Histórias
reais, ocorridas verdadeiramente, acreditem, acreditem, por mais inacreditáveis que possam soar.
Fatos pitorescos, hilariantes, de causar espécie, risos e gargalhadas,
ocorridos no âmbito do TRT da Bahia. Todas elas foram pesquisadas, garimpadas,
recolhidas, selecionadas e narradas por João Jorge Amado e resultam em um rico
material que está contido no seu livro Pequeno Anedotário do TRT da 5ª Região, editado
pela Fundação Casa de Jorge Amado. João Jorge, que por muito tempo trabalhou
dentro do dito TRT, teve o discernimento de saber que tantos fatos insólitos formavam um mote riquíssimo, dignos de registro literário. Fui
chamado pelo autor para fazer as ilustrações e de tanto gostar das histórias narradas, volta
e meia costumo reler, principalmente aquelas que considero mais hilariantes.
Uma delas fala de certo reclamante que, em tom solene, disse ao juiz ter por advogado ninguém mais,
ninguém menos que o próprio Jesus Cristo, o filho de Deus Onipotente. Achava
ele que estava sendo original, mas os juízes já estão habituados a coisas que
tais. Ocorre que nestes tempos em que vemos crescer o descrédito
nas chamadas autoridades constituídas, quando uma enorme desesperança geral nas coisas
terrenas parece tomar conta das pessoas, são muitos os que buscam se agarrar a
deidades diversas na esperança de construir uma ponte com o mundo espiritual
que lhes garantam a um só tempo, um
lugar nos céus e, de quebra, as coisas materiais que ainda sonha possuir aqui na Terra. Vamos aos fatos: iniciada a audiência, o juiz Cláudio Mascarenhas Brandão, que a presidia, indagou ao reclamante se ele tinha advogado. Como resposta, ouviu:
"Meu advogado, Doutor, é Jesus Cristo."
Impassível e sagaz, aduziu o juiz:
“Este daí
é muito, muito bom. Infelizmente
ele não pode advogar nesta audiência, pois não é inscrito na OAB."
Por estas e outras é que a Bahia foi um dia cognominada a terra da felicidade.
Por estas e outras é que a Bahia foi um dia cognominada a terra da felicidade.
**********Arte que se reparte: a ilustração desta postagem foi feita em papel Westerprint 180 g, tendo o esboço sido executado com grafite B e a arte-finalização feita com caneta nanquim e retícula Letratone.