Busquei, em postagem anterior, falar
resumidamente da arte de Floriano Teixeira, um dos artistas maiores desse
patropi abençoá por Dê. Centrei-me mais no aspecto do seu desenho que sempre
me deixou encantado, atônito, boquiaberto diante de tanta maravilha, de tão
extenso e raro talento. Esta nova postagem é
para falar a você, fidedigno leitor deste bloguito, sobre um livro editado e lançado recentemente pela Assembleia
Legislativa do Estado da Bahia, como parte integrante da Coleção Gente da Bahia,
elogiável projeto da ALBA. Trata-se do livro Floriano Teixeira, de autoria de Cristiano Teixeira. O sobrenome
não é mera coincidência, já que Cristiano é filho de Floriano. Tendo convivido
por toda sua vida com o pai e trabalhando com o ofício de escrever, Cristiano é
mais que abalizado para falar da doce figura do grande artista plástico,
contando particularidades que interessam a todos que buscam mais informações
sobre Floriano, seu rico e admirável lado artístico, bem como o seu lado humano,
amigo carinhoso, o chefe atento de uma extensa família, o provedor, o marido, o
pai, o avô, o bisavô. Cristiano teve o cuidado de compor o perfil de Floriano
valendo-se dos ricos depoimentos de outros artistas, escritores e intelectuais,
parentes e amigos de FT, privilegiados que tiveram a felicidade de com ele
conviver. O prefácio é um texto saboroso, rico, muito bem escrito pelo amigo
Délio Pinheiro, que relata o início de sua amizade com o pintor e desenhista,
as impressões que teve do artista, aspectos humanos, sobretudo. Outros depoimentos igualmente ricos, como os
do escritor James Amado, somam-se ao de Délio e assim Cristiano foi aos poucos
construindo um retrato que mostra muito do artista de tantos e incomparáveis
talentos, com obra vasta e consagrada, mesmo tendo ficado mais conhecido
nacionalmente a partir do estrondoso sucesso das suas ilustrações para livros
do escritor Jorge Amado, como Dona Flor e
Seus Dois Maridos e A Morte e a Morte de Quincas Berro A Morte de D’água. Ficamos
sabendo através dos relatos que Floriano nunca desenhava diretamente na tela,
evitando manchá-la com borrões, frutos de correções feitas no desenho, o branco
ainda imaculado do suporte pronto para receber as tintas. Valendo-se de estudos
já feitos, FT definia fora da tela o que nela iria ser colocado e só então
transpunha para ela seu desenho elegante e exato através de papel vegetal, já
no tamanho adequado e sem mácula alguma. Era chegado o momento de o límpido
desenho receber, com o costumeiro carinho, as tintas e todos seus delirantes
matizes. Aspectos variados do artista e do homem estão relatados e os leitores
ficam sabendo que, além de seu trabalho artístico pessoal, Floriano foi
fundador e o primeiro diretor do Museu de Arte da Universidade do Ceará, que
ele foi autor de enormes painéis cujos preparos levaram três anos, que o
Presidente Sarney era um bom e antigo amigo, que em casas que morou no Rio
Vermelho, em Salvador, recebeu como visitantes personalidades mundialmente
famosas, admiradores de sua arte maior. Diversas fotos mostram momentos de
Floriano recebendo honrarias oficiais e entre amigos, ao lado de artistas,
escritores, jornalistas, personalidades diversas e familiares. Enriquecendo
mais o livro, Cristiano fez publicar uma expressiva seleção de trabalhos de
Floriano, sua pintura que nos faz sonhar, seus desenhos deslumbrantes.
Interessados em adquirir o livro devem procurar informações na Assembleia
Legislativa do Estado da Bahia.