21 fevereiro 2020

Samba e turismo sexual no País do Carnaval

 Você, sapientíssimo leitor, já deve ter notado que Carmen Miranda é uma figura recorrente em minhas pinturas. Isto se explica pela formidável admiração que ela exerce sobre mim e também em miríades de gentes deste planeta azulzinho. Na ilustração deste post está uma versão da Pequena Notável executada com tinta acrílica sobre tela, sendo ela parte integrante de uma extensa série de pinturas que fiz buscando falar sobre um amontoado de erros com os quais convivemos, por vezes indiferentes, nesta Terra Brasilis, pátria amada nem sempre tão gentil que, ainda assim, intenso amor nos inspira, apesar dos tantos e tantos pesares. Por aqui, hedonistas que somos, amamos o samba, que é nosso e que é tão bom, entre tantos ritmos brasileiros que celebram nossa admirável alegria interior. Mas não podemos perder de vista o fato de que neste país amado, entre outros malefícios, perdura um forte turismo sexual e a pedofilia, frutos da desigualdade, praticados por gentes inescrupulosas, que trazem suas moedas fortes com as quais logram corromper nosso caráter por vezes tão macunaímico. E tudo tende a piorar quando um presidente do Brasil diz o que já disse acerca de estrangeiros e turismo sexual.  Há ainda a terrível e abominável situação da infância que foi abandonada - e não é de hoje - pelos governantes mas pela sociedade também. Estamos em tempo de carnaval. Dancemos e celebremos nas ruas e praças a vida movidos por nossa inesgotável, elogiável, invejável alegria interior. Mas nada de guardar nossa consciência num pano de guardar confetes. Evoé!
(150213)