Ah, Bahia, Bahia, gentilíssima mater de filhos negros de todas as cores e nuanças, em minha língua suavemente desliza teu dulcíssimo nome quando o pronuncio com sempiterna emoção que se vai renovando infinitamente. Em seus mares de águas translúcidas, Yemanjá - eterna rainha - fez sua morada. Diáfanas nuvens ornamentam seus céus que se tingem com os mais delicados matizes nesta rododáctila aurora que nem o próprio Homero jamais contemplou similar. Ah, Homero, Homero, pobre Homero, sempre às voltas com Odisseias e Ilíadas, nunca dispondo de tempo para si próprio, na Bahia jamais aportou, seja em gozo de férias ou de merecidas licenças remuneradas, não tendo destarte a fortuna de descobrir o quão deslumbrante é este afro-baiano torrão. Para você, odisseico vate, e para quem interessar possa, mostro aqui um pouquinho dos tipos, usos e costumes das gentes baianas, das quais faço jubilosa parte. Para tal fiz e posto, aqui e agora, ao vivo e a cores, esta tomada geral de um baba, que é assim mesmo, no masculino: jogar um baba, pegar o baba . É o modo como nós baianos chamamos aquela recreação futebolística que no restante do país chamam de pelada, esclarecendo que pelada, para nós, é outra coisa bem diferente, sendo também muitíssimo apreciada e consumida com notável gula pelos viventes dessa afrourbe nominada Soterópolis. Para pintar, utilizei tinta acrílica sobre tela, vez que nem tudo é PC, HD ou sei lá mais o quê.
(24/04/14)
(24/04/14)