14 fevereiro 2020

Riachão, 99 anos de samba, luta e alegria.

Quem quiser saber tudo de samba e de Bahia tem de beber no sagrado manancial chamado Riachão. Há que se sorver sofregamente a arte do samba de Riachão. Caetano bebeu em generosos haustos. Gilberto Gil bebeu a se fartar. Cassia Eller, maravilhosamente, idem, idem. Riachão é a Bahia em forma de gente subindo a ladeira do Pelô ao encontro da roda de samba com seu terno branco com cravo na lapela, seu boné, seus óculos, anéis, correntes, toalha no pescoço, jeito de malandro, sua ginga, sua alegria contagiante, dentes escancarados num largo sorriso só encontrável em soteropolitanos tipos. Riachão, em verdade, é o próprio Samba da Bahia, com RG e tudo. Puro e da melhor qualidade, sim, o Samba baiano é este maravilhoso senhor Clementino Rodrigues, o Riachão, que completará 99 anos no próximo novembro, e lançando o disco Se Deus quiser vou chegar aos 100, louvado seja Nosso Senhor do Bonfim! 
Xô, chuá, cada macaco no seu galho, a nega lá em casa não quer trabalhar, quer comer engordurado e nào quer cozinhar. Chega na roda o quase centenário Riachão, Mestre do Samba, e dele transborda a mais carismática baianidade, seu talento de sambista nato é líquido e certo, oferecendo-se generosamente para que nele sorvamos os necessários e substanciais haustos. Com as graças de Oxalá. Epa Babá! Viva Riachão! 
(310514)