31 janeiro 2019

Rapidez e destemor / Frases de Béu Machado 04

Não me deixei paralisar pelo medo, 
fui a mil para baixo da cama!
(Frase de Béu Machado, em seu livro Pensamentando)
(22/09/16)

Impostos que nos são impostos por impostores / Frases de Béu Machado 08

 O governo que vive a aumentar suas tarifas é o que quer reduzir suas tarefas.
(Béu Machado, do seu livro Pensamentando)
23/09/2017

30 janeiro 2019

Travesti frustrado / Frases de Béu Machado 01

Oh, ser humano! Entender-te, quem?
O travesti é frustrado porque tem.
(Frase de Béu Machado, em seu livro Pensamentando)
(220916)

Espelho, espelho meu / Frases de Béu Machado 05

Se eu tivesse medo de cara feia 
nunca chegava na frente do espelho.
(220916)

28 janeiro 2019

Dedos indo e deduzindo / Frases de Béu Machado 21

Depois do exame de próstata, ele saiu convencido de que o dedo do médico estava em perfeitas condições.
(Frase de Béu Machado, do livro Pensamentando)
(300917)

Boca e bocado / Frases de Béu Machado 06

Pior que falar de boca cheia
é ficar calado com a boca vazia.
(Béu Machado, de seu livro Pensamentando)
(220916)

Até que a sorte os separe / Frases de Béu Machado 17

Sempre dei tudo à minha mulher. Será que ia lhe negar um simples divórcio?
(Frase de Béu Machado, de seu livro Pensamentando)
(300916)

22 janeiro 2019

Brado dobrado / Frases de Béu Machado 18

Não posso deixar de erguer minha voz ante tanta violência: "Sooocooorro!"
(Frase de Béu Machado, de seu livro Pensamentando)
(30/09/16)

Das grandes aspirações humanas / Frases de Béu Machado 10

Outra coisa: ralé, rapé; gente fina, cocaína.
(Béu Machado, de seu livro Pensamentando)
230916

Pistoleiro Zen / Frases de Béu Machado 14

Controle-se quando for ofendido. 
Senão você pode errar a pontaria.
(Frase de Béu Machado, de seu livro Pensamentando)
(260916)

Sem atritos: a mulata é mesmo a tal! / Frases de Béu Machado 02

O melhor atrito racial 
foi o que deu origem à mulata.
(Frase de Béu Machado, de seu livro Pensamentando)
(220916)

21 janeiro 2019

In vino vera età / Frases de Béu Machado 15

Algumas pessoas são como o vinho: 
quanto mais velho, mais vinagre.
(Frase de Béu Machado, de seu livro Pensamentando)
(300916)

Suiço não é só isso / Frases de Béu Machado 19

Quero mansão, Mercedes, iate e conta em algum banco da Suiça. Ou será que também não sou um patife?
(Frase de Béu Machado, de seu livro Pensamentando)
(300916)

15 janeiro 2019

Sigmund é Freud e Luciene é ainda mais Freud.




Quando as gentes do mundo se perdem ao buscarem explicações para coisas d'alma humana aparentemente insondáveis, soem dizer "Freud explica."  Mister se faz esclarecer que o Freud evocado nesta ocasiões é o Sigmund, cognominado "Pai da Psicanálise". Seu neto, Lucien, honrou o sobrenome e tornou-se também uma celebridade mas não pela via da Psicanálise. Era um notável artista plástico e faleceu em julho deste corrente ano de 2011. Chamado por um respeitado crítico de "o intérprete da carne e da psique humana na pintura", Lucien jogava na tela tintas pesadas, empunhava seus pincéis com segurança e fúria, fazendo dali surgirem figuras em atitudes e situações que o avô famoso teria que se virar mais que dançarino de hip-hop e usar de toda sua sabedoria psicanalítica para poder explicar ao mundo o que os trabalhos do neto podem almejar dizer. Alemão de nascimento, Lucien foi criado na Inglaterra onde fora morar aos 10 anos de idade e como cidadão britânico viveu até aos 88 anos. Um tempo bastante razoável para incomodar o conservadorismo britânico e o do restante do mundo, incluindo-se os artistas amantes da mesmice que povoam o planeta e a caretice geral que assola a raça humana neste imenso mundo, mundo, vasto mundo.
Para ver mais trabalhos do fabuloso Lucien Freud, basta uma navegada básica na internet, por exemplo, acessando o https://tarjapretarte.wordpress.com/2011/07/10/freud/
(19/09/2011)

O grande cartunista Lage no Portal do Irdeb, em bela homenagem

O IRDEB, Instituto de Radiodifusão do Estado da Bahia, em seu atrativo e bem idealizado portal, está prestando uma bela e justíssima homenagem ao cartunista Lage, amigo inesquecível, cartunista de raro talento e um humor personalíssimo com uma extensa legião de admiradores em toda a Bahia e em todo este mulato inzoneiro chamado Brasil. Não só o público leitor admirava, cultuava, idolatrava Hélio Roberto Lage, seu humor, seus cartuns, seus desenhos. Também os próprios cartunistas os tinham na conta de um artista diferenciado, viam Hélio Lage como uma fera maior dos cartuns, babavam com seus desenhos e sacadas geniais. Quem quiser ver uma deliciosíssima seleção dos trabalhos de Lage, pra conhecer ou pra matar as saudades, é só visitar o belo e diversificado Portal do IRDEB. Você clica aqui neste link, http://www.irdeb.ba.gov.br . 
Acesso feito, você vai lá em Galeria de Imagens onde usufruirá do prazer de se encantar, se divertir, se regozijar com os maravilhosos trabalhos lagenianos.

12 janeiro 2019

Histórias em Quadrinhos no Brasil, seus inimigos ferrenhos e seus incansáveis defensores.


Prof. Álvaro de Moya
Consideradas erroneamente uma forma de expressão nefasta que deveria ser extinta por desviar crianças e jovens dos bons caminhos e ainda por cima atrofiar os cérebros dos leitores transformando-os em marginais irrecuperáveis, as histórias em quadrinhos sofreram implacável perseguição nos EUA. Infelizmente para nós brasileiros, essa onda moralista norte-americana que se iniciou no período da Segunda Guerra, não se restringiu aos States, vindo também a inundar em cheio o Brasil já que em nosso país o reacionarismo sempre se fez presente, não sendo um privilégio dos tempos atuais. Por aqui uma absurda campanha difamatória contra os quadrinhos aconteceu de forma oficial nos anos quarentas, notadamente pelo político Carlos Lacerda. Nessa época foi distribuída entre a população uma famosa cartilha  afirmando que os quadrinhos deveriam ser execrados porque eram inimigos mortais da literatura tradicional,  além de um tenebroso caminho que conduziria  jovens incautos ao banditismo, uma apavorante escola do crime. Tamanhos disparates fizeram com que respeitados escritores e intelectuais mais equilibrados se pronunciassem contra o absurdo equívoco existente em tal campanha. 

Profª. Sonia Bibe Luyten
Professores universitários dentro de suas atividades curriculares foram formando uma resistência contra a difamação orquestrada esclarecendo que os quadrinhos eram, na verdade, uma forma de expressão forte, direta, bela, vigorosa, inovadora. Que essa forma de expressão deveria ser acolhida sem reservas, estudada a fundo, compreendida e divulgada no âmbito acadêmico, como sendo um exemplo positivo da comunicação de massa. Que os quadrinhos não deveriam ser vistos como um inimigo a ser combatido e sim como um poderoso aliado dos docentes na sua árdua tarefa de ensinar, facilitando nas aulas ministradas a compreensão e a assimilação dos ensinamentos. Esses bravos professores, para desconstruir a rede de mentiras sobre os quadrinhos e mostrar o valor que eles continham, usaram de oratória em salas de aulas, fizeram palestras, promoveram debates, escreveram livros e artigos em revistas de prestígio, organizaram mostras e exposições, inclusive a I Exposição Internacional de Quadrinhos, em 1950. Nas universidades eram fortes as resistências, veladas ou explícitas, por parte de muitos que insistiam em não querer enxergar os quadrinhos como uma nova e formidável forma de expressão. Entretanto, tais resistências foram sendo superadas aos poucos até que a força dos quadrinhos se impôs e hoje, além do seu enorme sucesso popular, garantiu oficialmente lugar nas salas das mais respeitadas faculdades e um justo e merecido espaço no pódio científico. 

Prof. Moacy Cirne
A saga das histórias em quadrinhos e sua luta épica para se firmar entre nós como um salutar meio de expressão está em livros diversos escrito pelos bravos e pioneiros professores que nunca foram munidos de visão de raios-x qual a de certo superherói, e ainda assim enxergaram muito além do que outros enxergaram. Um dos bons livros sobre o assunto chama-se Os pioneiros no Estudo de Quadrinhos no Brasil, organizado por Waldomiro Vergueiro, Paulo Ramos e Nobu Chinen, uma edição da Editora Criativo, do ano 2013. Nesse livro estão os depoimentos de professores que foram pioneiros dos estudos das HQs,  pela mudança de conceito e mesmo pela redenção do bom nome dos quadrinhos, entre eles: Álvaro de Moya, Antonio Luiz Cagnin, José Marques de Melo, Moacy Cirne, Sonia Bibe Luyten e Wsssaldomiro Vergueiro. Pow!, bang!, sniff! e kisses!, kisses! procês, amáveis e idolatráveis professores e insignes leitores. 
(28/10/2015)

11 janeiro 2019

Deus e o Diabo na Tela do Sol!


O cinema norte-americano sempre foi uma arma de aculturamento em nossas cabecinhas tupiniquins desde Celia Cruz, quando eu era um niño de Jesus. A TV e a internet ainda não haviam adentrado os lares brasileiros. Os tais bípedes implumes, que tanto se gabam de serem racionais, também ainda não haviam inventado e disseminado as maldades mais torpes, o ódio, a brutalidade e a pedofilia como práticas corriqueiras. Crianças de cinco, seis, sete anos podiam caminhar pelas ruas sem correrem riscos de rapto, violências. Em feriados e finais de semanas, meus pais consentiam e eu, minhas irmãs e meu irmão, pequerruchos desacompanhados de adultos, íamos ao cinema na minha cidade natal, Candeias, na Bahia. E foi através da telona, linda, panorâmica, apaixonante, que a magia do cinema me pegou. E vai daí que eu, embevecido, via filmes de cowboys metendo certeiras e mortíferas balas em indígenas que eles nos mostravam como sendo sórdidos, cruéis e nada hospitaleiros com o bom e sempre assaz bem intencionado homem branco americano, sendo destarte merecedores de todos os letais balaços que recebiam em suas rubicundas epidermes. Depois surgiu em cena nosso Lima Barreto abocanhando, em 1953, o prêmio de Melhor Filme de Aventuras do Festival de Cannes mostrando nas telonas de todo o planeta um brasileiríssimo cangaceiro em suas andanças pelo inóspito sertão nordestino. E o mundo inteiro ficou conhecendo o cangaço e os cangaceiros. O sucesso do filme foi muito além do prêmio recebido, sendo exibido com pompas em mais de 80 países, causando furor na Europa. Só na França ficou em cartaz por quase 5 anos seguidos, uma façanha que nenhum blockbuster norte-americano logrou igualar. Pela vereda aberta por Lima Barreto mais tarde veio o vulcão Glauber Rocha e seu genial Antonio das Mortes e de quebra Deus e o Diabo se arrostando na Terra do Sol. E eu ali sempre firme, cada vez mais apaixonado pela temática do cangaço. Sempre que faço uma HQ ou um cartum costumo aproveitar o tema, mostrando cenários e tipos do sertão do nordeste. E quando pinto telas, muitas vezes o resultado é como o que está na foto, um painel de quase 1 metro e meio de largura por 2 metros de altura, esboçado com lápis 2B e pintados com tinta acrílica, prazer e cangaceirística paixão.
(02/01/15)

06 janeiro 2019

Roberto Rivelino, Friedrich Nietzsche, Sérgio Echigo, Corinthians..

O imenso bigode nietschiniano indica que esse cara aí é um grande e respeitado pensador. Não há como contestar isto, gentis leitores. Embora seus melhores trabalhos legados à humanidade não constem em nenhum dos compêndios da literatura universal, esse rapaz era um grande, um formidável pensador. Ostentando o número 10 nas costas de sua camisa do S.C. Corinthians Brasileiro, sagrado manto, ele pensava, pensava, racionalizava, arquitetava, construía, tecia o jogo do meu glorioso, salve, salve, Coringão do Parque São Jorge. Lá ele chegara ainda imberbe e ali seu bigodinho foi crescendo, crescendo até virar um frondoso e imponente moustache. E seu futebol também cresceu, cresceu, cresceu ainda muito mais, virou craque diferenciado aqui e no vasto universo do esporte bretão. Nós, torcedores mais atilados, já víamos isso nas partidas preliminares, ele arrasando no time corintiano de aspirantes, passagem de muitos para a consagração junto à Fiel. E a galera antenada chegava cedo aos estádios para ver o espetáculo dos aspirantes do Corinthians. Ah, meu Deus!, tantas e tantas alegrias nos deu Riva com sua técnica apurada, sua garra, sua vibração contagiante, tudo tão corintiano demais em sua essência. Sua canhotinha abençoada nos inebriava os olhos, com seus dribles desconcertantes, como o elástico que ele aprendera com Sérgio Echigo - o generoso amigo nissei, ponta direita dos mesmos aspirantes - que Riva lançou ao mundo dando o devido crédito ao amigo. Hoje, o elástico é peça fundamental no repertório de grandes craques do mundo. Sou eternamente grato a Riva como corintiano e como brasileiro já que ele, ao lado de Pelé, Tostão, Jairzinho e outros craques, deu-nos a todos nós, o título mais incontestável que temos de Campeões Mundiais de Futebol, o de 1970. E ainda assim, pasmem, foi injustiçado por culpa de um decisão carregada de burrice do presidente Mateus e seus dirigentes, muito também pela ainda mais burra indução de obtusos cronistas de futebol da época que. em sórdida e difamatória campanha, tiraram de Riva a camisa 10 do Corinthians e quem saiu perdendo com isso foi a Nação Alvinegra, para alegria do Fluminense do Rio que soube dar a Rivelino o devido valor e carinho e ele soube retribuir dentro dos gramados. Negaram-lhe no Corinthians a glória do título de campeão paulista que já estava maduro após 20 anos de espera e aconteceria três anos depois da saída forçada de Rivelino. Quem ficou no prejuízo, nunca é demais repetir, fomos nós, apaixonados torcedores corintianos, que pagamos pela sordidez e a burrice alheias que permeiam o mundo do futebol com insistência. 
Históricos de mediocridades assim deveriam ensinar coisas melhores a dirigentes, torcedores, a certos jornalistas e cronistas de futebol, mas sei lá porque não ensinam e os medíocres e mal intencionados seguem sendo o que são, sendo que alguns ganham fortunas para dizerem com convicção suas asneiras e suas "verdades" distorcidas, contribuindo com cartolas espertalhões e suas políticas nefastas, suas ligações espúrias com emissoras de TV, contribuindo assim para afundar o futebol brasileiro. 
Ainda bem, para todos nós do bando de loucos, que Rivelino é também um craque como ser humano e driblou todas as burrices que lhe fizeram, deu um elástico nas injustiças a ele cometidas e hoje propaga ao mundo o amor e reconhecimento que nutre pelo Corinthians. Merecidamente, desde 2014 Rivelino tem um busto em sua homenagem na sede do Timão. E nessa sede, ao ver o pela primeira vez o busto que o homenageia, Rivelino chorou como uma criança e ali ficou claro que em seu coração o amor pelo Corinthians a tudo superou. Quando falamos nos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, nesse mais que seleto panteão passeia uma formidável legião de maravilhosos e inolvidáveis cracaços de bola e entre eles, com seu moustache niestzchiniano,o inigualável pensador Roberto Rivelino a quem os deuses do futebol legaram seus dribles mágicos, suas fintas desconcertantes, sua cabeça sempre erguida olhando o jogo, seus lançamentos precisos, seus chutes potentes e indefensáveis, sua genialidade enchendo de alegria meu coração torcedor corintiano da adolescência aos dias atuais. Rivelino ficou conhecido por Reizinho do Parque, Riva, Bigode, Curió, Patada Atômica. Para nós, corintianos, ele é o eterno Garoto do Parque São Jorge - Ogun-yê, meu pai! A Riva, a minha eterna, inefável e imensurável gratidão.
(30/05/10)
********* Nesta seção Arte que se reparte de hoje, bretãonístico leitor, você certamente percebeu que adentrei o gramado usando uma tática diferente. No desenho ligeiro e de traços econômicos que fiz de Rivelino, não usei lápis sobre papel, como geralmente sói acontecer. Optei pelo uso do Photoshop, valendo-me do mouse para fazer o traço e a coloração. Só pra variar. Como dizia o Didi Mocó, aí vareia.

Um sol muito negro nos céus do Brasil, Meio ambiente, Folks from EUA. Três ilustrações de Setúbal em P&B.

SOBRE NOSSAS CABEÇAS UM SOL MUITO NEGRO. Ilustração esboçada com grafite 2B sobre papel de diagramação, arte-finalizada com caneta nanquim. Clicando sobre cada ilustração você as vê ampliadas.
NATUREZA EM PERIGO, O HOMEM, O MEIO AMBIENTE. Esboço com grafite B. Na arte-final, pincel Tigre Kolinsky 02, nanquim, guache branco, colagem à mancheia e uso de um trapinho embebido em nanquim à guisa de retículas. 
EUA FOLKS. Lápis dermatográfico white sobre black paper

05 janeiro 2019

O japonês Noboru Yoshihara, o cartunista Biratan, o Boto Tucuxi

Rezam lendas indígenas do misterioso e exótico Pará que quando é noite de perfulgente plenilúnio, o cartunista parauara Biratan Porto sói converter-se no Boto Tucuxi e, assim travestido de Boto, sai por aí Botando geral, atendendo as súplicas de lúbricas moçoilas as quais, depois de devidamente Botadas, passam a ostentar perenemente em suas faces um esgar que denuncia uma intensa satisfação interior, sendo que - para desespero de pais conservadores - não há esculápio que retire de seus rostos tal expressão, como se pode ver nesta fotografia mostrando que Bira-Boto-Tucuxi não brinca em serviço. A imagem comprova de uma vez por todas que tudo que se diz é mais que mera lenda papaxibé ou simples crendice popular. 
Esta belíssima e antológica fotografia que estou usando para ilustrar este post do blog, tomei emprestada do honorável nipônico Noboru Yoshihara. Para ver outras fotos tão incríveis e mais desenhos e caricaturas dele, vá ao seu blog: http://muyukobo.blogspot.com . 
Lembrando aos meus já bem ilustrados leitores apreciadores de cartuns de alta qualidade que sempre vale a pena visitar o blog do Biratan Porto:  
http://biratancartoon.blogspot.com/
Biratan é fera nos cartuns e além do mais, tirando esses incomodativos problemas de Botânica, ele é um cara super do bem, pra lá de porreta. Ainda assim, por pura precaução e para que eu não me me veja obrigado a me valer do meu proverbial domínio de capoeira em uso da mais legítima defesa do que me pertence, deixo um aviso ao Bira que quando vier me visitar aqui nesta afrocity é bom que venha bem mansinho e respeitoso e não ouse Botar pra quebrar se engraçando com meu harém composto de princesas núbias, de loiras oxigenadas e das morenas mais frajolas da Bahia. Sou filho de Ghandi, sou da paz, mas não admito liberdades e ousadias com meu harém, com o qual mantenho a minha mais fiel fidelidade. E tenho dito.
(120813)

02 janeiro 2019

Farofeiros unidos jamais serão vencidos

 Quem pensa que farinha e farofa são privilégios exclusivos das baianas gentes, engana-se em muito. A farofa é uma instituição nacional sempre presente na vida dos brasileiros mais brasileiros. Com tantos entreguistas dando de bandeja nosso ouro negro aos gringos, tem ficado difícil bradar aos quatro ventos que o petróleo é nosso, sem que fiquemos sujeitos a sermos tachados de formidáveis mentirosos, expostos aos motejos, zombarias, comentários sardônicos e risos de escárnio dos que mercantilizam as riquezas pátrias por 30 dinheiros. Por enquanto, ao menos por enquanto, a nós nos resta o orgulho de poder gritar bem alto que, pra consolo geral desta auriverde nação, a farofa ainda é nossa. Em suas diversas variedades ela nos acompanha, constante e fiel, nos eventos mais importantes e confraternizantes de nossa existência neste brioso torrão tropical em cujas densas matas a caucasiana Cecy costumava dar uns créus com o aborígene Pery, ciente de que o único pecado debaixo da Linha do Equador é deixar de comer uma capitosa farofa. 
Esta ilustração que postei aí em cima é uma reprodução de parte de um grande painel que pintei com tinta acrílica sobre tela e que me divertiu muitíssimo haver pintado, pois desde os primórdios de minha existência domino com maestria todas as conjugações do verbo farofar. Mesmo correndo em minhas veias o mais puro sangue indigo blue, sou assumidamente um farofeiro inveterado, contumaz e renitente, plenamente convicto de que a farofa é tudo aquilo de bom que eu já disse e é mais, muito mais. E como farofa é cultura, embora soe esquisito em nossos pavilhões auditivos ela também pode ser chamada de farófia, com i e acento, segundo registra Buarque - o Aurélio, não o Chico. Em verdade, perfulgente leitor, a farofa é mais antiga que se pode pensar, não se limitando a praias e recantos deste patropi abençoá por Dê, sendo ela universal, como podemos atestar vendo inúmeros filmes do neorrealismo italiano que mostram famílias napolitanas numerosas, entre risos e canções populares, farofando na maior felicidade do mundo, uma felicidade que só os privilegiados farofeiros podem experimentar em toda sua plenitude. Pois viva a farofa e vivam esses grandes felizardos do mundo, os farofeiros, sejam italianos, argentinos, brazucas! E antes que as malignas gentes queiram também entregar esta nossa iguaria a quem não a merece, é com a boca cheia de farofa que proclamo num brado: farofeiros do Brasil e de todo o mundo, uni-vos!
(10/05/10)

01 janeiro 2019

Pablo Picasso, Euclides da Cunha, Fernando Namora em retratos P&B traçados por Setúbal.

EUCLIDES DA CUNHA, escritor e jornalista, escreveu o célebre livro Os Sertões baseado nos acontecimentos que viu pessoalmente cobrindo-os como jornalista enviado no final do século XIX a Canudos, Ba,  pelo jornal A Província de São Paulo, atual Estadão. Como correspondente, Euclides testemunhou in loco os fatos que redundaram em um massacre perpetrado pelo exército brasileiro contra uma comunidade de penitentes sertanejos que seguiam o líder religioso Antonio Conselheiro, enxergado pela elite da época como uma feroz ameaça à República do Brasil, o que serviu de pretexto para aterrorizante banho de sangue ordenado pelo governo federal da época, tornando-se um indelével labéu na história do exército. A imprensa, que desde aqueles tempos, sempre foi parcial, chamava os acontecimentos de Guerra de Canudos, não levando em conta que pra se fazer uma guerra são necessários ao menos dois exércitos antagônicos. E em Canudos só havia um único exército. 
Os relatos de Euclides, esplendidamente redigidos, são uma peça fundamental da literatura brasileira. O livro foi traduzido para inúmeras línguas, tendo sido levada às telas de cinemas, TVs e palcos de teatro e até mesmo transformada em ópera. 
Fiz este retrato para um jornal cultural em papel Opaline 180 g, esbocei com grafite HB, arte-finalizei com bico de pena e um trapinho embebido em nanquim Talens para dar o efeito de retículas.
FERNANDO NAMORA, escritor, poeta e médico português. Autor de um grande número de livros, foi galardoado com prêmios literários diversos. Retrato feito em papel de diagramação, esboçado com grafite 2B, arte-finalizado com caneta nanquim e pincel, sobre um fundo xerocado.
Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno Maria de los Remédios Cipriano de la Santíssima Trindad Ruiz y Picasso. Se seu fôlego não der para tanto, pode chamá-lo apenas de PABLO PICASSO ou simplesmente PICASSO. Nasceu na região da Andaluzia, sul da Espanha, na cidade de Málaga, aquela mesma sobre a qual João Gilberto fala na canção, dizendo que "il mio amore è nato a Malaga, il mio cuore resta a Malaga". Foi desenhista, pintor, escultor, gravurista, cenógrafo, poeta, dramaturgo e otras cositas más. Este artista predestinado revolucionou o mundo das Artes onde, para dizer o mínimo, era el perro chupando una manguita. Fiz este retrato do catalão em papel de diagramação, com grafite B, bico de pena e uma maravilha de pincel Winsor & Newton 02.