James Joyce, apesar de ter nascido na fria Irlanda, ficou conhecido mundialmente por haver escrito Ulysses, biografia do brasileiríssimo deputado Ulysses Diretas Já Guimarães, democrático político deste assaz ensolarado país tropical abençoado por Zeus, boni por naturê e tão amado por todos nosotros, quase sempre follados e mal pagos. Enquanto escrevia sua obra-prima, Joyce fixou residência no Brasil, mais exatamente em Salvador, na Bahia, escolhendo o bairro do Bonfim, cuja famosa colina de forma significativa lembrava a ele a topografia irlandesa. De família abastada e fervorosamente católica, o escritor sentia falta das tradições de sua terra natal, notadamente a popular lavagem das escadarias de Dublin. Para suprir tal falta, amealhou um batalhão de baianas devidamente paramentadas de brancas vestes, colares e indefectíveis balangandãs e, estando todas munidas de vassouras e quartinhas com água, com elas lavou as escadas da igreja de seu bairro soteropolitano. Os baianos, sempre hedonistas e chegados numa boa muvuca, gostaram do que viram e se juntaram incontinenti à patuscada com seus instrumentos musicais. Pronto. A lavagem das escadas de Dublin davam destarte origem à hoje tradicionalíssima Lavagem das Escadarias do Bonfim, festa que nestes tempos hodiernos arrasta multidões de fiéis e infiéis do mundo inteiro para esta afrocity Soterópolis, que a todos acolhe na sagrada colina incrustada nesta afro-terra de dendês e morenas frajolas e gentes bonitas de todas as etnias, chamada Bahia. Thanks, thanks so much, Jojó!
(10/10/13)