Nestas fotografias dos anos 70s, preclaros leitores, mister se faz esclarecer unas cositas. Na foto mais acima, um barbudo esconde as mãos de forma suspeita, como se ocultasse uma arma. Santo Dios! Será que se trata do lendário guerrilheiro platino-cubano Che Guevara em incógnita visita à Bahia naquela incendiária década? Na foto central, este cara todo saradão, com bigode de cantor de bolero, será el cantante Bienvenido Granda em soteropolitanos dias? Em caso de identificação positiva, de que estariam tratando Che e Bienvenido naquela animada confabulação da foto número 3? A derrubada do governo militar no Brasil? A construção de uma gravadora especializada em músicas genuinamente latino-americanas sem dinheiro no bolso e sem parentes importantes? Nada disso, gentes, estas fotos todas eu surripiei do blog do Gutemberg Cruz, precisamente de sua série "A hora e a vez dos quadrinhos baianos". Blog maravilhoso, diga-se, para os fãs das HQs, cartuns e caricaturas onde Guto trata do assunto com seu conhecimento de causa, sendo apaixonado, dedicado e competente ao abordar tais temáticas. E para não prolongar o suspense, vou revelando: o evento fotografado é uma soteropolitana exposição de cartuns e quadrinhos lá pelo ano de 76 no Instituto Cultural Brasil-Alemanha, o ICBA, que sempre nos abriu as portas. Ali na foto número 1, o barbudo não é o Chê, é o cartunista e multimídia Josanildo Dias de Lacerda. Ah, suas ilustres pessoinhas acham que não conhecem?! Aí eu lhes pego de jeito, dizendo que esse Josanildo é o amado e idolatrado cartunista, irreverente poeta haikainiano e criativo designer gráfico Nildão, que vocês muito bem conhecem. Pois é, o mesmo Nildão, hoje todo clean, mas que já teve um dia este guevarístico visual como comprova a foto e ele não pode negar mesmo se o quisesse, coisa dos anos setentas. Na fotografia número 2 não se trata de Bienvenido Granda, que era, por razões óbvias, apodado de El bigode cantante. Trata-se, na verdade, do sempre festejado mestre dos quadrinhos Antonio Cedraz, criador do personagem Xaxado e todo um universo de personagens brasileiríssimos. Quem diria, Cedraz já foi, em pretéritos tempos, um galã do tipo machão latino como bem se pode ver, um autêntico Antônio Banderas sertanejo. No papo entre ambos o assunto era, inexoravelmente, os rumos dos quadrinhos e cartuns na Bahia, no Brasil e no mundo. Para mais aprofundados saberes, vai aqui o link pro blog do Guto: http://blogdogutemberg.blogspot.com/
(07/03/14)
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