27 agosto 2018

J. Jorge Amado, o nume, o esparro

João Jorge e eu somos amigos há bem duas décadas, embora não nos vejamos amiúde. Sempre me cativou nele a forma com que me trata, com consideração e respeito raros, quer como amigo, quer como parceiro em empreitadas ilustrativo-literárias. Eis que um dia, um nume de amor (não é roubo, é só um temporário empréstimo, Augusto) que certamente gostava de caricaturas, me regalou com a amizade pessoal de Jorge Amado e Zélia Gattai, gentes que - além do imensurável talento - tinham em si o melhor que a índole humana dispõe no cardápio. Fácil é perceber que João Jorge herdou dos amáveis genitores a sua forma cativante de ser, sempre afável, sincero, generoso, justo, cortês, cordato, lhano. E mais não digo porque ainda não instalei um bom e  devidamente atualizado Dicionário de Sinônimos neste meu PC. Esta caricatura de João Jorge fiz para a orelha do seu livro "Lá ele - o esparro na Bahia", que tive o subido prazer de ilustrar há pouco tempo. Ilustrava e ria, ilustrava e ria. Ria, e muito, dos esparros que vêm a ser um aspecto da comunicação oral entre baianos, uma espécie de pegadinha, um jogo de palavras feito de duplo sentido e muita malícia, com o objetivo de ludibriar e tirar sarro da cara de um desavisado interlocutor. J. Jorge pesquisou e coletou farta quantidade de frases que exemplificam esse lado lúdico da oralidade baiana. Se quiser dar boas gargalhadas entre em contato com a editora que imprimiu o livro, a Publit Editora, e encomende o seu hilariante exemplar. Não tem esparro. Ou melhor, só tem esparro. Quer dizer...ah!, deixa pra lá. O link para a Publit, leitores, é: http://www.publit.com.br
(05/11/13)