01 fevereiro 2019

Jorge Amado, GustavoTapioca, o Rio Vermelho e seus meninos.


Gustavo Tapioca é jornalista da melhor linhagem. De um tempo em que jornal que se prezasse tinha que comportar em suas fileiras jornalistas autênticos, o que significava ser um profissional com consciência social e política, brios, coragem e acima de tudo, saber escrever bem. Nada a ver com um magote de vaquinhas de presépio que se limitam a reproduzir os releases enviados por fontes bem pouco - ou nada - fidedignas, ou ainda os descompreendidos que tomaram de assalto as redações para divulgar coisas que pouco ou nada têm a ver com a verdade dos fatos, servindo apenas para privilegiar os já mui privilegiados. E fazem tudo isso com uma naturalidade assombrosa, convictos de que todos assimilam tudo de errado que eles articulam e veiculam. Infelizmente um grande contingente de pessoas engole mesmo as informações distorcidas que recebe dos jornais, sem maiores questionamentos. Outros, no entanto, têm o incômodo defeito brechtniano de saber pensar. Quanto ao domínio da escrita, é justamente por bem saber escrever que o jornalista e escritor Gustavo Tapioca lançou seu livro MENINOS DO RIO VERMELHO, um memorial inspirado de quem foi, ainda infante, vizinho de Jorge Amado, personagem onipresente em suas memórias nas páginas desse livro que vale a pena você, leitor atilado, conferir para se deliciar com uma Bahia solar, apaixonante e tão cheia de agradáveis surpresas como o texto de Gustavo, que aliás me brindou com o honroso convite para fazer as ilustrações, convocação que aceitei com júbilo adolescente. Aproveitei para fazer uma homenagem ao queridíssimo Floriano Teixeira, fabuloso ilustrador e artista plástico, também morador do Rio Vermelho, um mais que ilustre vizinho meu, porque também tive a felicidade de morar no Red River, bem pertinho do mar. Estou certo de que o dia que este livro chegar em mãos certas, vira minissérie televisiva ou filme de sucesso. 
********* Todas as ilustrações do livro, a exemplo desta aí no alto, desenhei em papel Opaline 180 g, sendo que os esboços foram feitos com grafite 2B e sapequei a arte-final com canetas nanquim. O computador só entrou nesta história para tratar as imagens. Ao fazer as mencionadas ilustrações, intentei - com o devido respeito - mesclar meu traço com um pouquito do que pude captar do estilo de meu amigo Floriano Teixeira, um gigante da arte, um formidável pintor, um virtuoso no desenho, fera maior. O leitor que estiver interessado em adquirir um exemplar do livro de Gustavo Tapioca pode enviar mensagem: gustavo.tapioca@gmail.com 
(30/07/09)