28 março 2018

The Beatles e Biratan Porto, caricaturista com letras maiúsculas.

Da maravilhosa e supercriativa série de caricaturas do cartunista Biratan feitas com as letras iniciais dos seus modelos famosos, posto aqui e agora esta maravilha que mostra John, Paul, George e Ringo, os célebres cabeludos de Liverpool que juntos formavam The Beatles, banda inglesa que influenciou milhões de pessoas, causando enormes mudanças em todo este planeta índigo blue e que, segundo uma pletora de gentes, foi mais popular do que aquele outro cabeludo e barbudinho que fazia verdadeiros milagres para agradar seu público seguidor.
(07/06/14)

23 março 2018

Laerte, este banheiro é pequeno demais para nós todas.

"O hábito não faz o monge", diz o velho provérbio. Não é o que pensa o assaz amado, cultuado e aclamado cartunista Laerte, aquele mesmo que causou espécie quando há já algum tempo resolveu escancarar seu closet, assumindo de público que adorava se vestir com femininas vestes e que, gostassem ou não as pessoas, era assim que ele passaria a transitar por ruas, avenidas, becos, vielas, alamedas, bulevares e ágoras a partir daquele seu dia D. D, de Dior. Machões indignos se indignaram, maledicentes maldisseram, maliciosos maliciaram, os ponderados ponderaram e houve até quem resolvesse aderir, como meu amigo, o cartunista baiano Valtério, cabra macho pra dedéu, que no entanto ressalvou que assim só se trajaria no recesso de seu sagrado lar, pois os seus mais conservadores amigos lá de sua terra natal, Ruy Barbosa não iriam entender tal crossdessing adesão. Agora volta à baila o nome de Laerte nas manchetes, vez que o moço - que já não se declara moço, preferindo usar o termo no feminino - anda dizendo que o fato de se vestir com roupas femininas lhe franqueia o direito a usar o toilette em cuja porta sói ser pendurada a plaquinha "Elas", seja em bares, shoppings, cinemas ou quaisquer outros espaços públicos. Os mesmos espaços, amável leitor, em que sua imaculada mãezinha frequenta quando premida por inadiáveis necessidades fisiológicas. Muitos dos que concordam que Laerte tem todo o direito a usar as calçolas e anáguas que quiser discordam frontalmente desta nova reivindicação do travestido novel. Quanto às mulheres deste país, muitas se revoltaram com a pretensão do cartunista. Entre outras alegações, afirmam que o banheiro feminino é um inviolável santuário onde a mulherada fica à vontade para retocar a maquiagem, fofocar à vontade e decidir quem é que vai ficar com o ruivo de bigode e óculos ou com o moreno de bigode e cavanhaque com o qual saíram. Abrimos espaço aqui neste assaz democrático blog para publicar uma epístola que nos foi enviada pela egrégia Presidenta do Grupo W.C. LIMITED, a honorável Sra. Eva Gina dos Prazeres, em que ela, afirmando falar em nome de todo o sexo frágil, se diz indignada e enumera razões para o impedimento das pretensões do Senhor - ou Senhora - Laerte que, segundo ela afirma, não podem prosperar em nome dos direitos inalienáveis de todas as mulheres. Entre outras coisas, diz a missiva: "1.Há que se levar em conta que mesmo vestindo-se de mulher o Sr./Sra. Laerte continua sendo um homem e que, assim sendo, traz em si todos os hábitos horrorosos inerentes aos machus latinus desde o Éden, como o de não levantar a tampa da privada quando vai urinar. 2.Há também que se considerar que as fotos do Sr./Sra. Laerte mostram que ele atualmente está parecendo um mix da abilolada Janaína Paschoal e do inesquecível personagem Beiçola, da antiga série televisiva A Grande Família, quando este recebia o espírito da sua mãe e passava a se trajar com as velhas roupas da falecida genitora. Ou seja, sua estética poderia assombrar mulheres que dessem de cara com tal criatura no interior do toilette levando-as a faniquitos de consequências imprevisíveis. 3.Mulheres só vão ao banheiro quando em dupla, é mesmo uma das verdades incontestáveis deste mundo de tantas inverdades, pois o W.C. feminino, como já foi dito, é o sacrossanto espaço onde a mulherada escapa para falar de coisas singulares, exclusivas do universo feminino. Ali soaria estranhíssimo ouvir alguém puxar assunto para falar do último espermatograma que fez ou do seu mais recente exame de próstata. 3.O Sr./Sra. Laerte, que se assume como bissexual, não vê nisso um impedimento para frequentar os banheiros femininos alegando que lésbicas tem livre acesso aos mencionados banheiros. Acontece que lésbicas anatomicamente são impossibilitadas de terem ereções repentinas e incontroláveis, o mesmo não se podendo se afirmar do Sr./Sra. Laerte. Numa situação constrangedora destas, pudicas velhinhas poderiam sofrer uma síncope fatal."  São estas as ponderações da digníssima Presidenta do grupo W.C. LIMITED, que aqui reproduzo por ter tido ao longo de minha vida um elevado apreço pela Sra. Eva Gina, a quem muitíssimo devo. Quanto ao caso em si, caros leitores, eu lavo minhas mãos. No banheiro masculino, é claro.
(27/09/13)

22 março 2018

Biratan Porto, rei da caricatura e soberano do cartum / Pintando o Set


Diversos colegas caricaturistas espalhados pelo Brasil e que se dizem meus amigos fazem caricaturas minhas mostrando um total desrespeito à minha ilustre e imaculada pessoa. É dor de cotovelo desta gentalha que inveja meu nobre sangue indigo blue. Pretendo publicar aqui as caricaturas que estes amigos fizeram ou ainda vão fazer de mim só para mostrar minha grandeza d'alma. Inauguro este Pintando o Set com esta formidável caricatura do piramidal Biratan, paraense lá de Belém, cidade onde nasceu Jesus, segundo certo filosófico jogador de futebol. Bira faz caricaturas geniais com letras do nome das vítimas. Ele pensa que está seguro por estar milhares de quilômetros longe de mim. Deixa estar, jacaré! Dia desses pego um avião e vou aí lhe encher a fuça. De elogios, é claro, que você merece todos e mais uma pletora deles.
Biratan Porto pode ser encontrável no Facebook, onde desfila todo seu charme de nobre mameluco. Ele também mantém um blog que nosotros podemos acessar e os que o acessam tem garantidos acessos de riso. Basta clicar no link:
http://biratancartoon.blogspot.com/
(13/05/13)

09 março 2018

Laerte, Ziraldo, coletes, calçolas e preconceitos.

Fico sabendo pelas gazetas e pela Dona Net que o cartunista Laerte de há muito se confessou um inveterado, contumaz e renitente adepto do uso de femininas vestes e que sendo assim e assim sendo, preconiza aos quatro ventos as delícias de ser um crossdresser, nome com o qual costumam batizar uma pessoa que adota um comportamento pouco convencional já que, sendo de um determinado sexo, sente-se bem vestindo roupas consideradas de uso reservado ao sexo oposto. Não é lá muito sensato concordar com a definição, hoje em dia isso soa como algo bem vago, ainda mais nesses tempos em que sopram ventos metrossexuais, tempos em que, por exemplo, mulheres soem usar terninhos bem ao feitio masculino e ainda assim não perdem o charme e nem podem ser chamadas de crossdresseres. Sou, como milhares de brasileiros, um fã incondicional do trabalho de Laerte, cartuns, tiras e HQs. O cara é uma fera nas ideias e no seu trabalho como um todo, na sua participação como cidadão - ou cidadã - com enorme consciência social e política e invejável destemor como qual arrosta os poderosos de plantão e gangsters políticos de todos os calibres.  E seus saques sobre os assuntos que aborda são sempre definitivos. Acho uma fortuna ter podido ver originais dele quando estive no Salão de Humor de Teresina a convite de meus amigos Kenard Kruel e Albert Piauí alguns lustros se vão. Pranchas de HQ tamanhos extra large, um traço a pincel e nanquim de cair o queixo. Não conheço pessoalmente o Laerte. E isto se deve ao fato dele não ter permitido que isto acontecesse quando me dirigi a ele, também convidado do mesmo Salão. O cara não me deu espaço, negou-me um mínimo de aproximação. Tratou-me com frio desinteresse, secura inequívoca, imensa falta de polidez, com evidente irritação. Saí daquele frustrado encontro achando-o neurótico e um chato de galochas. Não é isso - muito pelo contrário - que ele mostra ser em suas entrevistas e declarações. Laerte mudou seu vestuário e mudou sua forma de ser. Suas mudanças físicas foram grandes, mas não a ponto de se considerar a hipótese do seu mau humor ter sido fruto de uma avassaladora crise de TPM. Talvez ele tão somente não estivesse num bom momento. Ou quem sabe a intuição dele tenha lhe soprado nos ouvidos que eu, sim, era um chato galochante a ser mantido a uma distância segura. Não misturo as coisas e não guardo mágoa, já me bastam neuroses outras em minh'alma. O trabalho dele,  vale repetir, considero um dos melhores que já vi, tanto no traço quanto nas idéias. O mesmo se dá com outro cartunistaço, Ziraldo, que é um profissional consagrado e admirado por todos. No entanto, certo dia vi o pai do Menino Maluquinho na telinha, todo paramentado com seus habituais coletes, em uma entrevista com Leda Nagle e ele desferiu inesperadamente algumas bombas preconceituosas ao vivo e a cores contra as afrogentes desta terra de Jorge Amado, entre os quais estou incluído. E não foi no varejo, foi no atacado mesmo. Afirmou que o baiano é, por natureza, um ser falso e insidioso. Tão estupefato fiquei que fiz aqui uma postagem sobre o lance. Já Laerte, me dá prazer e enorme satisfação ouvir seu discurso claro, límpido, embasado. Nunca o vi dizer coisas tão equivocadas como disse Ziraldo, que se traja de maneira política e geriatricamente correta com seus vistosos coletes podendo desfilar em qualquer ambiente familiar sem causar espantos ou fofocas. Não serei eu a barrar o Laerte em nenhum espaço se ele aparecer envergando uma evasê rosa- choque ou qualquer outra almodovarivana cor. Isto não fere a honra e o amor próprio de nenhum grupo de pessoas ao derredor. Se o sujeito sente-se bem usando calçolas de babados, se a namorada do cara o acha sexy assim, isto é lá com ele e com ela. Entre as atitudes de Laerte e as do cartunista de colete com suas declarações deploráveis, fico com o criador dos Piratas do Tietê. Com calçola e tudo.
(18/10/13)

03 março 2018

Laerte de espartilho, João Ubaldo Ribeiro de fardão e calçolão

Sei muito bem cuidar de minha saúde. Por isso mesmo, como de habitude, vou à quitanda do japonês, que fica ali na esquina, comprar produtos sem nefandos agrotóxicos. Enquanto vou selecionando uma rúcula daqui, uma acelga de lá, um espinafre acolá, noto que há algo de estranho naquela senhora que também separa hortaliças ao meu lado com um chamativo tailleur vermelho. Não sou lá um cara muito perspicaz, sou até meio nefelibata, algo selenita, mas arrisco uma olhadela de soslaio e percebo que ela tem um buço muito, muito espesso. Reparando bem, ela tem mesmo é um considerável bigode e, na verdade, ela não é uma senhora, é um senhor. Trata-se do cartunista Laerte, conhecido crossdresser fazendo suas comprinhas como qualquer vivente. O bigode e a barba não são costumeiros, deve ter saído apressado e não teve tempo de se barbear. Não me apraz posar de reacionário e conservador, mas admito em rápido solilóquio que aquele visual é algo pouco hortodoxo para meus padrões comportamentais. Verdade seja dita, nunca me perguntei como os escritores, pintores e desenhistas que tanto admiro produzem os trabalhos pelos quais tenho confessada admiração. Se usando fraque e cartola, se nus em pelo, se só de bermudas e sem camisa como diversas revistas já mostraram o mundialmente aclamado escritor - e para meu gáudio, meu ex-redator-chefe na Tribuna da Bahia - João Ubaldo Ribeiro. Isto em verdade nunca me importou porque na verdade não é importante, mesmo. O fundamental, óbvio está, é o trabalho em si. Se Laerte prefere criar seus desenhos usando saia, saiote, anáguas, calçolas ou quaisquer outros trajes femininos pouco importa, vale o belo trabalho que ele produz. A propósito,  já que falei do sempre lembrado João Ubaldo, convenhamos que ele, com sua acentuada calva, bigodão e óculos fundo-de-garrafa, está longe de ser um modelo de beleza, destarte não é lá muito estimulante imaginar-se o autor de Sargento Getúlio desfilando todo lânguido por Copacabana e adjacências exibindo seu indebastável plexo em pouco discreto decote, nem com suas pernas cabeludíssimas à mostra, ostentando saltitante um tomara-que-caia ou um vestido de bolero-lero-lero-lero. Ainda por cima deixando à mostra uma parte de sua calçola de babados como é hábito das moçoilas nestes tempos hodiernos. Também não é lá muito salutar imaginar meu nobre amigo Paulo Caruso, o grande cartunista - grande no talento bem como no tamanho - desfilando por aí com seus mais de 2 metros de altura cobertos por um pegnoir tomado emprestado de Dona Julia, sua consorte. Ou deparar-me com o ilustrador Gonzalo Cárcamo, com sua barba hirsuta, vestindo negra negligée em tudo destoando de sua touca Hecha en Chile. Muito menos o lendário cartunista parauara Biratan navegando por igarapés com uma insinuante meia-calça transparente. Sendo eu um livre-pensador, não me pejo de dizer que rezo fervorosamente para que tais amigos não resolvam aderir à nova moda poupando-me de tais visões na vida de minhas retinas tão fatigadas. Ah, também estou estudando um novo horário para continuar a fazer minhas salutares comprinhas na quitanda do japonês sem voltar a me deparar com aquela mui, mui estranha senhora.
(Publicado originalmente em 16/03/12)