François Truffaut,
Jean-Luc Godard, Allain Resnais, Luc Besson, Louis Malle, Claude Lelouch,
Jacques Tati. Mon Dieu!, mon Dieu!, são tantos e tão fantásticos os cineastas
que a França já produziu! Reunidos aos mais formidáveis atores franceses, esses
cineastas nos brindaram com magníficas obras que engrandecem essa arte maior
que é o Cinema, produzindo ricos trabalhos nos mais diversos estilos e gêneros,
estando entre eles as mais hilárias comédias. Um bom cinemaníaco que teve a fortuna
de ver na grande tela do cinema uma comédia francesa feita por diretor e
comediantes de elevada qualidade, jamais haverá de esquecer o que viu. Digo
isso e penso logo no sempre surpreendente Jacques Tati, diretor, argumentista,
roteirista e ator de formidáveis performances humorísticas que brindou o universo
do cinema com inolvidáveis filmes que qualquer candidato a cinéfilo
juramentado deve urgentemente assistir. Jacques Tati pode ser chamado de genial
que não haverá nenhum exagero nessa assertiva, tão maravilhosamente criativos
são seus trabalhos cinematográficos. Seu humor, cuidadosamente estudado,
arquitetado, pesado, medido, contém mensagens sutis que revelam o olhar crítico
do autor, sendo brilhantemente raro, fugindo dos maneirismos e dos lugares
comuns, do humor fácil e rasteiro de certos autores que, equivocadamente, intentam
seduzir o público valendo-se de recursos óbvios e criativamente paupérrimos. O
humor de Tati é único e caminha por vias próprias, permanecendo no patamar
mais elevado da criatividade, diferenciado, pleno de ineditismos, sofisticado,
meticuloso, surpreendente. Valendo-se muitas vezes de Monsieur
Hulot, seu alter ego, Jacques Tati produziu verdadeiros tesouros do Humor de da Arte.
Difícil escolher qual o melhor de seus trabalhos. Pessoalmente adoro “As férias
do Monsieur Hulot”, rodado em P&B, uma película para se assistir prazeirosamente
um bilhão de vezes, com atenção aos seus pormenores, intentando deslindar cada detalhe mais recôndito concebido
pela genial mente de Tati, valendo-se do impensável, de personagens cativantes e gags
engraçadíssimas, da música e dos efeitos sonoros, com os quais uma porta pode adquirir status de personagem. Tudo isso vale também para “Playtime”
e “Meu tio”. Para quem é fã desse cineasta francês, uma grande alegria foi
saber que em 2010 foi produzido uma maravilhosa animação franco-britânica chamada
“L’illusionniste”, no Brasil foi batizado de "O mágico". Esse belíssimo trabalho de animação que ganhou, entre outros
notáveis prêmios, o César de animação em 2011, foi feito com argumento de Sylvain
Chomet, a partir de uma obra inédita de Tati, sempre brilhante e atual. Uma
homenagem à altura do fantástico cineasta, ator e ser humano, Jacques Monsieur Hulot Tati.
(25/08/16)
(25/08/16)