19 janeiro 2021

Chiclete com Banana, Bell Marques e multidões.


No carnaval da Bahia, quando o Chiclete com Banana desponta nas praças, ruas e avenidas trazendo seu som potente e contagiante não há quem fique parado. É um sacolejo geral, amplo e irrestrito. Bell Marques, além de músico que tem o dom de saber levar alegria à multidão das ruas, não deixar ninguém estático, fazer todos cantarem, todos dançarem na mais contagiante empolgação, com essa sua banda Chiclete com Banana criou um estilo, um modo próprio de agitar a galera. Por tal façanha Bell ganhou uma vasta legião de fãs. Em virtude de meu trabalho de quadrinhos eis que um dia conheci Bell e tive a grata satisfação de ver que ele é um artista que não posa de inatingível popstar, porta-se como um cara simples. Em cima de um trio, Bell é um músico e cantor que possui enorme empatia com a massa de foliões e um imenso carisma pessoal. Euzinho, hedonista como costumam ser os que nascem nesta terra brasilis, sempre fui Chicleteiro, um a mais na imensa multidão, pulando, cantando, brincando, exorcizando os estresses. Há já um tempinho, Bell Marques, buscando trilhar caminhos próprios, saiu do Chiclete para tristeza dos fãs, mas a banda prometeu não deixar a peteca cair e continuar na estrada com o alto astral de sempre, promessa que vem sendo cumprida. Esta caricatura, com a qual ilustro essa chicleteana postagem, mostra uma formação antiga do Chiclete, do tempo que eu chicleteava por ruas e avenidas atrás da banda. Fiz em duas versões, ambas com a presença de  Bell Marques. Na primeira, o grupo segura uma imensa banana, que é a fruta que nomina o grupo. Nesta aí, como você, atilado leitor, bem pode ver, eles estão segurando uma espiga de milho, vez que de há muito as festas juninas fazem parte do calendário da banda. Mesmo que a canção do sempre sábio mano Caetano diga que atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu, já não me arrisco a enfrentar o sufoco das grandes multidões carnavalescas que seguem seus músicos preferidos através dos logradouros dessa soteropolitana afrocity. Não me aventuro mais a seguir o Chiclete com Banana e nem outros trios quaisquer, mas sigo sendo um Chicleteiro, ressaltando que, tendo eu um gosto musical beeeem diversificado, sou também um inveterado e fiel Mutanteszeiro, um Titãszeiro, um Mestreambrosiozeiro, Camisadevênuscommarcelonovazeiro, Naçãozumbizeiro, Sibaeafulorestazeiro, Chicobuarquezeiro, Caetanovelosozeiro, Raulseixaszeiro, um Genivallacerdazeiro, Jacksondopandeirozeiro e de quebra sou Zecabaleirozeiro. Viva a música brasileira, sua alegria e nosso santificado hedonismo!
(281013)