Nos anos da repressão, censura e a autocensura andavam frequentemente de mãos dadas pelas ruas, praças, becos, vielas e veredas desse nosso país. Mas nem tudo era paranóia. Havia a resistência dos cônscios e intimoratos. Aqui em Salvador, capital dessa afro-brasileira terra chamada de Bahia, o Instituto Cultural Brasil-Alemanha, dirigido por Roland Schaffner, era um autêntico óasis cultural onde os amantes da Arte e da liberdade podiam mitigar sua sede de saber distantes do fantasma da repressão e da censura imposta pelos ditadores de plantão. Teatro, artes plásticas, poesia, cinema, propostas artísticas de vanguarda. Apaixonado pelo fazer artístico, eu contava com o ICBA naqueles anos de chumbo e estava sempre por ali sorvendo o generoso caldo cultural que lá era servido e que muito me ajudou na minha formação de artista e cidadão. Ao ICBA e a Roland Schaffner minha admiração, respeito, estima e gratidão.