18 agosto 2012

Meio ambiente, Ilha do Fogo, Velho Chico, poesia

Em Juazeiro, Bahia, a felicidade passeia de mãos dadas com a beleza pelas margens do Rio São Francisco. Lá vivi por alguns anos. Fora eu poeta, diria que se lá já não vivo, Juazeiro ainda vive em mim. Mas poeta não sou. Poeta é Expedito Almeida, ali nascido, cujo livro de poesia certa vez comprei em um sebo de Petrolina, vizinha ilustre da cidade de João Gilberto e Ivete Sangalo. Não conheço a pessoa de Expedito, mas conheço-lhe os versos e nada melhor que um filho da região, que ali viveu álacre infância mergulhando no Velho Chico enquanto crescia em de dias de felicidade plena, para cantar a alegria de pisar na Ilha do Fogo e lá viver momentos de êxtase. Ilha do Fogo que atualmente o Exército pernambucano entendeu de usurpar dos moradores de Juazeiro e Petrolina, agindo de forma unilateral, avalizados por documento passado por um juiz federal de Pernambuco que não consultou o povo das duas cidades ribeirinhas, autorizando equivocadamente que arrebatem das mãos do povo da região um patrimônio e o direito de ir e vir que está na Constituição deste país. Seguramente eles - militares e juíz - nunca leram os versos que o bardo Expedito escreveu: "Rio São Francisco, doce caminho de águas doces onde dormem todos os meus sonhos de náufrago / Ainda vejo barcos e vapores murmurando lembranças na beira do rio" /" Diz a lenda que na Ilha do Fogo mora uma serpente que vive presa à solidão." / "Quando nasci um rio levou todas minhas mágoas futuras." / "Por onde passa um rio, passa sempre uma esperança para que o tempo de criança nunca venha terminar!"