Em plena megolópole paulistana um casal, tendo sobre suas cabeças signos nordestinos, em momento que sugere ser de merecido relaxamento depois de uma longa e estafante semana de árdua faina, de duríssimo trabalho - posto que nào é nada fácil a vida de imigrantes do nordeste na chamada supercap. E em um dia qualquer de domingo ou feriado lá vão eles caminhando sobre a grama do que deve ser uma grande e arborizada ágora paulistana, embora aí só se avistem concretos, prédios, fumaça. Abraçam-se, rádio na AM, tendo ao fundo o seu conquistado veículo de duas rodas, sorriem e se mostram lépidos e amorosos, enquanto passeiam suas alegrias de viventes felizes, ainda que tenham sido obrigados a deixar a terra natal. São caminhantes gaios e trigueiros, trazem em si o samba, o xote, o baião, a sanfona, o triângulo, a zabumba, o pandeiro, vêm com seus jubilosos trajos domingueiros, esfuziantes qual uma festiva alegoria carnavalesca.
Esta pintura, fidelíssimos leitores, não é recente, eu a fiz fiz lá pelo ano 2000, em que fica a tal estação final do percurso vida na terra-mãe concebida, como canta Gilberto Gil, não por coincidência um artista da Bahia, do nordeste. Trata-se de um painel de 1.80 x 1.50m e para fazê-la - além de meu vasto talento pictórico, tão vasto quanto minha proverbial modéstia - lancei mão do velho e sempre prazeiroso método de usar tinta acrílica sobre tela. De quebra, utilizei massa acrílica e também cola e pedaços de tecido para fazer umas colagens com ares dadaístas e assim poder posar de erudito, angariar a admiração geral e captar as atenções e os favores de assaz intelectuais e mui concupiscentes musas. Depois que acabei de pintar fotografei com minha Rolleiflax e revelou-se minha enorme aptidão para realizar invulgares coisas pictóricas. Na sequência eu então escaneei e dei uma tecladas ao Photoshop pra animar ainda mais este motivo burlesco e brejeiro, assaz criativo, mui inventivo, que tem umas pitadas de minha vivência pessoal de nordestino que um dia deixou para trás sua querência e foi morar por longo tempo em Sampa onde alguma coisa acontecia em meu coração que só quando eu cruzava a Ipiranga e a Avenida São Joào. Também pudera, ainda não havia para mim Rita Lee, a sua mais completa tradução.
(100210)
Esta pintura, fidelíssimos leitores, não é recente, eu a fiz fiz lá pelo ano 2000, em que fica a tal estação final do percurso vida na terra-mãe concebida, como canta Gilberto Gil, não por coincidência um artista da Bahia, do nordeste. Trata-se de um painel de 1.80 x 1.50m e para fazê-la - além de meu vasto talento pictórico, tão vasto quanto minha proverbial modéstia - lancei mão do velho e sempre prazeiroso método de usar tinta acrílica sobre tela. De quebra, utilizei massa acrílica e também cola e pedaços de tecido para fazer umas colagens com ares dadaístas e assim poder posar de erudito, angariar a admiração geral e captar as atenções e os favores de assaz intelectuais e mui concupiscentes musas. Depois que acabei de pintar fotografei com minha Rolleiflax e revelou-se minha enorme aptidão para realizar invulgares coisas pictóricas. Na sequência eu então escaneei e dei uma tecladas ao Photoshop pra animar ainda mais este motivo burlesco e brejeiro, assaz criativo, mui inventivo, que tem umas pitadas de minha vivência pessoal de nordestino que um dia deixou para trás sua querência e foi morar por longo tempo em Sampa onde alguma coisa acontecia em meu coração que só quando eu cruzava a Ipiranga e a Avenida São Joào. Também pudera, ainda não havia para mim Rita Lee, a sua mais completa tradução.
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