28 novembro 2020

La Marijuana e seus efeitos benéficos e milacurosos sobre La Cucaracha adicta.

Tradicional, lúdica, assaz alegre, a canção popular mexicana La cucaracha, cuja letra aborda os percalços existenciais de uma barata coxa, é antiquiquiquiquíssima, sendo cantada mui provavelmente desde antes de la Revolución Mexicana. Pela simplicidade e tom lúdico de sua letra e pela alegria contagiante da melodia, a tal barata tornou-se mundialmente tão famosa quanto sua colega kafkaniana - ou kaftaniana, como diria certo apócrifo ministro da educação de um (des)governo de certo país cheio de equívocos - e esta singela canção logrou converter-se em patrimônio cultural da humanidade. Assim como a canção cubana Guantanamera, ela tem variadas letras que se encaixam numa mesma melodia e algumas versões remontam aos tempos de Pancho Villa e Zapata. Uma delas é essa que os bravos rapazes do Kumbia Kings Brown Jr. gravaram. Como o assunto é palpitante e de largo interesse popular, coloco de quebra a versão feita por aquele que mostra ser um legítimo sucessor de Miguel Aceves Mejia, quiçá um seguidor dos passos de de Chavela Vargas, el gran cantante Mario Baez, sendo que, com ligeiras variações, ambas as letras falam em marijuana, coisa seguramente mais antiga e popular que a popularíssima e contagiante canção, e que, segundo os aficionados, não dá cucaracha, digo, não dá barata, mas dá o maior barato. Se bem que se a gente ouve com a devida seriedade, percebemos nas entrelinhas contidas na letra dessa versão que, em verdade, ela traz em si nobres intenções e edificantes propósitos pois preconiza o uso medicinal da planta cientificamente conhecida pelo nome de cannabis sativa, nos dando conta de que a cucaracha é deficiente, sim, mas só não pode caminhar apenasmente porque lhe falta la marijuana pra fumar, de onde se deduz que, fazendo uso medicinal da planta, a deficiente cucarachita pode sair por aí lépida e fagueira e até mandar ver numa dança mariachi sendo, portanto, um santíssimo remédio, uma inquestionável panaceia. De qualquer forma, a prudência alerta para que ouçam a música com moderação, pois  os mais afoitos podem se viciar.
(020616)

26 novembro 2020

Retratando Antonio Conselheiro.

Há desenhistas que arrancam as próprias melenas, às vezes até bem raras, em busca de um estilo pessoal que seja passível de reconhecimento como se dá com sua escrita, cujo modo de delinear as letras as pessoas identificam de pronto. Não foi este o caminho que busquei na minha senda de ilustrador, vez que adoro mudar sempre que possível e o mais que puder, tentar novos rumos, novas linguagens, novas técnicas, buscando fugir da mesmice, de repetitivas soluções gráficas, dos maneirimos, do que é rotineiro. Para mim, fazer a mesma coisa em nome de um estilo pode se tornar algo previsível e mesmo cansativo, desestimulante. Sinto-me mais motivado mudando sempre que possível - geminiano sou - em eterno desafio, tentando surpreender positivamente o público leitor e até mesmo a mim próprio. Nestes retratos de Antonio Conselheiro intentei buscar duas alternativas, dois enfoques diversos. Em uma almejei criar um impacto mostrando em close as marcantes feições de um sertanejo atingido por graves e injustas perseguições que findaram por tirar-lhe a vida. Para tal, utilizei sobre papel ofício uma experimental bisnaga de tinta negra, destas para pintar paredes. Foi uma meleira completa, mas o resultado final me agradou. Na outra, mais clean, usando tinta acrílica fui em busca de um clima semelhante mas agora almejando situar o personagem no seu hábitat recortado por um céu digno de um glauberrochístico filme. Um pincel na mão e uma ideia fixa na cabeça.
(151114)

24 novembro 2020

O sexo e os portugueses ou Fornicar é preciso / U sexu nu mundo 1

Em Portugal o rigoroso inverno de frio cortante muitas vezes impede que a mulher portuguesa faça o devido asseio pessoal, inclusive o íntimo. Aí a coisa fica assaz periculosa, acuda-nos Nosso Senhor do Bonfim, valha-nos Nossa Senhora do Rosário de Fátima pois, em tais casos e em casos que tais,
 das lusas genitálias femininas desprende-se um forte e inevitável odor de bacalhau o que, em verdade, não é privilégio das cachopas e das balzaquianas lusitanas, vez que a natureza humana tem seus irrevogáveis ditames, podendo isto acontecer com qualquer mulher de qualquer parte do mundo que passar um longo período sem lavar o objeto de desejo dos machos da espécie desde o Éden. O grande diferencial está em que se para nós, brasileiros, o tal odor se configura em fator brochante e nada convidativo, para os bravos rapazes lusitanos isto até instiga o apetite sexual pois sabido é o quanto os portugueses adoram comer um bom bacalhau, não dispensam esse acepipe por nada e caem de boca vorazmente quando veem um à sua frente, ora pois, pois. É voz corrente - seja verdade ou maldoso e infundado boato - que o maior problema lá nas terras de Camões e da pessoa de Pessoa é que em grande parte as mulheres ostentam buços tão compridos que são verdadeiros bigodes e, reza a lenda, os bigodes das Marias costumam ser maiores que os bigodes dos Manuéis e Joaquins. Como é muito difícil habituar-se a tal coisa, os gajos portugueses vivem tomando enormes sustos todas as manhãs, ao acordar, abrir os olhos e dar de cara com a cara de sua bigoduda companheira, ai, meu Jesus!, ai, meu padroeiro São Jorge! 
Em todo mundo é cantada em verso e prosa a bravura dos argonautas portugueses, seu arrojo, intrepidez, determinação e coragem diante dos mares bravios e procelosos em tempos das grandes navegações. Mas nos livros, compêndios e almanaques deste planeta não é creditada aos intimoratos lusitanos nenhuma das grandes invenções em prol da Humanidade tais como o automóvel, o telefone, a televisão, o laser, a informática e as calcinhas comestíveis. Tremenda injustiça e falta de reconhecimento para com os gajos lusos já que eles são os responsáveis por uma das mais espetaculares invenções para a raça humana: a mulata brasileira, Ôba, Ôba! Graças à incomensurável libido dos homens portugueses, incontrolável diante das abundâncias carnais das negras amas e mucamas desde o tempo da colonização, é que surgiu esta nova raça superior, a das mulatas sestrosas. Se por um lado a mulata é gostosa, por outro é mais gostosa ainda. O mundo já girou e girou muito desde os tempos coloniais, mas até hoje muitos brazucas ressentidos vivem se queixando que por séculos os lusitanos com suas naus surrupiaram para a corte d'Além Mar quase todo o ouro do Brasil. Para nossa sorte, como as naus saíam das costas brasileiras sobrecarregadas com o precioso metal, os portugas - contra a vontade e mui melancolicamente - viram-se obrigados a abrir mão das preciosas mulatas, deixando-as todas aqui sem imaginar que desta forma nós, brazucas, é que ficaríamos no lucro. Aquela preocupante crise econômica ocorrida há já algum tempo em Portugal é prova incontestável disto, vez que revelou que todo ouro que nos tomaram já se acabou por lá, foi pras cucuias. Em compensação, aqui no Brasil ostentamos por milionário patrimônio uma fartura em mulatas maravilhosas que com suas exuberâncias, reentrâncias e abundâncias valem mais que todo ouro do mundo, ó pá!
(121010)

02 novembro 2020

Homens é que sois.

"Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar… os que não se fazem amar e os inumanos!“ —  Charlie Chaplin             



Perfil de moça com brinco e colar

 Ao ilustrar e pintar sou um eterno amante das variações, buscas, experimentações. Sempre intento variar,  produzir em técnicas diversificadas. Assim, enquanto tento driblar a rotina e a mesmice, procuro alcançar resultados que possam enriquecer as ilustrações e valorizar textos ou postagens em que se insiram. Com persistência e alguma sorte é possível conseguir-se bons resultados que compensam os esforços dispendidos.                                           "Perfil de moça com brinco e colar"/                                       Técnica mista/