31 outubro 2018

Ernest Hemingway, Cuba , literatura, mojitos e daiquiris

Ainda adolescente e estudante da EPA, em Sampa, recebi incumbência de fazer um trabalho sobre o livro "O velho e o mar", de Ernest Hemingway. Dirigi-me à Biblioteca Municipal com intenção de ler apenas trechos do livro para ter idéia do que fazer. Abanquei-me em uma cadeira e iniciei a leitura da saga do velho Santiago, pescador cubano tomado pela má sorte, e à medida que lia fui sendo envolvido pela instigante narrativa de Hemingway e me interessando a cada página para saber o destino que Santiago e seu enorme peixe de cinco metros teriam. Mesmo com os olhos já rubificados eu não conseguia parar a leitura que me puxava para o interior do livro e me colocava no barco junto ao desditado insular em meio a tubarões e procelas. Meus outros compromissos do dia se quedaram esquecidos e li o livro inteiro, de um só fôlego. Aprendi muito com a parábola do homem em luta titânica na busca pela sobrevivência ainda que em condições desiguais. E me tornei grande admirador de Hemingway. Tendo eu um daiquiri na mão direita e um mojito na esquerda, ergo dois brindes ao velho Papa Hemingway, mesmo estando distante de sua La Bodeguita e do seu La Floridita, tão assiduamente frequentados pelo escritor de quem, para ilustrar uma matéria em um periódico, com lápis dermatográfico branco sobre papel fabriano preto, fiz esse retrato do notável escritor que bem sabia por quem os sinos dobram.