25 maio 2019

Roberto Ferri, pintor italiano: um pouquinho mais de sua arte instigante.

Em postagem anterior brindei você, meu cordialíssimo e sapientíssimo leitor, com uns belíssimos trabalhos de um pintor italiano ainda jovem mas extremamente habilidoso no manejo dos pincéis e tintas que segue uma linha clássica de pintura. O nome do ragazzo é Roberto Ferri, um cara veramente meraviglioso. A galera que acompanha este troppo piccolo blog curtiu muito os instigantes trabalhos do itálico pintante. Adesso volto a carga com mais uma dose do talento do signore Ferri para degustação geral da nação. Links até o trabalho de Ferri: http://www.robertoferri.net/ e http://robertoferripittore.blogspot.com/ . Auguri.
(121214)

Esta pena é de morte / Humor de Graça

Florbela Espanca, a Mensageira das Violetas

Quando músicos talentosos decidem-se por fazer uma parceria com poetas maiores, o resultado costuma ser agradável ao extremo. Como quando o cantor e compositor Fagner musicou um lindo poema da maravilhosa Florbela Espanca. A bela melodia por ele criada amalgamou-se com a bela poesia d'a Mensageira das Violetas tornando-se canção popular que milhões cantam pelo Brasil e, acredito, também em Portugal e alhures: "Minh'alma de sonhar-te anda perdida. Meus olhos andam cegos de te ver!" Uau! Florbela Espanca, alentejana, sempre me encantou pela sua poética delicada, ousada, forte, corajosa, inovadora, transgressora, rica, doce e fundamentalmente feminina. Estes predicados aê cabem todos na definição da própria Florbela que abria seu peito nu e libertava um vulcão de sensações e sentimentos que certamente caíam como uma bomba no conservadorismo lusitano do início do século passado. E Florbela, o lirismo e a coragem em pessoa, gritava a todos seu orgulho de ser mulher e de amar como tal. Da carne à alma. Dela, estes versos de deixar babando quem na alma traz a poesia:
O maior bem
Este querer-te bem sem me quereres,
Este sofrer por ti constantemente,
Andar atrás de ti sem tu me veres
Faria piedade a toda gente.
Mesmo a beijar-me a tua boca mente...
Quantos sangrentos beijos de mulheres
Pousa na minha a tua boca ardente,
E quanto engano nos seus vãos dizeres!...
Mas que me importa a mim que me não queiras,
Se esta pena, esta dor, estas canseiras,
Este mísero pungir, árduo e profundo
Do teu desamor, dos teus desdéns,
É, na vida, o mais alto dos meus bens?
É tudo quanto eu tenho neste mundo?
(28/01/14)

07 maio 2019

Ademar Gomes: o escritor, nos revela as normas sagradas que um dedicado Puxa-Saco deve seguir.

NÃO IMPORTA O QUE VOCÊ ESTEJA FAZENDO, NEM COM QUEM. UM CHAMADO DO CHEFE É COISA SAGRADA E UM PUXA-SACO CONSCIENTE TEM QUE LARGAR TUDO PARA ATENDER SEU IDOLATRADO SUPERIOR.
No hilário e revelador MANUAL DO PUXA-SACO, livro escrito por Ademar Gomes, vislumbramos que seu olhar de jornalista atento, presente em cada um dos seus textos, é um agradável apanágio que se nos apresenta amalgamado a um outro, seu humor feito de refinadas ironias. Através deles nos conscientizamos de que - digam o que queiram dizer os maledicentes de plantão - a vida de um Puxa-saco nem sempre é um mar de rosas, um lago de perfumadas gardênias, uma fonte de delicadas orquídeas, um oceano de alvissareiros lírios-da-paz A felicidade pessoal é algo que deve ser preservado, mas acima dela - e bem acima de tudo o mais - está a vontade do amado chefe. O chefe é uma sacrossanta instituição que garante as refeições diárias e o padrão de vida almejado por um Puxa-saco de valor e suas vontades devem ser atendidas incontinente, sem indevidos questionamentos, injustificáveis alegações e inaceitáveis excusas.
**********Quando recebi o texto original de MANUAL DO PUXA-SACO, esta basilar obra de Ademar "Professor Bandeira" Gomes, não pude me conter e li-o de um só fôlego, tão deliciosos eram os escritos de Ademar. Aí então, lesto e presto, esbocei todas as ilustrações usando grafite 2B sobre papel Opaline 180 g. Incontinente, arte-finalizei todos os desenhos com uma dócil canetinha de ponta porosa e indiquei o meio-tom em papel vegetal. Curti à beça o texto hilariante de Ademar e, qual um Narciso soteropolitano, curti também as ilustrações que fiz para ele.
(311218)

Os requisitos fundamentais para quem quer ser um competente Puxa-saco, segundo o escritor Ademar Gomes.

UM PUXA-SACO TEM QUE SER IMAGINATIVO E ENGRANDECER A PLANGENTE PERFORMANCE SEXUAL DE SEU SAGRADO CHEFE.
O criativo e hilariante texto contido no livro MANUAL DO PUXA-SACO, do escritor e jornalista Ademar Gomes, é de imprescindível leitura para os que nestes tempos bicudos almejam sofregamente assomar o pedestal da dignidade puxa-saquística e se regalar com os proventos daí advindos. Só mesmo um escritor com a sagacidade de Ademar para vislumbrar e nos explicar de forma clara e definitiva os imperscrutáveis meandros contidos no puxassaquismo pátrio. Um deles reza que o Puxa-saco digno tem que possuir o dom de engrandecer os feitos do amado chefe, por mais liliputianos que sejam o chefe e seus atos.
**********Quando recebi o texto original de MANUAL DO PUXA-SACO, esta basilar obra de Ademar "Professor Bandeira" Gomes, não pude me conter e li-o de um só fôlego, tão deliciosos eram os escritos de Ademar. Aí então, lesto e presto, esbocei todas as ilustrações usando grafite 2B sobre papel Opaline 180 g. Incontinente, arte-finalizei todos os desenhos com uma dócil canetinha de ponta porosa e indiquei o meio-tom em papel vegetal. Curti à beça o texto hilariante de Ademar e, qual um Narciso soteropolitano, curti também as ilustrações que fiz para ele.

(311218)

Pincel seco e falsa xilogravura em quatro ilustrações feitas por Setúbal.

UMA HISTÓRIA EM QUADRINHOS. Ilustração para um caderno cultural esboçada com grafite 2B, arte-finalizada com um pincel Winsor & Newton number 2 e nanquim Talens, procurando fazer um jogo visual com o branco do papel. Também usei um pincel já velhinho que, igual a um trabalhador brasileiro, não tem direito à aposentadoria. Nele, umas poucas gotas de nanquim para dar esse efeito de pincel seco, técnica que muito aprecio. Clicando sobre cada uma das ilustrações, proeminente leitor, você as verá ampliadas.
CONSULTANDO O AURÉLIO. Arte feita em fakexilo ou fêiquexilo, que é uma falsa xilogravura das mais legítimas. Embora o resultado final lembre de fato uma xilogravura, aquelas que são feitas em madeira esculpidas exaustivamente com goivas, a fakexilo - neologismo que uso para nominar essa técnica antiga - é um desenho feito em um papel de cor preta, preta, pretinha, sendo trabalhado comodamente com guache branco sobre um esboço a lápis. Os tons cinza foram colocados ao final no Photoshop apenas para fazer sobressair a figura que está em primeiro plano.
CAHIERS DU CINÉMA. Esboço feito com grafite B, arte-final com caneta nanquim, pincel 02 e nanquim Talens.
ADEMAR GOMES, UM SÁBIO. Uma das muitas caricaturas que fiz do escritor, jornalista e editor Ademar Gomes, aqui visto no centro da ilustração cercado por duas tabagísticas figuras da política baiana. Desenho feito com grafite B, arte-finalizado com caneta nanquim. Um pouco de Photoshop foi usado para fazer o fundo cinza na intenção de deixar mais soltos os intrépidos personagens.

03 maio 2019

Mirando Carmen Miranda

 
Os deuses das artes de século em século nos mandam pessoas cujo talento artístico está acima, muito acima dos demais. Carmen passou pelo mundo de há muito mas ninguém esquceu sua arte marcante, original e insuperável. Até hoje sua imagem e sua criatividade aparecem em filmes feitos nos mais diferentes países por admiradores incondicionais. Ela está em um filme do genial Woody Allen, na abertura de um dos filmes da série Pantera Cor de Rosa com o incomparável Peter Sellers, em um belo cartum da Betty Boop ou do Tom & Jerry, Bob Esponja ou em tantos mais . Taí, você fez tudo pra gente gostar de você, Pequena Notável. E com prazer milhões de pessoas tinham mesmo que lhe dar seus corações. Eu incluso. Por isto mesmo a todo instante estou traçando, desenhando, pintando sua figura carismática tão admirada por povos de todo o orbe numa homenagem modesta mas plena de sincera admiração. Tudo porque ai ai ai ai ai ailaiqueiú verimuche iú ar tu tu tu tu tu divaine.

Ariosvaldo Matos, um grande escritor ( Trechos da crônica Por quem os sinos dobram, de Ademar Gomes )

"Com a morte de Ariosvaldo Matos desapareceu não apenas um jornalista que honrou a classe pela competência e caráter e que teve destacada participação na história da imprensa baiana, mas também um escritor de grande futuro, cuja carreira foi interrompida em plena fase de criatividade. Com efeito, embora tivesse escrito alguns livros importantes - Os Dias do Medo e Corta-Braço, entre outros - a atividade literária de Ariosvaldo Matos estava apenas no início, já que só pouco antes de morrer começou a se dedicar exclusivamente à literatura. Perdi um mestre, e mais do que um mestre um amigo. Uma amizade fraternal de longos anos, imune a mal entendidos e apesar de trilharmos caminhos quase totalmente opostos, ele dedicado à cultura, à humanidade, eu à porralouquice do mundanismo, ensimesmado no brilho fugaz de meu pequeno mundo. Costumávamos almoçar juntos quase todos os dias. Sozinhos ou com amigos comuns. Foram mais de trinta anos de convivência, de aprendizado, lições inesquecíveis. Ari nunca foi de enrustir conhecimentos. Ao contrário: sentia prazer em transmitir o que aprendera - e sem ares professorais. Sua humildade às vezes incomodava. Não a humildade do hipócrita, do vencido, mas a humildade consciente. PhD em comunicação, Ariovaldo Matos era capaz de escrever sobre qualquer assunto e sempre com a mesma desenvoltura - com formalismo num editorial, e com poesia numa crônica feita em cima da perna para tapar o buraco de algum colaborador ausente.Ari era um homem de diálogo, sabia escutar. Uma virtude rara - hoje e sempre. Era um homem simples, sério. E só pode sê-lo quem é forte. Ele era um forte. Enfrentou algumas vicissitudes ao longo da vida e a todas superou com altivez, sem lamúrias. Jamais importunou os amigos com seus problemas existenciais. Nunca confundiu sua vida profissional com a pessoal. Durante minhas andanças pelo mundo, mantivemos assídua correspondência. Toda semana escrevíamos um ao outro. Suas cartas eram lições de vida, de amor, e muitas delas me encheram de força, de esperança, para enfrentar o desespero dos primeiros meses em terras estranhas.
Avesso a formalismos, nem no seu aniversário Ari gostava de manifestações piegas. Bons amigos, papos inteligentes, bastavam para fazê-lo feliz. Tudo muito simples, à sua imagem e semelhança.
É pena que, até hoje, nenhum órgão cultural tenha se interessado em publicar livros seus inéditos. Esta, sim, a homenagem que Ariosvaldo Matos merece. Nome de rua, não. Nome de rua, no Brasil, até pilantra tem..."
(Publicado originalmente em 07/06/14)

Humor de graça / Dedo-duro dedicado





Humor de graça - Deputados com elevada consciência


Humor de graça - Tem um maluco me olhando no espelho


Humor de graça / Seio muito bem