Os franceses sempre deram mostras de possuírem imensos poderes de inventividade e provaram isso apresentando ao mundo la guillotine, le crêpe Suzette, le Cancan, la canetê Bic e la Dominique-nique-nique. No entanto, das suas grandes invenções as mais conhecidas são mesmo o beijo francês, o vinho francês, o pão francês e a saída à francesa. A essa última nós, brasileiros, devemos muito do nosso desenvolvimento econômico e social. A História registra que em 1807, na iminência de ter o reino português invadido pelas tropas de Napoleão Bonaparte, o príncipe regente D. João deu uma passativa no beligerante gaulês se picando com toda sua corte para o Brasil, o que foi bom para nosso progresso pátrio. Resumo da ópera: o regente D. João, autêntico português, saiu à francesa. E como os franceses não tiveram o cuidado de patentear essa sua notável invenção, os lusitanos jamais lhes pagaram um escudo, um franco, nem um euro de royalties por ela. Quanto ao quesito sexual, os compatriotas de Sade não ficam atrás. Quer dizer, ficam atrás, ficam na frente, ficam de ladinho, ficam por cima, ficam por baixo, ficam em todas as posições imagináveis e inimagináveis, essas com maior frequência. É fato notório que foram tambem os franceses que inventaram o soutien, feito para ser desvestido beeem devagarinho pelas mulheres, deixando qualquer sujeito, francês ou não, mais doidão e piradão que qualquer aldrabão que se crê Napoleão. Inventaram também o beijo sur le cou - que não é o que você está pensando - e ainda o rendez-vous, o faire minette, o ménage à trois e, é claro, o já mencionado famoso e popular beijo francês. Esse amplo e invejável curriculum vitae confere aos franceses uma grande importância e prestígio, sexualmente falando. Mas é preciso levar em conta algumas particularidades. Caso esteja pensando em ir para a cama com algum ou alguma compatriota de Asterix e Obelix e você é uma pessoa ortodoxa no quesito higiene pessoal, é bom ir com um certo cuidado. É que, procedente ou não, rola por aí um enorme buxixo afirmando que o único banho diário praticado pelos inventivos franceses, é o banho de língua.
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