15 junho 2019

Reinhard Lackinger, escritor, taverneiro do Bistrô PortoSol: meio século de baianidade austro-nagô.

Algumas efemérides em nossas existências são de extrema grandeza e imensurável importância para nós outros. Esquecer qualquer uma delas é incorrer em imperdoáveis heresias. A cada ano nos empenhamos em comemorar com crescente alegria certas datas que temos na conta de muito, muito especiais. Você tem as suas, eu tenho as minhas, fulanos, beltranos e sicranos têm as deles. Por exemplo, por exemplo, neste mês de maio de 2019 meu estimado e mais que idolatrado amigo Reinhard Lackinger, um baiano da gema oriundo das terras de Romy Shchneider - ou dizendo melhor, de Sissi, a Imperatriz - está completando 50 anos de vivência cotidiana neste país varonil chamado Brasil-sil-sil. Não, você não leu errado, atilado leitor, não é preciso correr para um oftalmologista. Meio século faz que este cara sorridente, muito boa-praça, aportou por aqui apaixonando-se à primeira vista por esta balbúrdia e por sua cônjuge - eu disse cônjuge - a amável Maria Alice, e aqui se quedou para a felicidade geral de seus amigos brasileiros, notadamente os desta Soterópolis, capital da Bahia. Entre tais amigos, confidencio que me incluo com o mais lídimo orgulho. Para quem não o sabe, é de Reinhard o cantinho mais aconchegante de nossa afrourbe, o Bistrô PortoSol, local onde é possível saborearmos as mais capitosas delícias da cozinha austro-húngara, e de quebra desfrutarmos do melhor chopp do mundo. Ao amigo leitor alerto desde já que, ainda que isto possa soar aos seus céticos pavilhões auditivos como uma publicidade radiofônica, trata-se da mais verdadeira das verdades.
 Saiba você, autarquia, que quando faço o inventário da minha fortuna pessoal constato que pouquíssimo, um quase nada, possuo de bens materiais. Em contrapartida tenho como inestimável tesouro a amizade de alguns dos seres mais maravilhosos que já pisaram no solo deste orbe índigo blue.Tá rebocado e piripicado, que Reinhard, hábil taverneiro e inspirado escritor, está neste seleto rol de amigos, sendo ele um cara de grande inteligência, vasta cultura, de aguçada visão social e política, um humanista da melhor estirpe, um progressista que não aceita retrocessos de nenhuma ordem ou espécie, um cara generoso, desprendido, solidário. A lista de elogios é bem mais extensa e eu, por receio de ser acometido por uma LER, abdico de ficar teclando outros adjetivos qualificativos e encerro por aqui dizendo que Reinhard, taverneiro hábil e inspirado escritor, é um dos melhores papos desta Bahia de tantos papos bons, coisa que podemos constatar em qualquer momento, em qualquer cenário agradável, notadamente entre um gole e outro de um chopp mui bem tirado, em uma das mesas que ficam sob o aconchego do seu, do nosso Bistrô PortoSol, no Porto da Barra. Para dizer ao estimado amigo Reinhard o quanto o considero um cara porreta, fiz esta caricatura dele com guache branco sob papel preto, uma espécie de xilogravura apócrifa, técnica que ele já disse muito apreciar. Aí eis que me empolguei e resolvi fazer uma versão colorida do mesmo desenho para incluir nesta mesma postagem em que faço esta louvação, louvação, louvação de quem deve ser louvado. Parabéns por este meio século já cumprido e que venha mais um século inteiro de convivência. Um abraço deste seu amigo de longa data, um sujeito que o tem em altíssima conta, nobilárquico Reinhard. É isto aí, meu Rei!
(18/05/19)