Vão Gôgo, sob a pele de Millôr Fernandes, dizia de si: "Enfim, um escritor sem estilo". Sempre achei esta filosofia vãogogoniana um negócio muito, muito supimpa e assaz piramidal. E nunca procurei - ao menos deliberadamente - alcançar um estilo que as pessoas identificassem ao primeiro olhar como sendo meu - como o faz um grande contingente de artistas perseguindo a chamada "marca própria". Ao invés desta meta, por vezes obsessiva para muitos, preferi sempre optar por modos de fazer diversos e de conseguir resultados distintos ao experimentar materiais diferentes. O trabalho resulta sempre em algo meio camaleônico e com gosto de novo, e eu gosto é assim mesmo, já que sou o primeiro a me surpreender com os resultados. Creio que isso renova, revigoriza, evita a mesmice e até uma certa monotonia para quem desenha e pinta boa parte do tempo. Aqui vai mais um estudo de uma série feita na base da watercolor. Às vezes me sinto tentado a parafrasear o Guru do Meyer e sair por aí dizendo: "Enfim, um rabiscador sem estilo."
(04/07/13)
(04/07/13)