28 janeiro 2018
07 janeiro 2018
Carlos Resende, artista gráfico. Um encontro inesperado pelas ruas de Sampa.
Artistas são seres
imprevisíveis. Qual não foi minha surpresa quando vi em um site paulista
denominado Contraponto Digital, uma entrevista de maio de 2017 feita com o talentoso cartunista
baiano Carlos Resende, em uma movimentada rua de São Paulo City. O Contraponto decidiu mandar às ruas de Sampa uma equipe com a missão de
entrevistar artistas no exato momento em que exerciam suas artes pelas ruas,
praças e logradouros outros da cidade que é o avesso do avesso do avesso do
avesso. Para minha agradável surpresa, um dos tais artistas que mandavam ver
com suas artes é Resende, cartunista, quadrinista, publicitário, artista gráfico, verdadeiro multimída, um cara vitorioso em tudo que faz, companheiro com quem tive a honra e o prazer de dividir espaço aqui na Bahia, quer em
exposições, quer na revista Pau de Sebo, quer em mesas de terapêuticos barzinhos. Feliz por poder ver de novo a finíssima
estampa de Resende, transcrevo aqui parte do que a equipe do Contraponto
Digital preparou, em que, entre otras cositas, Resende nos deixa a par de dificuldades enfrentadas por
um artista de rua na dita selva de pedra onde, apesar da feia fumaça que sobe
apagando as estrelas, tem coisas e gentes muito legais, como artistas que amam
o que fazem e vão as ruas para mostrar que a beleza em Sampa existe, é uma realidade a ser vivida prazerosamente.
"No dia 13 de
junho, sábado, a equipe foi à Avenida Paulista a procura de artistas na rua que
compartilharam suas histórias. Os relatos envolvem trabalhos que vão além da geração
de renda, e alcançam temas como necessidade, preconceito e resistência
artística. Carlos Resende é cartunista e retratista, mas trabalha também para
diversas empresas e editoras, realizando eventos e criando ilustrações. “Há alguns anos,
antes da lei municipal do artista de rua, que foi criada pelo Haddad, os
artistas de rua eram espancados. Não sei se vocês sabiam disso. Depois do
espancamento de um palhaço, um artista profissional que já tinha trabalhado em
vários países, em plena Avenida Paulista. Depois desse espancamento público foi
institucionalizada essa lei municipal. Ainda falta muito para evoluir.Eu não
trabalho só com retratos e caricaturas. Eu trabalho também com pintura digital,
um pouco com animação e escultura digital. Trabalho com arte há mais 35 anos.
As pessoas acham que quem trabalha na rua, mora na rua. Isso é um equívoco
bárbaro. Eu trabalho na rua, mas também trabalho com vários eventos de empresas
de porte, multinacionais, estive no Fun Festival no Jockey Club, trabalhei com
a Jack Daniel’s e várias outras marcas. Trabalho também para várias editoras.No
Brasil tudo é sempre muito equivocado. As pessoas sempre analisam tudo de uma
forma muito rasa. No último domingo eu fiz um casal de americanos com dois
filhos. Eles me perguntaram porque eu não tinha recebido lanche e quanto eu
recebia de salário. Eu falei: ‘Como salário, cara?’. Ele respondeu o seguinte:
‘É um absurdo, cara. Nos Estados Unidos e na Europa existe salário pago pelo
Governo, pela Prefeitura’. Porque o artista de rua é uma atração turística.Arte para mim é
sintetizar o cotidiano. Você pode se manifestar em cinema, artes plásticas,
literatura, poesia. É você conseguir fazer uma nova linguagem da realidade.” http://agemt.org/contraponto/2017/05/29/artistas-na-rua-encontros-inesperados/
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