19 maio 2016

Biratan Porto, cartunista, um muso nada obtuso

Desenhar é profissão, fonte de recursos - parcos para muitos profissionais, suficiente para outros - mas é também fonte de prazer vez que, ponto comum, amamos o que fazemos. Para tornar mais divertidos os momentos em que faço um trabalho de quadrinhos, costumo colocar nome de amigos em personagens, falar de fatos sucedidos comigo mesmo ou com conhecidos. Ou até mesmo colocar como personagem algum amigo pelo qual tenho grande consideração que é maneira de homenagear a quem gosto. E ninguém mais digno de todas as homenagens cabíveis que o grande Biratan, cartunista paraense, supimpa e piramidal, amplamente premiado, mente fecunda que é, calhando ainda de Bira ser um ser humano dos melhores, amigão de todos, amado por um batalhão de gentes em todo este Brasil varonil do Gugu e do Clodovil. Bira é o tipo de cara que todo baiano como eu adora ter como amigo por ser uma figura muitíssimo do bem, uma companhia das melhores, papo inteligente e, sobretudo, pleno de humor da melhor qualidade. Sendo um vivente simples, franco, criativo, bem-humorado, talentoso, sem alarde nem rompantes, Bira gosta de sorver uma cervejinha na maciota enquanto tira acordes sonantes e dissonantes de seu instrumento de cordas, apreciando também trocar umas ideias com amigos numa roda à mesa de um bar ou barraca. Ainda bem que sou um desses amigos e falo isso ab imo pectore, ab imo corde, seja lá que zorra queiram dizer tais latinidades, vez que sou um tipo sórdido que cita coisas das quais não entende lhufas, só por achá-las bonitas e sonoras e para parecer um cara culto aos olhos e ouvidos alheios. Ilustrando esta matéria, uma página da HQ inspirada em um cartum birataniano, sendo que tal HQ foi publicada há algum tempo pela Editora Escala, e nela coloquei meu chapinha Biratan como personagem central. Daqui da Bahia mando para você um benfazejo axé, Bira, cabra bom de cartuns e de bandolim!
(Public. orig. 14/02/10)