03 junho 2014

Romário sem papas na língua nessa Copa do Mundo no Brasil

A Copa do Mundo começa em poucos dias. Não se nota da parte do povo nenhum entusiasmo com a participação da seleção brasileira de futebol no evento. O que se nota, sim, é uma decepção generalizada oriunda de lamentáveis atitudes e declarações das pessoas envolvidas diretamente com a organização da Copa e sua divulgação através das mídias. Nessa caterva pode-se incluir novos e antigos pilantras em busca de fortuna fácil, tais quais Joseph Blatter, Jérôme Walcke, João Havelange, Ricardo Teixeira, José Maria Marin, Marco Polo Del Nero, Joana Havelange, Bebeto Campos, Ronaldo Fenômeno e o onipresente -quando se trata de opiniões vexatórias- Pelé.
Joana Havelange, neta de João Havelange e filha de Ricardo Teixeira, disse para que a população brasileira ficasse relax, que não haveria mais roubalheiras em torno da organização e divulgação da Copa, tendo declarado para tranquilizar a população brasileira: "O que tinha de ser roubado, já foi roubado".
Felipão, com sua habitual grosseria, falta de educação nas entrevistas entremeada de coices violentos, vem mostrando que "futebol é um potro de chuteiras". Sobre a manifestação de professores e as reivindicações da categoria, disse que "os jogadores estão..." Bom, deixa pra lá. Falou coisas parecidas com as que habitualmente fala.
Diante das cobranças gerais devido ao não cumprimento das promessas governamentais e empresariais de que a Copa do Mundo seguramente traria obras de grande utilidade para a população, ligadas aos transportes, segurança e saúde, Ronaldo Fenômeno disse que as pessoas deveriam esquecer a cobrança de tais promessas já que para ele "uma Copa se faz com a construção de estádios e não com construção de hospitais". Nesta ele ficou à altura de Pelé. Sorte dele que nesse nosso país aconteçam tantos absurdos e a infeliz declaração dele passe a ser tão somente uma a mais entre tantas.
Pelé -um craque na arte de dizer besteiras- disse que era para o povo esquecer, colocar de lado esse assunto de roubalheiras e fazer o que importa, que é torcer para a seleção (!). Sempre sapiente, aconselhou: "Manifestar para quê? O dinheiro roubado não volta mais, entende?"(!) E conclamou do alto da sua real estupidez: "Vamos torcer juntos, esse título vai curar as nossas raivas. Junte a família e pinta a casa, a rua, o cabelo."(!)
Na contramão de tudo isso, o deputado Romário é que disse umas coisinhas sobre essa malfadada corja: "Pelé calado é um poeta." "Ronaldo Fenômeno e Bebeto Campos são dois ignorantes que não sabem das coisas ou que fingem que não sabem". "José Maria Marin e Marco Polo Del Nero são dois ratos." "Jérôme Valcke é um chantagista." "Joseph Blatter é um ladrão, corrupto e filho da puta!" 
As declarações sem meias palavras do Romário são incontestáveis. E os "homenageados" com esta série de adjetivos desqualificativos não contestaram. Romário disse o que todos pensam e adorariam dizer cara a cara com esta canalha que estão no futebol para usurpar, escamotear, surrupiar. Nesta Copa do Mundo, as palavras de Romário foram, inegavelmente, o motivo maior da vibração da torcida brasileira. Um golaço, um gol de placa do baixinho.