02 agosto 2020
O Coronga vai às compras.
Em um mercadinho de Pituaçu, bairro soteropolitano, funcionários e clientes (felizmente todos usando máscaras, conforme ditames oficiais) falam alto trocando diversificadas ideias sobre o coronga e a pandemia. Em 40 minutos que os escuto, sem mostrarem um pingo de discernimento nem a menor gota de bom senso, permutam enganos, escambam falácias, mentiras e mais sofismas e distorções dos fatos do que se pode ouvir em horário nobre no JN, mais fakenews que o gabinete do ódio. Tanto escutam quanto proferem toda sorte das mais absurdas inverdades adquiridas de mui suspeitas procedências. E fazem tudo com a mais convicta das certezas, o mais absoluto dos contentamentos nos rostos humildes como se nenhuma epidemia os ameaçasse, nenhum vírus aniquilador os intimidasse, sequer existisse. E ai de alguém que quiser contestar qualquer coisa que afirmam, falar algo que soe sensato, embasado ou emitir qualquer verdade fundamentada. Será trucidado sem piedade.