arrancou do efebo as luzidias calças
Suspendeu-lhe o traseiro e aaaaaiiiii...
E gozaram os três entre os pios dos pássaros
Das araras versáteis e das meninas trêfegas.
               (28/11/13)

25 julho 2017

Deus é Fiel porque o Corinthians é Divino! / Timão ê ô

(21/11/2015)

Expressionismo à italiana

Laura Tedeschi é uma talentosa artista italiana que mora na Áustria onde leva a vida a pintar com suas cores expressionistas. Vale a pena conferir o talento da ragazza em seu blog e em seu site no caso de vocês não terem tempo para pegar um avião e dar uma chegadinha em plagas austríacas para admirar de pertinho seu belo trabalho ao vivo e a cores, muitas cores. http://lauratedeschiarte.blogspot.com e www.lauratedeschi.com
(07/07/10)

19 julho 2017

Yuri Lima, artista plástico que mantém viva a bela arte do entalhe

A arte da gravura sempre teve uma forte presença na Bahia. Notadamente a xilogravura onde despontaram grandes nomes, habilidosos gravuristas, notáveis entalhadores. Entalhar é arte que requer do artista grande habilidade no manejo da goiva, que não admite erros ao escavar a delicada madeira. H. Lima, foi um dos maiores entalhadores aqui desse afrotorrão, sendo tão bom quanto artistas consagrados que adotaram tão notável arte como forma de expressão, como por exemplo Calazans Neto e Edízio Coelho que nela fizeram fama. Em sua maioria, os artistas plásticos baianos atuais parecem ter colocado de lado a xilogravura e o entalhe, talvez pelo fato de entalhar ser uma arte que requer um considerável esforço maior ou talvez por optarem por novas formas de expressão. Qual não foi minha surpresa ao saber que o artista Yuri Lima estava mostrando seus trabalhos entalhados em madeira e pintados com tinta acrílica. Surpresa em dobro e agradabilíssima, já que Yuri é filho de H. Lima e seguidor de sua arte de bem manejar a goiva e os pincéis. Fui ver de perto a mostra de Yuri que rolou no Centro Cultural que fica bem ao lado da Prefeitura de Salvador e pude comprovar que ele herdou o talento paterno e seguramente há de trilhar uma carreira tão brilhante quanto à de H.Lima. Aproveitei para posar com os meninos ao lado do artista, próximo a um dos seus trabalhos que certamente cumprem bem a missão de manter viva a bela arte do entalhe na madeira. Axé, Yuri!
(26/09/13)

Yuri Lima e seus entalhes que mostram a Bahia

Nesta informatizada era, grandes contingentes de artistas andam buscando novas formas de expressão em meio a bites, bytes, kilobytes, megabytes, gigabytes. Mas há os que seguem valendo-se de um singelo lápis para passear sua arte pelos caminhos da criatividade. Ou de um trabalhoso bico-de-pena. Ou de pincéis e tintas. Ou de goivas afiadas esculpindo a madeira, como é o caso do meu amigo Yuri Lima, gravador dos bons, como já o fora H. Lima, seu criativo pai, um grande ser humano e talentoso artista que enriqueceu com seus entalhes maravilhosos o panorama artístico desta afrocity chamada Soterópolis. Yuri mostra que traz em seu sangue os genes da boa arte, herdados de H. Lima, seu zeloso genitor. E esses providenciais genes garantem a boa qualidade dos 20 trabalhos de entalhe que Yuri vai expor a partir da próxima segunda-feira, 09 de setembro deste 2013, às 18 hs, no Centro de Cultura da Prefeitura de Salvador, na Praça Municipal ao lado do Elevador Lacerda. Quem gosta de arte entalhada em preto e branco ou em cores deve dar uma passadinha no Centro de Cultura e dar uma conferida no trabalho de Yuri Lima, um seguidor à altura de H. Lima, o cultuado Lima Limão, meu fraterno amigo, um grande entalhador baiano.
(05/09/13)

Gutemberg Cruz e história em quadrinhos: É um pássaro? É um avião? Não, é o Super-Guto!

Desde guri o jornalista Gutemberg Cruz nutre uma imensa paixão pela Nona Arte, popularmente conhecida como histórias em quadrinhos. Ele cresceu e essa paixão cresceu junto. Em épocas de adolescência os amigos da mesma idade se divertiam jogando bola, soltando arraias e pipas, tentando descolar as primeiras namoradas. Enquanto isso, na Sala da Justiça, Gutemberg editava caprichados fanzines sobre HQs que eram sucesso entre os aficionados de todo o Brasil. Santa precocidade, Batman! Para nós, desenhistas, Guto sempre foi um anjo-da-guarda, um grande incentivador, um valioso e incondicional aliado. Organizou diversas exposições com nossos desenhos e com eles editou e publicou jornais, revistas e livros e ainda por cima sempre fez um belíssimo trabalho voluntário como nosso assessor de imprensa, empreitadas árduas até para o homem que veio de Krypton. E nunca recebeu um centavo por isso tudo. Até porque histórias em quadrinhos nunca deram dinheiro a ninguém neste país. Com exceção do pai da Mônica e da Magali, é claro, por méritos seus, trabalhando com afinco até alcançar o Nirvana. Vai aqui um link para você curtir o blog do Guto: http://blogdogutemberg.blogspot.com/ . Guto, véio,  
 receba meu mais fraterno abraço, meu reconhecimento e minha gratidão. Sniff!Burp!Zing!Bang!Crash!Zoom! e Smac! pra você, brode!
(19/07/13)

La polla en verso, Espanha, erotismo e Hilda Hilst fescenina


Da Espanha, a belíssima Espanha, de Pedro Almodóvar e de tanta gente boa, descubro o blog http://lapollaenverso.blogspot.com/ de una chica que se assina apenas d.b e que no perfil se define como uma "periodista, con total autonomia e independencia de los regímenes literarios". De lá extraio estes almodovarianamente singelos e cândidos versinhos que a notável poeta Hilda Hilst, em um dos seus deliciosos momentos fesceninos, certamente assinaria prenhe do mais lídimo orgulho:
Religiosamente tuya
Méteme un dedo por el culo
átame a la silla fuertemente
cómeme la boca y rompe aguas sobre ella
porque hoy es el dia del Corpus Christi
y tú eres el cáliz con el que me alimento.
(10/12/13)

07 julho 2017

Roqueiros David Bowie e Iggy Pop by Jim Hopkins


Hoje dei uma passadinha no blog desta fera da caricatura americana que se chama Jim Hopkins com a intenção de surrupiar, devidamente não autorizado, alguns dos suas magníficas caricas para postar em meu bloguito. A pescaria foi boa e fisguei este magistral desenho do David Bowie e este magnífico Iggy Pop. De repente, entre tantos modelos vi um rosto que conheço bem, já que vejo diariamente no espelho, ou seja, euzinho ao lado de uma gang suspeitíssima. Cheguei a pensar que podia ser um daqueles cartazes de "procura-se" que a gente vê nos filmes da terra do Tio Sam. Acabei descobrindo que aquela galera toda é composta de caricaturistas de países diversos. E o Jim me colocou entre estas feras, veja você. Fiquei pejado do mais lídimo orgulho por ter o reconhecimento de uma fera assim. Aqui na Bahia, caras com o talento dele a gente define como "o cão de calçolão chupando manga". Poliglota que sou, digo pra vocês que lá nos States seguramente devem dizer que Jim é "a devil in a enormous panties licking mango".  Na verdade, o verbo deveria ser sucking, mas tal verbo na Terra do Tio Sam, por questões sexofilosóficas não é visto com bons olhos, nem escutado por bons ouvidos.Para ver mais dos trabalhos do Jim Hopkins clique neste link: http://mugitup.blogspot.com/
(10/09/13)

09 junho 2017

Lançamento do Sketch Book Paulo Setúbal pela Editora Criativo em Sampa.

Exibindo paulo-setubal.jpg
 A vida é um eterno desfilar de surpresas e acontecimentos que nos envolvem, muitas vezes movidos pelas mais insondáveis razões. A nós, nos resta festejar e curtir com intensidade quando taís momentos ofertados são bons motivos de celebração. Pois não é que, para gáudio, honra e subida glória do autor desse bloguito a Editora Criativo estará lançando novos Sketch Books e, entre eles, o Sketch Book Paulo Setúbal, o popular euzinho. Nele tenho oportunidade de apresentar ao respeitável público um bom lote de amostras de meus desenhos, ilustrações e estudos diversos, caricaturas, cartuns, ilustrações e histórias em quadrinhos. Como artista participante da coleção fico radiante por haver sido selecionado para integrar esse panteão de tantas feras do desenho. Os mais de 60 Sketch Books que integram a coleção apresentam uma mescla da produção de talentosos artistas, sendo que alguns desses artistas já têm alguma quilometragem no campo das Artes, mas há também as criações de artistas promissores que estão iniciando no campo profissional e também há uma bela seleção de artistas já consagradíssimos, com grandes legiões de fãs Brasil e mundo afora. O lançamento dos Sketch Books pela Editora Criativo acontecerá no próximo dia 11 de junho, domingo, das 13 às 18 h, no Restô & Burgers, na Praça Ana Rosa, 33, Vila Mariana, bem ao lado do metrô Ana Rosa, em Sampa. Ali o aficionado por cartuns, ilustrações e histórias em quadrinhos poderá conseguir um autógrafo do seu autor predileto e até bater um papo com ele para um dia contar para seus futuros netinhos.

27 maio 2017

Tostão, comentarista, Paulo Paiva, cartunista,Tite, técnico do Corinthians bi-campeão do Mundo.


Ilustração de Paulo Paiva, o Profeta Pirado, feita no dia em que o Timão sagrou-se bi-campeão mundial interclubes no Japão.
Acreditem, além daquela arenga inócua e do velho lengalenga habituais daqueles verborrágicos sujeitos que são chamados de cronistas esportivos, há vida inteligente na cobertura do chamado esporte bretão. São poucos, são raros os que compõem esse grupo, mas existem para nos livrar da mediocridade geral que contempla essa nação de tantos amantes do dito esporte das multidões. Acredito eu que entre esses raros bem-pensantes, no melhor dos sentidos, está o Dr. Eduardo, mais conhecido por Tostão. Suas opiniões podem ser lidas no jornal Folha de São Paulo. Poucos são os cronistas mais contidos e discretos, os outros em grande quantidade infestam rádios e TVs e ali destilam uma multidão de lugares-comuns, frases de efeito, opiniões emitidas por conveniência, pretenso entendimento de táticas e do que acontece em campo, visão rasteira do universo pebolístico e uma sórdida conivência com a cartolagem nefasta. Alguns adotam a linha humorística, imaginam-se engraçadíssimos, creem-se criativos. Emitem suas opiniões com ares de professores, mestres, próceres, grandes luminares do assunto. Não são luminares coisa alguma, grande parte dele, seguramente a maioria, fala pisoteando a última flor do Lácio, assassinando friamente nosso léxico. Quanto ao conteúdo, eles quase nunca acertam o alvo, embora tenham suas opiniões em altíssima conta. Grande parte têm ligações nefárias com a cartolagem podre que tanto mal faz ao esporte, trabalham a serviço da escória. Acho que Tostão é um dos raros casos de cronistas que podem ser lidos e ouvidos com respeito e eu procuro ler tudo o que ele escreve por ser ele pessoa idônea, equilibrada, imparcial que conhece tudo do assunto, conhece o país que vivemos, fala o que de fato pensa, mostrando conhecer profundamente o que se passa nas quatro linhas do campo. Não busca afirmação pessoal nem polêmicas baratas. Para traduzir o que penso sobre a conquista do Campeonato Mundial Interclubes pelo Corinthians nesse ano de 2012 vou fazer minhas as palavras do inigualável Tostão. Se os que se apossaram dos destinos do nosso futebol tivessem sua visão e consciência e não pensassem de maneira tão bsessiva em acumular fortunas às custas desse esporte, certamente não teríamos passado o vexame mundial que passamos na Copa do Mundo que viria em 2014, um lábeu do qual nunca nos livraremos. 
Eu e o grande cartunista Paulo Paiva, integramos o bando de loucos da chamada Fiel Torcida. A ilustração dessa postagem, relativa à conquista do Bi do meu amado Timão, é de autoria dele. Quando o Corinthians foi ao Japão enfrentar o Chelsea pela final do Mundial de Clubes, era época em que uns despirocados andavam anunciando e garantindo que o Mundo iria se acabar. Não faltaram os que, acreditando nesta conversa mole, dançaram samba em traje de maiô, mas o mundo não se acabou. E a Fiel, com esse seu formidável bando de loucos, mostrou ao mundo e a quem sabe enxergar as coisas com clareza o que é amar verdadeiramente um time de futebol. Isso rolou em 2012, mas vale a pena see again. Principalmente, porque o autor do texto irretocável é o sábio Tostão:
"Aprendam com o Coringão  
Como escrevo aos domingos e quartas, não sou blogueiro, tuiteiro, não participo de rede social, não trabalho no rádio nem na televisão, gosto de palpitar, ainda não escrevi sobre o jogo do Corinthians e tenho a pretensão de achar que algum leitor queira saber minha opinião, continuo com o assunto, já comentado um milhão de vezes pela imprensa. Você já imaginou se, em uma das defesas de Cássio, a bola tivesse sido chutada um pouco para o lado? Seria gol, e o jogo poderia ter tido outra história. As opiniões seriam diferentes. Tite, certamente, seria criticado, o que seria injusto. Seu trabalho foi ótimo, independentemente do resultado. Diferentemente das vitórias do São Paulo sobre o Liverpool e do Internacional sobre o Barcelona, quando os times brasileiros foram dominados durante toda a partida, o Corinthians fez um jogo equilibrado com o Chelsea.Tite, mais uma vez, acertou ao colocar Jorge Henrique de um lado e Danilo de outro, deixando Emerson livre, como gosta e próximo de Guerrero. O time ficou mais forte, na defesa e no ataque. Parecia um clássico inglês. O Corinthians, no tradicional 4-4-2, com duas linhas de quatro e dois atacantes, enquanto o Chelsea atuava como as atuais equipes globalizadas, ditas modernas, com uma linha de três meias e um centroavante (4-2-3-1). O Corinthians não mostrou nenhuma novidade tática. Apenas executou muito bem o que foi planejado.
Ter um grande conhecimento teórico sobre futebol é essencial para ser um bom técnico. Mas o melhor treinador não é o que sabe mais a teoria. É o que percebe os detalhes subjetivos, nebulosos e faz com que os jogadores executem com eficiência o que foi planejado.O Chelsea mostrou por que foi eliminado na primeira fase da Copa dos Campeões, pelo Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, está muito distante dos primeiros colocados no Campeonato Inglês e, recentemente, foi goleado pelo Atlético de Madri, por 4 a 1, pela Supercopa da Europa. Em resumo, há hoje três maneiras de se jogar futebol. Uma, única, a do Barcelona, que ocupa o campo adversário, fica com a bola e espera o momento certo para tentar a jogada decisiva. Outra, a do Corinthians e de equipes da Europa, de times compactos, que alternam a marcação por pressão com a mais recuada e que conseguem sair da defesa para o ataque com troca de passes. E a terceira, a da maioria dos times brasileiros e sul-americanos, com muitos chutões, jogadas aéreas, excesso de faltas e correria. É uma maneira arcaica de se jogar. Espero que outros clubes brasileiros aprendam com o Corinthians a ser organizados, dentro e fora de campo. Isso já se iniciou no Brasileirão deste ano. Alguns técnicos tiraram a máscara, aceitaram as críticas e, lentamente, começam a mudar. Tomara!"
(21/12/12)

Rosto de homem com luz lateral / Sketchbook 04

Vão Gôgo, sob a pele de Millôr Fernandes, dizia de si: "Enfim, um escritor sem estilo". Sempre achei esta filosofia vãogogoniana um negócio muito, muito supimpa e assaz piramidal. E nunca procurei - ao menos deliberadamente - alcançar um estilo que as pessoas identificassem ao primeiro olhar como sendo meu - como o faz um grande contingente de artistas perseguindo a chamada "marca própria". Ao invés desta meta, por vezes obsessiva para muitos, preferi sempre optar por modos de fazer diversos e de conseguir resultados distintos ao experimentar materiais diferentes. O trabalho resulta sempre em algo meio camaleônico e com gosto de novo, e eu gosto é assim mesmo, já que sou o primeiro a me surpreender com os resultados. Creio que isso renova, revigoriza, evita a mesmice e até uma certa monotonia para quem desenha e pinta boa parte do tempo. Aqui vai mais um estudo de uma série feita na base da watercolor. Às vezes me sinto tentado a parafrasear o Guru do Meyer e sair por aí dizendo: "Enfim, um rabiscador sem estilo."
(04/07/13)

25 maio 2017

Lançamento de 60 maravilhosos Sketch Books pela Editora Criativo.

Apaixonados fervorosos dos cartuns, fãs incondicionais das histórias em quadrinhos, amantes siderados por caricaturas, tiras, ilustrações, correi! É chegada a hora escrever e contar detalhes do lançamento dos novíssimos Sketch Book da Editora Criativo, a editora que é voltada aos ardorosos cultores da Nona Arte e das Artes em Geral.
O evento tão ansiosamente esperado contará com a participação dos mais renomados profissionais da área, só vai dar fera aguardando vocês, sortudos e sortudas, para um bate-papo e para os autógrafos que um dia valerão alguns milhares de dólares nas COMIC-CONS do planeta. Tudo acontecerá no próximo dia 11 de junho, domingo, das 13 às 18h no Jazz Restô e Burgers, ali no Largo Dona Ana Rosa, 33, na Vila Mariana, bem ao lado do metrô Ana Rosa.
Entre os Sketch Books lançados estará o de Paulo Setúbal, euzinho, vejam vocês quanta honra minha figurar ao lado de profissionais do mais alto gabarito, gente admirada pelo desenho e por sua criatividade. Não estarei nesse maravilhoso encontro em presença física, embora lá quisesse ardorosamente estar, conhecendo gente que admiro, revendo alguns amigos feras, batendo papo com profissionais e quadrimaníacos que comparecerão em massa.
Da Bahia, onde resido, desde já estou enviando meus melhores votos de um sucesso mais retumbante. Meus abraço ao pessoal da Editora Criativo e meus parabéns pelo belo trabalho que estão fazendo pelas Artes, especialmente naquela que escolhi para expressar o que penso do mundo.
*****Ilustro essa postagem com um desenho meu que consta no Sketch Book Paulo Setúbal. Abaixo, o texto de divulgação enviado pela Editora Criativo, deixando vocês por dentro de todos os detalhes.

Editora CRIATIVO acredita no desenho, no autor e no talento, e faz MEGA LANÇAMENTO
com mais de 60 OBRAS, simultaneamente
SketchCON I – Art Convention
Um encontro CRIATIVO de autores iniciantes e consagrados, das mais variadas vertentes do lápis e do traço: desenho, ilustração, quadrinhos, mangás, tiras, cartuns, caricaturas etc., com quem gosta de arte. 
A proposta é promover, em ambiente aconchegante, o convívio de mais de 60 autores/artistas presentes, com o público, numa verdadeira celebração do desenho e seus criadores, autografando e batendo um papo, num clima descontraído e fraterno. Uma verdadeira ode à arte e aos seus criadores, um evento único e histórico.
Estarão sendo lançadas mais de 60 obras, em duas diferentes coleções de TIRAGEM LIMITADA“Uma demonstração de amor ao TALENTO e ao IMPRESSO”, declara Carlos Robrigues, publisher da editora.
▪ Coleção SketchBook CUSTOM — são 40 novos álbuns da coleção (que já editou 53 títulos nos últimos 6 meses)que dedica cada volume a um artista atuante no âmbito das artes gráficas. Muito mais que um simples livro de esboços, cada obra retrata os sentimentos, reflexões e a alma do seu autor na sua essência mais pura e inconsequente. Conteúdo para ser admirado e que serve ao mesmo tempo de referência e fonte de inspiração — os volumes são apresentados uniformemente no mesmo padrão elevado de qualidade de produção e impressão, com 64 páginas, papel offset 150g, e capa com orelhas - Coleção SketchBook Custom R$34,90 (cada álbum) 
▪ Coleção PostArt Collection — são 25 obras, cada qual dedicada a um artista, contendo 12 cartões coloridos mais a capa, com artes selecionadas pelo autor, no formato 9 x 9,5 cm, acomodados numa caixinha de acrílico. Impressão em papel couchê de alta qualidade, com aplicação de verniz na frente. E mais um MIMO EXCLUSIVO, um desenho autografado, feito de próprio punho pelo autor — o registro pessoal do artista. - Post Art Collection R$24,90 (cada caixinha)
ADQUIRA PELO SITE!
PRÉ-VENDA com 
20% de DESCONTO (+ Frete)
3x s/juros nas compras acima de R$100,00
EXCLUSIVIDADE CRIATIVO Store
Oferta válida somente no site até (10/06)
(Envio a partir de 12/06/17)
SketchCON I – Art Convention 
PROMOÇÃO EXCLUSIVA NO EVENTO - COMPRE 4, LEVE 5
O público presente ao evento poderá desfrutar de uma vantagem única: adquirindo 4 unidades da mesma coleção(SketchBook CUSTOM ou PostArt Collection) poderá levar 5 obras, e ainda dividir o pagamento em 3 vezes pelo cartão.
MEGA PROMOÇÃO - 30% de DESCONTO no restante do catálogo da editora.
Oferta válida somente no dia do evento.
Serviço:
Entrada franca
Data: Domingo, 11 de Junho de 2017 - Das 13h às 18h
Local: Jazz Restô e Burgers
Largo Dona Ana Rosa, 33 - Vila Mariana [ao lado do Metrô Ana Rosa]
INFORMAÇÕES E DÚVIDAS DO EVENTO NA PÁGINA DA CRIATIVO NO FACEBOOK
https://tinyurl.com/SketchCON-I