30 outubro 2020

Michelle Obama, Melania Trump e a grave crise sexual entre as mulheres norte-americanas .

Para os homens americanos, desejo carnal incontrolável significa tão somente aquela irresistível compulsão que os leva a devorar montanhas de suculentos hambúrgueres. Suas ianques esposas é que não  aprovam nem um pouquinho esta preferência carnal demonstrada pelos ianques maridos. E elas vão mais além nas suas queixas, reclamando do fato de que, integrando seus poderosos exércitos, os homens norte-americanos vivem invadindo tudo que é lugar mundo afora e que só não invadem mesmo as Ilhas Virgens nem o Cusaquistão de suas carentes esposas, seja por ataques frontais, seja pelas retaguardas xurriadas lá delas, o que as deixam qual o aracnídeante Peter Parker, subindo pelas paredes do Empire State Building. Imperioso se faz dizer que os apoteóticos e bem sucedidos atentados aos EUA ocorridos naquele fatídico setembro de 2001, mergulharam os filhos do Tio Sam num mar de paranoias, estresses diversos e impotência brochativa generalizada. Com tanta fobia, nem com reza braba os americanos  estão conseguindo fazer o pentágono endurecer. A população, durante a era Obama, andava vendo a coisa preta, menos a primeira-dama Michelle que pelos corredores da Casa Branca circulava reclamando de forma histérica que seu marido, Barack, nunca mais havia adentrado seu Salão Oval, nem comparecia ao Cupitólio. Já a atual primeira-dama, Melania Trump, não vem dando. Não vem dando ao seu quase marido, Donald Trump, nem a ousadia de pegar em sua suave mãozinha em solenidades oficiais, quanto mais permitir a ele ter um rala-e-rola, um vuco-vuco, um nheco-nheco, um lepo-lepo, não liberando ao topetudo a possibilidade de dar um tapa na aranha, fazer ousadia, molhar o biscoito, afogar o ganso, nem muito menos fazer the old and popular tchaca-tchaca-in the butchaca. Quando tenta penetrar na alcova, Trump ouve de Melania que ela não admite penetrações da parte dele, e em seguida a loura lhe grita um sonoro “You’re fired!”. Depois disso, Trump ainda tenta ser Republicano, mas a mulher não se mostra nem um pouquinho Liberal, revelando para ele a sua total rejeição popular. O ex-apresentador, ex-empresário, ex-poliador e ex-croto Presidente, se exaspera e, de tanta raiva, fica todo vermelho, uma cor que não fica nada bem para um presidente ianque de extrema-direita como ele é. Donald Trump, babando de ódio, diz a Melania que vai apontar para ela seu míssil de longo alcance, o que só piora a situação, pois a quase esposa, dando uma estrondosa gargalhada, diz que o tal míssil não passa de uma pistolinha de cano curto. Ainda por cima, descarregada. E que, além do mais, Trump e o norte-coreano Kim Jong-un estão dando muuuito na pinta com esse negócio de a todo instante dizer um pro outro que “meu míssil é maior que o seu”, “ah, é?!, pois o meu é mais potente que o seu!”, “mostra o seu que eu mostro o meu” e coisas realmente muito bandeirosas que estão fazendo aumentar as paranóias dos ianques e assombrando o mundo inteiro. Comenta-se que ONGs feministas americanas, preocupadas com o Produto Interno Bruto, estão importando carregamentos de rapazes latino-americanos sem dinheiro no bolso, sem parentes importantes, vindos do exterior dispostos a dar duro por uns dólares a mais. O fato é que as pudibundas e maldebundas americanas passaram a frequentar compulsivamente os estádios de baseball alegando que lá é o único lugar nos EUA em que elas podem admirar homens fortes e musculosos segurando tacos roliços enormes e rijos, o que sempre as leva ao delírio. Uma loucura! Deus salve a América e as mocetonas americanas, em tão difícil momento.
(290110)

19 outubro 2020

Brasil, bico de pena, artistas, escolas / Arte que se reparte

Comecei a fazer desenhos a bico de pena influenciado pelos trabalhos de alguns desenhistas magistrais, autênticos virtuoses no desempenho dessa técnica milenar. Artistas europeus, chineses, norte-americanos, sul-americanos já fizeram maravilhas valendo-se de uma prosaica pena embebida em nanquim e uma singela folha de papel. De tantos artistas, muita coisa que vi me encantou. Já citei várias vezes, volto a citar, que Percy Lau me deixava atônito com seus desenhos a bico de pena, desde que eu ainda era um niño de Jesus. Esse brasileiro, nascido em Arequipa, Peru, era o cão de calçolão. E chupando manga, quando acaba. Também o eram Poty, Carybé, Aldemir Martins. Tenho o orgulho de ter sido amigo de um dos maiores desenhistas deste planeta, Floriano Teixeira, principal ilustrador dos livros escritos por Jorge Amado. Para meu júbilo, Flori gostava de meu desenho, me recebia sempre em seu atelier e me presenteou com alguns tesouros que fez a nanquim. Com cada um desses artistas, aprendi um pouquinho. Ou muitinho, melhor dizendo. Dá-se que quando trabalhei como ilustrador e cartunista em jornais, em uma era pós-clichês e pré-computadores, eu me vali muito de bico de penas, mesmo não sendo penas de metal para desenhos no sentido exato da palavra, aquelas que substituíram as penas de ave usadas em tempos de antanho. A nomenclatura dada a elas, as tais peninhas, era bico de pato e mosquito, penas metálicas enfiadas em um cabinho de madeira. Também as usei muito, mas sempre preferi trabalhar mais com canetas com tinta nanquim, super práticas, as recarregáveis e as do tipo descartáveis, como a que usei para fazer o desenho acima. É a ilustração de uma crônica falando em escolas municipais, merendas e brasilidade, impressa há já algum tempo, em uma gazeta diária dessa cidade batizada de Soterópolis. Para fazer a aludida ilustração, li com a devida atenção o texto do autor, formulei a ideia que achei de acordo com o conteúdo dos escritos, esbocei com grafite B em papel usada em diagramação e finalizei com caneta nanquim descartável, caprichando nas hachuras que soem caracterizar um bico de pena. Te cuida, Percy!

18 outubro 2020

Torquato Neto e os versos que cantam o fim


Torquato Neto é nome sempre lembrado como um dos co-participantes da construção da Tropicália no sempre rico cenário da música brasileira. Seus versos embelezaram canções e se perpetuaram na história da chamada MPB. Em dia de triste memória decidiu antecipar sua partida deste mundo, tirando a própria vida e nos deixando vazios de novos versos seus. O gesto extremo deste inspirado poeta do Piauí inspirou questionamentos existenciais de um outro versejador talentoso, Caetano Veloso que, estando de passagem pelo Piauí, um dia visitou o pai de Torquato, coisa que, em um canal televisivo, contou em detalhes em comovente relato. Neste encontro, do pai de seu amigo e parceiro Caetano recebeu uma rosa de uma especie conhecida como rosa-menina. Tal gesto emocionou o compositor resultando em "Cajuína", canção memorável que abre com existencial indagação: “Existirmos, a que será que se destina?”. E mais adiante, em outros versos, Caetano diz: “... e se acaso a sina do menino infeliz não se nos ilumina, tampouco turva-se a lágrima nordestina, apenas a matéria viva era tão fina”. 
Para que recordemos o cultuado poeta piauiense, usando grafite B e uma caneta nanquim, fiz este retrato aí no alto que busca falar de um cara amado e da memorável época tropicalista. Aproveito para deixar os versos que ele criou para uma canção linda e tocante - feita em parceria com Edu Lobo - falando de um adeus definitivo, um derradeiro adeus. Vai também um vídeo com a Elis Maravilhosa Regina, acompanhada pelo Zimbo Trio, tornando ainda mais sublime esta canção.
Pra dizer adeus
Adeus
Vou pra não voltar
E onde quer que eu vá
Sei que vou sozinho
Tão sozinho amor
Nem é bom pensar
Que eu não volto mais
Desse meu caminho
Ah, pena eu não saber
Como te contar
Que o amor foi tanto
E no entanto eu queria dizer
Vem
Eu só sei dizer
Vem
Nem que seja só
Pra dizer adeus
(20/11/14)

Dr. Jota Cristo, advogado trabalhista, TRT da Bahia, João Jorge Amado e Setúbal.

Histórias reais, ocorridas verdadeiramente, acreditem, acreditem, por mais inacreditáveis que possam soar. Fatos pitorescos, hilariantes, de causar espécie, risos e gargalhadas, ocorridos no âmbito do TRT da Bahia. Todas elas foram pesquisadas, garimpadas, recolhidas, selecionadas e narradas por João Jorge Amado e resultam em um rico material que está contido no seu livro Pequeno Anedotário do TRT da 5ª Região, editado pela Fundação Casa de Jorge Amado. João Jorge, que por muito tempo trabalhou dentro do dito TRT, teve o discernimento de saber que tantos fatos insólitos formavam um mote riquíssimo, dignos de registro literário. Fui chamado pelo autor para fazer as ilustrações e de tanto gostar das histórias narradas, volta e meia costumo reler, principalmente aquelas que considero mais hilariantes. Uma delas fala de certo reclamante que, em tom solene, disse ao juiz ter por advogado ninguém mais, ninguém menos que o próprio Jesus Cristo, o filho de Deus Onipotente. Achava ele que estava sendo original, mas os juízes já estão habituados a coisas que tais. Ocorre que  nestes tempos em que vemos crescer o descrédito nas chamadas autoridades constituídas, quando uma enorme desesperança geral nas coisas terrenas parece tomar conta das pessoas, são muitos os que buscam se agarrar a deidades diversas na esperança de construir uma ponte com o mundo espiritual que lhes garantam a um só tempo, um lugar nos céus e, de quebra, as coisas materiais que ainda sonha possuir aqui na Terra. Vamos aos fatos: iniciada a audiência, o juiz Cláudio Mascarenhas Brandão, que a presidia, indagou ao reclamante se ele tinha advogado. Como resposta, ouviu:
 "Meu advogado, Doutor, é Jesus Cristo."
Impassível e sagaz, aduziu o juiz:
 “Este daí é muito, muito bom. Infelizmente ele não pode advogar nesta audiência, pois não é inscrito na OAB."
Por estas e outras é que a Bahia foi um dia cognominada a terra da felicidade. 
**********Arte que se reparte: a ilustração desta postagem foi feita em papel Westerprint 180 g, tendo o esboço sido executado com grafite B e a arte-finalização feita com caneta nanquim e retícula Letratone.           

JBosco, Pará, Fafá

Este sujeito aí, com uma batata entre os olhos à guisa de nariz, não é nenhum audaz e heroico compañero de Che e Fidel que em Sierra Maestra arriscava sua própria vida em renhidos e mortais embates contra os esbirros do mendaz ditador Fulgencio Batista y Zaldívia. Bem, combatente ele certamente o é, mas sua trincheira é uma prancheta e sua arma um lápis com o qual dispara certeiros petardos contra o mau-humor, o cara nunca erra o alvo. Estou falando deste mui nobre mameluco, orgulho e glória de Belém do Pará de onde, de algum ponto da selva (de pedra), cria e executa com invejável maestria cartuns, charges, tiras e caricaturas. Conferindo o trabalho deste talentoso cartunista nos links abaixo vocês haverão de concordar comigo quando afirmo que que nem só de Pinduca, Gaby Amarantos e Fafá de Belém vive o maravilhoso Pará.