03 abril 2022

Fernando Pessoa, poeta e fingidor, as criadas e os moços de fretes. .

Durante longo tempo trabalhei diariamente em redações com a incumbência de ilustrar matérias, artigos, crônicas e coisas quejandas, entre as quais se incluem a feitura de caricaturas e retratos de insignes gentes, como o grande poeta da língua portuguesa, Fernando Pessoa. Para aproveitar o momento, eu sempre buscava experimentar toda sorte de materiais que me possibilitassem fazer uma boa ilustração e ao mesmo tempo, me permitissem conhecer mais do uso desses referidos materiais. Um deles, o lápis 6B, foi o que usei para fazer em papel westerprint 180 gramas este retrato do grande, do formidável poeta fingidor que fingia tão completamente que chegava a fingir que era dor a dor que deveras sentia, que sofria enxovalhos e se mantinha calado, no mais estóico dos estoicismos, fingindo não perceber a troça das criadas de hotel nem o piscar de olhos dos moços de fretes. Gajo porreiro, gajo fixe, o Pessoa. Cabra bão!
(180518)