18 maio 2022

Como a questão religiosa é determinante para um Puxa-Saco cheio de brios.

A RELIGIÃO DE UM PUXA-SACO RESPEITÁVEL É A MESMÍSSIMA RELIGIÃO DO SEU VIRTUOSO CHEFE.
Nos textos do MANUAL DO PUXA-SACO, livro de Ademar Gomes, ficamos inteirados de que um competente Puxa-saco tem que ser dedicado aos seu superior nos mínimos detalhes.
Um Puxa-saco exemplar deve adotar para si preferências clubísticas e religiosas do chefe. Nada de inaceitáveis heresias, impensáveis apostasias. Um comportamento apóstata não se coaduna com uma conduta de incondicional cumplicidade que deve ser estabelecida e preservada por um Puxa-saco que se respeite. A exemplo de certas figuras que se arvoram a serem influentes líderes religiosos cristãos, o Puxa-saco deve bradar bem alto que o seu amado chefe está no cargo que ocupa por inquestionável e sacrossanta escolha de ninguém  menos que Deus, que é Onipotente e Onisciente, apesar de não ser lá tão Onipresente assim. Isso vale para qualquer que seja a fé, muçulmana, budista, católica. E muito principalmente para os que habitam esta afro-capital baiana pois isto vale também para as religiões de matriz africana como o candomblé. Não, um Puxa-saco não pode vacilar um só instante: deve, sem indecisão, abraçar a fé afro-brasileira de seu pio chefe. Quando preciso, dançar ao som do toque dos atabaques, e até mesmo fumar charuto e beber marafa no gargalo, se o momento assim determinar, ainda que isto possa resultar em recriminações nada ecumênicas por parte dos preconceituosos e teocráticos setores pentecostais e similares contra as pessoas que professam fé nas religiões afros. Fica sabendo tudo do assunto quem ler o livro de Ademar Gomes, MANUAL DO PUXA-SACO, livro de cabeceira dos aduladores mais contumazes, inveterados e renitentes. Sobre esse tópico escreveu Ademar Gomes: 
"Ecletismo religioso é fundamental para acompanhar o chefe em suas peregrinações ecumênicas (seja qual for a preferência espiritual dele) e não pisar na bola durante as liturgias."
**********Quando recebi o texto original de MANUAL DO PUXA-SACO, basilar obra de Ademar "Professor Bandeira" Gomes, não pude me conter e li-o de um só fôlego, tão deliciosos eram os escritos de Ademar. Aí então, lesto e presto, esbocei todas as ilustrações usando grafite 2B sobre papel Opaline 180 g. Incontinente, arte-finalizei todos os desenhos com uma dócil canetinha de ponta porosa e indiquei o meio-tom em papel vegetal. Curti à beça o texto hilariante de Ademar e, qual um Narciso soteropolitano, curti também as ilustrações que fiz para ele.
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