Há algum tempo publiquei algo sobre autismo por motivos que me causaram espécie. Como o assunto envolve tantos e tão delicados aspectos, sociais e humanos, volto ao à temática, dado sua importância. Por ser pai de filho autista, já se publicou que "o autismo virou a coisa mais importante na vida de Marcos Mion". Bonito, edificante. No entanto o apresentador, um direitista convicto, é bastante seletivo quanto a tão delicado e pessoal assunto. Quando acha oportunidade, usa o tema para fazer críticas ao PT. No entanto, esse pai tão zeloso não se indignou, nem abriu a boca para rebater aquele nefasto pastor pentecostal que bradou em um culto que o "autismo é fruto da visita do diabo ao ventre materno"(!!). Quem cala, concorda; e Mion se calou. Assim como não se indignou nem criticou a posição da bancada congressista da direita que votou em peso contra verbas para auxílios governamentais a autistas e pessoas acometidas de fibromialgia.
20 novembro 2025
10 novembro 2025
Nana Caymmi entoando canção de Lô Borges, Milton Bituca e Márcio Borges com destemor e consciência.
No ano de 1979 Nana Caymmi pediu a Márcio Borges que fizesse uma letra para a melodia de Clube da Esquina n°2 que, até então, era uma música só instrumental. Depois de consultar os autores da melodia - seu irmão Lô Borges e Milton Nascimento - Márcio escreveu os célebres versos dessa canção e entregou para a filha de Seu Dorival e de Dona Stella Maris. A cantora recebeu a letra, leu, adorou e a gravou de boas. Nana foi casada com Gilberto Gil, na companhia do qual estava quando vista e fotografada em passeata pelas liberdades democráticas suprimidas por uma ditadura militar de extrema direita que sempre teve ódio figadal às Artes e aos artistas, no atacado e no varejo. Por certo se sobre ela se desencadeasse a violenta repressão costumeira, no meio de tantos gases lacrimogênios a moça Caymmi ficaria calma, calma, calma, calma. Tempos depois, sabe-se lá o porquê, essa irmã de Dori e Danilo, artista talentosa, de aclamados dotes canoros, descambaria para uma lamentável adesão ao que há de mais abjeto política e socialmente no Brasil, a mais olaviana extrema direita que nutre carradas de ódio mortal pela classe artística, classe que ela, seus irmãos, sua mãe, Stella Maris e seu pai, o lendário Dorival Caymmi, sempre integraram com amor, dedicação e elevada competência. Felizmente para a história da música brasileira, nos anos 70s Nana pensava diferente e teve a suprema sabedoria de nos brindar a todos com uma maravilhosa gravação de Clube da Esquina n°2 interpretando divinamente e registrando para a posteridade essa emblemática canção que nos ensina a não temer ímpios tiranos, asquerosos e crudelíssimos ditadores e suas desumanas repressões, um verdadeiro hino libertário. Grato, Nana.