15 fevereiro 2019

Ary Barroso, Bahia, praias, povão, celebração da vida.

"Bahiiiia, terra da felicidaaaaaaaade...". Quem mora aqui neste afro-baiano torrão, para se mostrar grato com o que a natureza generosamente nos lega, cotidianamente deveria acordar cantando a plenos pulmões os versos do baianíssimo mineiro Ary Barroso. Principalmente pelas praias, o mar azulzinho e o céu de irisadas nuvens que temos por aqui e que sabemos tão bem aproveitar, não perdendo nenhuma oportunidade de nessas praias comparecermos para curtir os raios de sol, bronzeando-nos ainda mais do que a natureza já nos bronzeou, batendo um papo, bebendo umas cervejotas geladísfsimas, água de coco tirado de algum coqueiro que dá coco, onde amarramos nossas redes nas noites claras de luar e em solares jornadas, também sorvendo capitosas caipiroskas de siriguela, kiwi, umbu-cajá ou qualquer boa fruta da estação, comendo afrodisíacas lambretas, que inspiram qualquer vivente a fazer ousadia, idem e ibidem saboreando caranguejos e peixes assados, acarajés, abarás e o que mais vier, mergulhando e admirando o mais matizado pôr do sol. Existem sujeitos e sujeitas de outros estados brasileiros mui equivocados, curtos de ideias, superficiais e assaz preconceituosos, que interpretam o habitual carpem diem baiano como sinal de ojeriza ao trabalho, quando em verdade é uma questão de sabedoria de quem também, como qualquer brasileiro, enfrenta sua árdua faina diária pela sobrevivência, mas que nos momentos propícios - e aí não importa o dia da semana, até mesmo na tão famigerada segunda-feira - sabe desfrutar do que a Mother Nature nos regala a nós outros com desprendida generosidade. Ilustro esta postagem com uma pintura que fiz em tamanho 20x22 cm, mostrando uma singela cena familiar à beira-mar, que é pra rimar e inveja causar a quem é de outro lugar e porventura a olhar. Uma cena comum de nossas praias que fotografei com minha Rolleiflex modelo acrílica sobre tela.
(25/04/14)