17 abril 2016

Lage, cartunista: memória perpetuada em livro de Otto Freitas e Washington de Souza Filho

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“Lage era diferente, não vacilava, não se vendia, não se deslumbrava. Acima de tudo era um homem íntegro. Penso nele como um modelo profissional e de caráter. Penso nele como a possibilidade real de passar pela vida de forma decente, porque foi nisso que pautou sua existência”. Esse bem formulado, sincero e tocante depoimento é de Gonçalo Júnior, cultuado jornalista, escritor, roteirista de HQs e crítico de quadrinhos e está no livro Lage, de autoria de Otto Freitas e Washington de Souza Filho, obra integrante da Coleção Gente da Bahia, da Assembleia Legislativa, que teve seu lançamento no dia 22 de setembro de 2015. A esse precioso depoimento de Gonçalo somam-se outros, todos prestados por quem conheceu, conviveu ou trabalhou com Hélio Roberto Lage, ou simplesmente Lage, cartunista baiano para quem a definição de genial não soa como exagerada. Otto Freitas e Washington de Souza Filho,  jornalistas de larga experiência, pesquisaram com afinco e os depoimentos  que colheram foram fundamentais para  reconstituir o perfil de Hélio Roberto, um ser humano digno dos mais rasgados elogios, e também o retrato exato do mais irreverente cartunista da Bahia, dono de um estilo pessoal que continha o que há de melhor da propalada baianidade, sabendo como ninguém criar tipos populares calcados na realidade soteropolitana, exibindo sempre um humor inteligente, diferenciado, consciente, popular, comunicativo, insuperável. Através dele e de seu traço personalíssimo, Lage marcou de forma indelével sua brilhante atuação na grande imprensa e na chamada imprensa alternativa, em livros, revistas,TV e até mesmo através das ondas do rádio. Dentre os muitos livros que ilustrou, o Dicionário de Baianês, de autoria de Nivaldo Lariú, merece citação por ter se tornado um sucesso em todo o Brasil. Criativo, de raciocínio rápido e com uma aguçada visão do mundo, Lage foi um profissional atuante, combativo, que não temia arrostar os mais poderosos opressores, mas que ao fazer uma crítica, por mais contundente que ela fosse não deixava de nela colocar seu incomparável humor que provocava nos leitores um riso gostosamente escancarado.
(Publicado originalmente em 28/09/15)